Capítulo 1 - Parte Final

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    Parte final: A companhia


    O bandido morreu.

    Daniel jazia de pé ao lado do corpo, enquanto Nilton, de olhos arregalados, ainda segurava a gola da camisa do homem desfalecido, ambos tentando assimilar o que ele tinha dito. A coisa era muito mais séria do que eles imaginavam. O que estava acontecendo era uma conquista, não só simples saques!

    Manoel veio depressa para falar com eles:

    - Nilton, Daniel, encontramos algumas mulheres que estavam prisioneiras nas barracas... – Ele parou quando viu a expressão no rosto dos amigos - O que houve?

    - Depois contamos. Quantas são? – Perguntou Nilton enquanto erguia-se.

    - São treze. Elas faziam tarefas domésticas para aqueles porcos.

    - Reúna todos. Vamos partir imediatamente. – Nilton escondia sua voz de preocupação. - Pegue um saco de dormir, alguns cobertores e use algumas madeiras para improvisar uma maca para Lucas.

    Manoel assentiu e correu para dar as instruções.

    - O que vamos fazer? – Daniel fez a pergunta óbvia.

    Nilton sacudiu a cabeça e virou-se para o amigo.

    - Tenho que pensar mais a respeito, mas temos pessoas feridas. Lucas precisa de cuidados urgentes.

    - Então o plano é voltar, por enquanto. – Daniel virou-se, olhar de foco imperturbável. – Vamos arrumar logo essa bagunça.

    Eles foram até Lucas, que era tratado por algumas das mulheres auxiliadas por Joshua e Manoel.

    - Como ele está? – O jovem mais baixo perguntou.

    - Perdeu a consciência, mas está só descansando. Ele esgotou todas as forças, mas vai viver. – Joshua informou, para o alívio dos dois.

    - Paulo e Oswald já estão terminando a maca para acomodá-lo. Temos um longo caminho até o Templo, melhor sairmos o quanto antes para que Lucas fique em melhores mãos. – Manoel sugeriu.

    Assentiram e, com isso, os dois se juntaram ao restante do grupo, ajudando-os com primeiros socorros para os demais feridos. Depois dos preparativos prontos, o grupo saiu do acampamento e tomou o caminho de volta ao Templo. Lucas foi sendo continuamente tratado das feridas pelas mulheres que tinham libertado. Tinha melhorado consideravelmente, mas seu corpo e as regiões queimadas ainda doíam.

    Quando chegaram, a movimentação rotineira no Templo cessou, dividindo a ação dos residentes entre entrar correndo para chamar o Mestre Damião e apressar-se em cuidar dos feridos, enchendo-os de perguntas sobre o que havia acontecido. A multidão que se formou ao redor do grupo abriu espaço para a passagem de Damião.

    - O que vocês tinham na cabeça?! Poderiam ter morrido... – Um pensamento mórbido correu por sua mente ao não notar um de seus alunos. - Céus, onde está Lucas?

    - Está melhor. – Daniel acalmou-o. – Contaremos a você depois, mas agora ele precisa de cuidados.

    - Está bem, claro. – O velho templário assentiu, recobrando-se do susto. Levem-no para dentro, por favor.

    Lucas foi levado para dentro do Templo e vários curandeiros tratavam de suas feridas restantes, além de melhorarem o tratamento precário que tinha recebido devido à falta de remédios. Algumas horas depois, o rapaz abriu os olhos, notando várias pessoas a seu redor.

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