Epílogo: Uma sombra

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    Local – Setmor, capital de Isas, Reino da Escuridão; 617 d.C.

    - Organizem as tropas, quero minhas mensagens entregues o quanto antes para resolvermos rápido essa questão urgente.

    O cavaleiro de armadura negra ajoelhado perante a rainha levou o punho fechado ao peito e assentiu.

    - Você parece inquieto, general. Algo lhe aflige?

    - Peço desculpas por permitir que a expressão marque meu semblante, majestade. Se me permite a pergunta, por que essa decisão ousada?

    - Você é uma pessoa experiente, general. Sabe que nossas ações significam mais para os outros do que para nós mesmos. É pensando no povo que tomo essa decisão.

    - Vossa majestade tem em mente que tal pedido poderia enfurecer os demais reis e rainhas?

    - Não é um pedido, general. É um aviso.

    - E se por acaso recusarem?

    - A recusa significaria a condenação, não só da realeza, mas de todo o reino. Não terei escolha a não ser tomá-las a força!

    - Mas isso significaria guerra! – Ergueu-se o general.

    - Não erga seu tom de voz com a rainha! – Censurou outro cavaleiro. – Onde está seu respeito?

    Mas a rainha ergueu a mão, silenciando o cavaleiro.

    - Me responda general Dárius: Quando se ajoelhou perante meu pai para receber o posto de comandante do Batalhão Real unificado de Isas, jurando servir ao trono, se referia apenas a ele ou a mim também?

    O general voltou a se ajoelhar.

    - Jurei servir a qualquer um que sente no trono real até minha morte, minha rainha.

    - Pois bem. Se sua lealdade manda que siga as ordens, então faça como lhe ordenei. Prepare o exército, após a confirmação, partiremos imediatamente. Capitão. – Ela chamou o outro cavaleiro.

    - Sim, majestade? – Atendeu de imediato.

    - Tome a frente e informe os homens sobre a missão. Isas marchará por Onicísios em breve.

    O capitão se levantou, levou o punho fechado ao peito e assentiu.

    - Imediatamente, minha rainha. Com sua licença.

    O capitão fez uma reverência e saiu da sala do trono.

    A rainha voltou seus olhos para o general ainda ajoelhado e cabisbaixo.

    - Também está dispensado, general. – Continuou.

    O homem se ergueu, mas não saiu de imediato. Ele encarou a rainha por alguns segundos e finalmente disse:

    - Há poucas décadas, nos tempos em que o rei ainda governava e quando eu ainda era um jovem na Academia Real, lembro-me que ao lado dele sentava-se uma jovem alegre e carinhosa. Se me permite a pergunta, majestade, o que houve com ela?

    - Ela perdeu o pai e o irmão. – Respondeu simplesmente.

    O general abaixou o olhar em tom de desculpas, a rainha continuava a encará-lo em seu tom sério e indiferente.

    - Mil perdões, majestade. Executarei suas ordens de imediato. Isas marchará por Onicísios em breve.

 Isas marchará por Onicísios em breve

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