Capítulo 3 - Parte Final

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    Parte final: Arrisque tudo

    Passaram-se alguns meses desde que Norah começou a dar assistência aos prisioneiros do laboratório, mas o destino deles era inevitável... Vários morreram por falta de comida ou tratamentos mais eficientes do que os que a garota podia oferecer. O Duque não apresentava nenhum sinal de preocupação enquanto o número dos presos diminuía cada vez mais. Norah foi ao local o máximo de vezes que pode, mas sentia remorso por todos os que não conseguiu salvar. O estado mental se deteriorava, Eniac realizava cada vez mais brutalidades a troco de nada, só para ver o rosto daqueles soldados se contorcendo de dor. Ela não estava mais conseguindo se controlar... Além de ter de presenciar todo aquele jogo mental doentio, Eniac não a deixava ver seu irmão e nem saber onde ele estava sendo mantido prisioneiro. Durante todo o tempo que passou trabalhando na oficina do Duque juntamente com seus colegas, não recebera sequer uma notícia do irmão. Não sabia se Phillip estava comendo, se estava sendo bem tratado ou se retiraram a coleira que o mantinha preso ao controle de Eniac. Seus pais visitaram Norah no feudo de Forsyth no dia que Phillip desapareceu. Eles não queriam dar as más notícias através de uma carta. Sua mãe chorava incessantemente e seu pai estava com uma expressão de derrota e tristeza que a filha jamais tinha visto em seu rosto. Ele se culpava por não fornecer proteção adequada ao filho pela presunção de não ser necessário. Norah chorava por não poder contar a eles o que tinha acontecido com seu irmão e por ter que mentir para seus pais, mas não tinha outra escolha.

    Depois de algumas horas no castelo e de terem pedido assistência para o Duque na esperança de encontrar o paradeiro do Kaspar caçula, partiram para Alvagarte. Norah se recusou a voltar, pois sugeriu que poderia traçar um plano juntamente com Eniac para formar grupos de busca pela região próxima e pediu para o pai fazer o mesmo. Ela odiava ter que continuar naquele lugar, mas só teria a chance de libertar seu irmão se o fizesse. Quando a carruagem de seus pais desapareceu no horizonte, ela forçou a se acalmar e retomar seu trabalho.

    Ela estava voltando para seu quarto com o grupo quando o secretário do Duque chamou-os:

    - O duque Eniac requisita a presença de vocês em sua sala particular. – Informou.

    Da última vez que tinham estado naquela sala, foi para informar que estavam desistindo de continuar sob a tutela de Eniac... O início de todo aquele pesadelo. Não importavam quais seriam as ordens, nenhum deles se sentia confortável naquele castelo, não mais. De qualquer forma, seguiram para lá.

    Pararam diante da porta e bateram. Segundos depois, Eniac pediu para que entrassem.

    Pararam diante dele, esperando pelas ordens.

    Eniac se levantou e deu a volta na mesa. Ele encarou os seis com triunfo no olhar.

    "Idiota arrogante." – Pensou Norah, irritada.

    - Não me encare dessa forma, minha cara. – Provocou Eniac. – Lembre-se que...

    - Que você está com meu irmão. Já estou ciente. – Interrompeu.

    Os outros a olharam discretamente. Norah estava no limite de sua paciência e isso era ruim.

    - Se acalme Norah. – Pediu Chris calmamente.

    Eniac sorriu.

    - Não há necessidade em pedir, caro Christopher. Ela mesma disse que está ciente da situação.

    - Desculpe interromper, duque Eniac. – Disse Neil. – Mas qual foi a razão de ter requisitado nossa presença, senhor?

    - Claro. Direto ao ponto: Vocês passaram 67 dias trabalhando no desenvolvimento de meu dispositivo. Concluíram um bom número de coleiras e luvas. Não o suficiente para serem utilizadas em Alao, mas em quantidades suficientes para um teste em escala aumentada.

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