Capítulo 1 - Parte 7

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    Parte 7: Por justiça

   

    Os oito viajantes partiram floresta adentro levando alguns sacos com suprimentos, remédios e bandagens, além de três lamparinas e um recipiente com óleo para reabastecê-las se necessário. Os oito amigos vestiam peitorais leves de ferro, ombreiras de couro e alguns optavam por manoplas de ferro também.

    Nilton levava suas duas facas, Daniel levava seu escudo redondo de ferro e a espada; Lucas trazia seu machado de batalha, Oswald lutava com um escudo circular mais ou menos do tamanho do de Daniel e uma lança de metal. Seu bloqueio com o escudo era quase perfeito e seus golpes com a lança, mortais; Diego lutava com uma espada e tinha um punhal de reserva. Ele era bem rápido e tinha bastante reflexo. Paulo, por sua vez, preferia uma espada de duas mãos. Ele não era muito rápido, mas era suficientemente forte para sustentar o peso da arma e conseguir manuseá-la muito bem, Manuel levava um machado de batalha pesado. Sua força era superior a de Paulo e isso garantia golpes mortais e praticamente indefensáveis, Joshua era o mais rápido e experiente de todos. Ele levava um sabre de metal. Sua velocidade, precisão e reflexos faziam com que ele conseguisse ferir mortalmente ou incapacitar um adversário com apenas um golpe. E poderia desferir vários antes mesmo que o inimigo conseguisse desferir um único ataque.

    Eles caminhavam a luz da lamparina quando Joshua virou para Nilton, que parecia estar bem confiante. Seriam eles oito contra todo um acampamento de assassinos e ladrões. Não resistiu em perguntar:

    - Nilton, não que eu esteja desconfiando de você, mas... Quando o auxiliar nos deixou ir, disse que você teria pensado em algo que resolveria nosso problema quanto ao número reduzido que somos em relação aos bandidos. Poderia dizer que plano é esse? Não está pensando em ataca-los de frente, não é?

    - Isso seria suicídio. – O rapaz concordou. – Mas teve algo que me chamou a atenção durante aquela batalha, algo que não esperava ver. A primeira leva de reforços trouxe combatentes que hesitavam em nos atacar.

    Os templários serraram os olhos tentando se recordar da ocasião, mas o primeiro a se manifestar foi Daniel.

    - Reparei que alguns bandidos tinham técnicas melhores ao manusear suas armas, mas outros pareciam completos amadores. Eles não sabiam bem como nos atacar e nem como se defender propriamente... É o que quer dizer?

    - Foi exatamente isso. Mas teve outra coisa: Seus olhares. Enquanto alguns eram completamente frios, livres de receio em matar alguém, nesses outros... Pensei ter visto medo, desespero... Lutas futuras naquele mesmo combate comprovaram o que eu pensei ter visto.

    - E o que isso significa, exatamente? – Manoel se manifestou.

    Joshua parou. Todos o acompanharam e ficaram olhando para ele.

    - Quer dizer... – Continuou – Que eles não são bandidos?

    - É o que estou achando. – Confirmou Nilton. – Há muito tempo não recebíamos trabalhos de outros vilarejos mais ao norte. Já recebíamos poucos, mas, de repente, não havia mais nenhum. Já expulsamos muitos bandidos da região, o que justificaria, mas nem mesmo um trabalho, qualquer coisa que fosse? Não tínhamos tempo para ir para esses vilarejos e descobrir o problema, mas agora acho que sei. Esses bandidos estão escravizando os moradores. Forçando-os de algum jeito, força bruta ou sei lá, a lutarem por eles. E é esse um dos motivos mais importantes de acabarmos de vez por todas com essa organização!

    - Ainda não entendi como essa informação nos ajudará em relação a nossa desvantagem numérica. – Diego continuava confuso.

    - Eu entendi. – Lucas assentiu. – Se é contra a vontade deles que servem esses bandidos, não será difícil fazer com que eles se aliem a nós. Principalmente a nós, os Templários, e a vocês, que são mercenários experientes e também muito conhecidos.

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