Capítulo 1 - Parte 9

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    Parte 9: Duelo de poderes


    - É o moleque que também tem poderes! – Alguns comentavam entre si.

    Para Balgor não importava. Com poderes ou não, um moleque era um moleque. Iria esmaga-lo e queima-lo.

    - Vejam só isso! O pirralho tem seus truques! – Desdenhou. - Acha que é o suficiente para derrotar o guerreiro mais temido de Alao?!

    - Se está tão confiante assim, eu te proponho um duelo mano-a-mano. – Lucas avançou. - O perdedor se rende sem resistência ao vencedor.

    - Acha que sou burro?! Prefiro matar todos agora!

    Os bandidos riram, concordando.

    - Entendi... – Lucas, dirigia-se principalmente para os bandidos. – O Grande Balgor não quer arriscar quebrar uma unha lutando contra um moleque com metade do próprio tamanho!

    O orgulho e a reputação do bandido estavam em jogo. Ele sabia que estava com um grupo melhor que os camponeses, mas os templários e aqueles dois mercenários realmente eram bons, pelo que tinha ouvido falar. Suas chances de vencer eram indefinidas. Não sabia se tinham algum plano de combate. A julgar pela formação, suas suspeitas estariam corretas. Além disso, aquele bando de sanguinários tinha que saber que seu líder não recuava, pra evitar qualquer desconfiança e revolta. Eram idiotas demais pra entender que toda a situação não dependia só de força. Por outro lado, um duelo mano-a-mano com um pirralho oferecia melhores chances de vitória. Muito melhores. Ele teria a chance privilegiada de fazer o moleque engolir as palavras que disse ao mesmo em tempo que a morte horrenda que pretendia dar a ele faria com que os camponeses se rendessem ao medo, voltando a rastejar a seus pés implorando por clemência! Sorriu.

    - Eu aceito.

    O bandido ordenou que uma arena fosse montada. Ele queria um palco onde todos pudessem observar impotentes, a morte daquele moleque! Seus lacaios usaram as cordas e estacas de madeira das barracas para improvisar uma arena mais ou menos de vinte e cinco metros quadrados. De um lado, Balgor e seus bandidos, do outro, os mercenários, templários e os camponeses.

    As regras eram: O primeiro que morresse, perdia. Bem complexo.

    Lucas preparou seu machado e se concentrou. Do outro lado Balgor ria e puxava gritos, vaias e insultos dirigidos a Lucas.

    - Vamos começar, pirralho. - Balgor apanhou uma clava no seu cinto.

    "Eu quebro esse graveto fácil"- Lucas apertou o cabo de seu machado.

    Balgor levantou a clava e a incendiou, o brilho das chamas iluminando seu sorriso desafiador.

    - Ótimo! – Lucas praguejou baixo.

    Os dois se dirigiram para o centro da arena, o templário ajeitando sua postura.

    O bandido avançou com um grito intimidador e desferiu um golpe descendente. Lucas saltou para o lado e preparou o machado para dar um golpe rápido nas costelas do bandido, mas Balgor chutou terra no rosto de Lucas, que tentou se proteger colocando uma das mãos na frente do rosto. Antes mesmo de qualquer outra reação, Balgor desferiu outro golpe com a clava em chamas e acertou Lucas bem no peito, lançando-o para rolar no chão.

    A multidão de bandidos gritava e vaiava Lucas e os templários xingavam Balgor pelo golpe sujo.

    - Ai. – Comentou Nilton, com uma expressão de dor. – Essa foi feia.

    - Mas ele vai precisar de bem mais se quiser vencer. – Daniel apontou. – Olhe para ele, está só brincando.

    - Sem regras aqui rapazes! – Disse Balgor com os braços abertos e um sorriso maléfico no rosto, puxando vaias para Lucas.

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