Capítulo 60

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Narrado por Rowena Paridinha.

Meus dois despertadores me acordaram com suas inquietudes em cima da cama. Eu abri os olhos e os dois estavam se mexendo sem parar, como se realmente estivessem tentando me acordar. Eu sorri e os dois também abriram um sorrisinho no rosto.

- Bom dia meus amores! - Eu murmurei.

Me sentei na cama e olhei para baixo, onde Dean havia colocado seu colchão para dormir, mas o mesmo estava vazio.

- DEAN! DEAAAN! - Eu gritei preoculpada

Logo ouvi pés subindo as escadas apressados e eu me tranquilizei mais quando seu rosto apareceu no quarto.

- Oi, tô aqui! - Ele respondeu entrando.

- Desculpa! - Eu suspirei. - Eu pensei que você tinha...

- Eu tô fazendo café! - Ele me interrompeu, me tranquilizando e eu sorri sem graça. - Eles também estão bem? - Perguntou ele apontando para os bebês.

- An, sim! Eu vou amamenta-los e já desço! - Respondi.

Ele acenou e saiu novamente. Eu me ajeitei e botei os seios pra fora, colocando James e Juliet para mamar. Quando eles adormeceram novamente, eu levantei para fazer minha higiene matinal e desci para comer. Também estava faminta desde a tarde passada. Dean me serviu café e ovos e se sentou comigo à mesa. Enquanto eu comia, ele colocou minha camera fotográfica e as fotos que Jack havia tirado do casamento em cima da mesa.

- Eu peguei ontem quando você dormiu. - Ele explicou.

- Obrigada! - Meus olhos marejaram.

Eu não consegui tirar os olhos da foto que estava em cima. Uma minha e do Sam nos beijando, segundos antes da desgraça acontecer. Meu coração terminou de se partir em mil pedaços. Eu me senti tão vazia de repente, tão quebrada e frágil, como se a única coisa que me mantesse junta, tivesse partido. E foi exatamente o que aconteceu.

- Você pode me dizer o que houve lá? - Ele me perguntou tentando não causar gatilho.

- Sam se rendeu! - Respondi na alta.

- Por quê? - Sua voz ficou frágil.

- Para Lúcifer não machucar a gente... E levou também o Jack e o Castiel - Eu abaixei a cabeça.

Não consegui mais comer, por mais que estivesse faminta. Dean bateu o punho na mesa com força, fazendo a louça em cima da mesma tremer. Ele se levantou irritado. Eu queria consolá-lo, dizer que tudo iria ficar bem, que dariamos um jeito de encontrá-los novamente e que matariamos Lúcifer, mas nem conseguia acreditar nisso agora. Eu me senti fraca, impotente e insuficiente. Dean percebeu isso e se ajoelhou na minha frente, segurando minha mão.

- Eu não quero desistir... - Minha voz tremeu.

- Eu sei... - Respondeu Dean.

- Mas eu não sei se consigo fazer isso... - Eu o olhei com meus olhos marejados.

Ele não me respondeu. Apenas me abraçou e me disse para deixar tudo sair. Eu o abracei forte e me derramei em lágrimas.

- Temos que voltar para o bunker! - Ele me disse depois de um tempo chorando. - Tudo que nós e os bebês precisamos, está lá e o bunker é o lugar mais seguro para se estar agora! - Ele secou as ultimas lágrimas do meu rosto.

- Eu sei. Eu vou arrumar os bebês! - Eu sorri fraco e já ía me levantar quando de Dean me puxou novamente.

- Eu te prometo ruiva, nós vamos encontrar o Sam, o Jack e o Castiel. Nós vamos trazê-los de volta seguros e até lá, eu vou fazer o que sempre fiz pelo meu irmãozinho. Cuidar de você, do Bobby John e da Rosemary! - Ele afagou minha mão.

- Pelo menos agora você não pode mais me chamar de Moby Dick! - Eu brinquei.

- Droga! Agora preciso de outro apelido! - Ele riu e não consegui segurar uma risada também. - Tabom, vai lá pegar os pequenos, eu vou arrumar o carro! - Ele me deu um beijo na testa e eu subi.

Quando eu digo que me sinto vazia, eu não estou brincando. Sam levou com ele toda a minha vida e razão de sorrir, mas vê os dois pequenos seres que criamos, me fez sorrir, me fez sentir meu coração disparar de felicidade, me deu esperança para continuar e encontrá-lo novamente. E seria exatamente o que eu iria fazer. Não iria deixar que meus filhos vivessem sem o pai.

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Uma semana depois...

Rose e eu estavamos trocando os bebês que fizeram uma bomba nas fraudas. James e Juliet assim como quando estavam na minha barriga, são bem agitados, mesmo agora, eles sempre parecem saber o que eu sinto e se desenvolvem muito rápido. Eles nos encaram como se soubessem exatamente o que dizemos. São espertos demais para bebês de uma semana de vida, mas havia se passado muito tempo desde a última vez que eu tinha sido mãe, talvez eu não me lembre direito de como ser uma. Além disso, eles ainda não falam, então não vejo motivo para muita preoculpação... Até agora, enquanto Rose tagarelava sobre o trabalho, os clientes e sobre seu relacionamente com Dean.

- Eu tenho inveja de vocês sabe... - Eu disse meio abatida.

- Row... Você não perdeu a esperança não é?! - Ela ne olhou preoculpada.

- Não! Claro que não! - Eu neguei. - E é a saudade que me dá forças para não desistir. Eu quero tanto sentir o toque dele, os beijos dele, a voz... Eu não vou desistir enquanto houver chance para sentir tudo isso de novo. - Eu sorri fraco.

- Eu sei que vamos encontrá-los! Não é Jay! - Ela sorriu para os bebês brincando com eles.

E notei que apenas o James havia olhado para ela quando o chamou.

- Uhuu! Novas notícias da rádio Jay-Jay! - Ela continuou brincando, fazendo voz de locutor de rádio. - Um bebezinho muito gordinho borrou as calças porque é muito guloso! - James se sacudiu rindo. - Mas agora passa bem, então voltamos à nossa programação normal. Solta o som Dj Jul-Jul! Wowoooo

Juliet olhou para Rose e os dois sorriram, como se entendessem o chamado dela. Bebês de uma semana não deveriam fazer isso.

- QUEM AÍ QUER BACON?! - Dean chegou na cozinha, levantando uma sacola com bacons que havia acabado de comprar.

James e Juliet o olharam assim que a palavra "bacon" foi dita.

- DEAN PARE AÍ! - Eu ordenei.

- Por quê? - Ele perguntou paralizado na porta.

Eu olhei para os bebês que não tiravam os olhos do saco de bacon na mão de Dean. Senti o olhar confuso de Rose para mim, mas ignorei.

- James? Juliet? - Eu os chamei e eles me olharam sorrindo. - Dean chame os bebês! - Pedi sem tirar os olhos dos mesmos.

- An... James? - Dean o chamou confuso e James o ignorou. - Juliet? - Ignorado novamente. - Tem algo de errado com o Bobby John e a Rosemary? - Dean me perguntou totalmente perdido e então os bebês os olharam.

Meus olhos dispararam meio perdida e ao mesmo tempo encaxando as peças. Pedi para Rose fazer a mesma coisa que Dean e ela tentou chamar os bebês também.

- Juliet? James? - Os dois a ignoraram. - Jay-Jay! - Ele a olhou e deu uma risadinha. - Jul-Jul! - Ela fez o mesmo. - Wow! - Rose assustou.

- É, wow! - Respondi também um pouco assustada.

- Eles não deveriam fazer isso não é?! - Ela me olhou preoculpada.

Eu neguei com a cabeça e enfim terminei o quebra-cabeças. James e Juliet não nasceram com o corpo de um adulto, como aconteceu com Jack. Seus corpos se desenvolvem de certa forma, como o de um bebê normal. Mas suas mentes são mais fortes, elas têm a capacidade de pensar mais rápido, tanto que ainda têm memórias de quando estavam na minha barriga. Não os chamaria de bebês superdotados, mas chegava perto disso.

- Agora eu entendi o que Lúcifer quis dizer com "filhos da bruxa mais poderosa do mundo e da sua casca perfeita"... - Eu murmurei e suspirei. - Dean tinha razão, os bebês são bizarros! - Dean e Rose me olharam confusos e os bebês apenas riram.

Desejos Impróprios - SamwenaOnde histórias criam vida. Descubra agora