Parte 1: A promessa
Local –Tauvan- capital de Alao, Reino do Fogo; 603 d.C.
- Somos os Soldados do Reino do Fogo, roldórnios, não adianta lutar, a vitória será nossa!
Os gritos e brados das brincadeiras das crianças podiam ser ouvidos por toda a região da periferia sul de Tauvan, a capital do reino do fogo. Dona de cidades aglomeradas, mas bem organizadas, a capital ficava próxima da fronteira entre Alao e Roldórnia. A cidade era confortavelmente quente e, como sempre, preparada para qualquer ataque por parte dos vizinhos do reino do trovão, mas os alaos tinham orgulho de seu exército, um dos mais fortes do Continente. Por esse motivo, não temiam perder um confronto contra os rivais, já que um embate era questão de tempo. Apesar disso, a vida dos habitantes seguia em sua mais absoluta normalidade, com as pessoas nas ruas movimentadas e parques com crianças brincando e correndo e as várias patrulhas de soldados circundando para manter a ordem.
Era fim de tarde na periferia da grande capital do Reino do Fogo. As mães começavam a chamar seus filhos de volta à suas casas na medida em que o Sol se escondia no horizonte. A hora da janta estava chegando, assim como a hora dos soldados que estavam de serviço receberem sua rendição para passarem alguns poucos dias com suas famílias.
- Nabal! – Chamou uma mulher da porta de sua casa. – Filho, volte para casa. Você continua a brincadeira amanhã, mas agora é hora da janta.
- Já vou, mamãe! – Respondeu o garoto.
- Ande logo, seu pai já deve estar chegando.
Nabal voltou correndo para casa carregando um graveto que vinha arrastando no reboco esbranquiçado das casas construídas coladas umas nas outras. Sua mãe o esperava de braços abertos e o recebeu com um abraço apertado e um beijo na testa.
- Largue esse galho e tome um banho logo. Quero você pronto para quando seu pai chegar.
- Onde o papai está hoje, mamãe?
- Seu pai foi patrulhar nossas fronteiras para não deixar o malvado povo de Roldórnia entrar.
- Hahaha! O papai vai cuidar deles, não vai mamãe?
- Vai sim, filho. – Respondeu a mãe enquanto afagava seus cabelos ruivos.
A rivalidade entre o povo do fogo e o povo do trovão é muito antiga, quase lendária, e tomava proporções gigantescas, chagando num ponto em que a culpa de tudo de ruim que acontecesse em um dos dois reinos era posta nos rivais. Depois de brigas, ameaças e frenesis por parte da população, quando algum lado se desse por cansado daquela "baboseira", investigavam se as causas estavam no próprio reino. Essa dinâmica era fruto do ressentimento gerado por vários conflitos ao longo da história. Todos nos dois reinos eram criados com essa rivalidade desde crianças, Nabal não era diferente.
O jovem foi tomar banho no riacho que corria atrás daquelas casas e sua mãe continuava com os preparativos para o jantar, dando os toques finais na comida.
A família de Nabal era modesta. Seus pais não tinham irmãos e seus avôs já tinham partido antes dele nascer. Moravam os três naquela casa humilde, mas feliz. O pai de Nabal, Nardo, era um soldado formado há pouco mais de um ano. A função para a qual foi designado junto de sua equipe consistia em patrulhar a Floresta da Fronteira, que dividia Alao e Roldórnia. Ele era um homem de estatura mediana, com seus cabelos ruivos bem avermelhados cortados curtos. Era um homem simpático e de palavra, que visava sempre superar seus limites para ajudar ao máximo seu reino. O sonho de Nardo sempre foi servir ao reinado e no momento, estava feliz com seu trabalho monótono, mas que o deixava bem próximo de sua família. Com o que fazia, recebia o suficiente para sustenta-los.
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Guerreiros do Norte
FantasyUm jovem templário em uma ilha precisa juntar forças com uma dupla de mercenários para salvar os aldeões de um bandido sanguinário repleto de lacaios. Um jovem alista-se no exército de seu reino para adquirir a força que precisa para vingar a morte...