Guerreiros do Norte

Capítulo 3 - Parte 6

    Parte 6: Pesquisa sigilosa

    Norah abriu os olhos. Estava deitada numa cama no salão científico principal. Desde os últimos quatro meses vinha fazendo exames para monitorar a evolução de sua habilidade. Os cientistas liderados pelo próprio duque de Forsyth terminaram de anotar os resultados em seus blocos e pediram para ela se levantar.

    - Parece que você se fortaleceu em 3%. – Informou.

    Desde os últimos cinco exames semanais sua evolução manteve-se em 3%. Não era um dado preocupante, mas um dado conclusivo.

    - Isso significa que você atingiu o auge de sua habilidade. O que acontece agora é apenas uma evolução de seus poderes mágicos e força física. – Completou o outro.

    - Entendo. – Disse ela.

    Não era uma notícia que a agradasse, mas até aquele ponto, tinha melhorado em quase cinco vezes seus poderes de absorção, o que significava, segundo Eniac, que se ela atingisse seu acúmulo máximo de energia, poderia ficar quase um dia inteiro descarregando seus poderes sem se cansar.

    A porta se abriu e seus amigos entraram.

    - Dado decisivo? – Perguntou Neil.

    Norah assentiu.

    Os discípulos tinham conseguido progredir consideravelmente graças as Situações. Enfrentaram divisões de soldados inteiras, viajaram pelo continente, construíram equipamentos e treinaram por dias a fio. Ficaram tão poderosos que não precisavam mais da proteção do feitiço. No começo acharam que não iriam aguentar, mas foram se acostumando aos poucos. As noções de combate físico e mágico foram de quase zero para um nível respeitável, o que era incrível e possível graças ao feitiço das Situações. Segundo o Duque Eniac, suas mentes trabalham numa velocidade que transcende o tempo real dentro das situações. Sendo assim, os quatro meses de treino equivaleriam a quase um ano inteiro de trabalho. Todos estavam muito contentes com seu progresso, inclusive o Duque.

    - Senhores. – Chamou o Duque. – Me acompanhem até minha sala, por favor.

    Os sete seguiram até a sala particular do Duque. Em todos os meses que treinaram e estudaram no palácio de Forsyth, nunca estiveram muitas vezes dentro da sala particular de Eniac. Era um lugar muito bonito. O pé direito chegava a quatro metros e o espaço era grande para uma sala particular, com cerca de quarenta metros quadrados. As paredes eram cobertas por estantes de livros, inclusive no canto direito, onde uma escada levava até um patamar superior, onde os livros mais raros e importantes ficavam. Abaixo desse patamar havia uma mesa de madeira bem trabalhada onde o Duque se sentava para trabalhar e ler. Ao contrário do castelo, não havia espaço para obras de arte, armaduras ou itens belos e raros, o espaço era puramente dedicado ao conhecimento. Embora não soubessem do que se trataria dessa vez, sempre que os jovens eram convidados a sala, o assunto era bem mais sério.

    O duque parou bem no centro do cômodo e virou-se para seus discípulos:

    - Certamente imaginam que o que lhes tenho a dizer é mais sério do que o comum. Estão corretos. Acredito que chegamos num ponto onde podem começar a estudar sobre meu trabalho mais recente. – Ele deu uma pausa, observando os olhares curiosos, com um sorriso se formando no rosto. – Não vão ouvir falar dessa pesquisa em mais nenhum lugar. Pelo menos não num futuro próximo.

    O duque foi até a mesa e pegou uma pilha de livros idênticos sobre ela.

    - O conteúdo desses livros é absolutamente confidencial. Ninguém além de vocês tem autorização para saber sequer da existência deles.