Parte 8: Balgor, o vermelho
A caminhada seguia sem contratempos, ao contrário do que eles pensavam. Estavam prontos para sacar suas armas e retomar a posição defensiva de horas atrás, mas aparentemente não havia ninguém mais observando seus passos, levando todos a concluir que aquele acampamento de fato pertencia aos remanescentes do ataque ao Templo. Mesmo assim, caminhavam em ritmo reduzido para não correrem riscos desnecessários, afinal, agora também estavam responsáveis por aldeões sem experiência relevante em combate.
Daniel seguia à frente para detectar qualquer anormalidade, os templários e Nilton se espalhavam em forma de semicírculo e Manoel vigiava a retaguarda, os aldeões no centro da formação para não terem que fazer o primeiro contato com um inimigo que saltasse das matas.
Depois que estavam mais relaxados, um pouco mais convencidos de que realmente não seriam atacados, a trilha ficou mais densa subitamente.
- A passagem está bem diferente do que me lembro... – Nilton pontuou.
- A trilha por aqui era bem mais aberta quando passamos! – Nigel estava surpreso. – Será que não nos perdemos?
Lucas olhava ao redor, se sentindo estanho, como se já tivesse passado por aquilo... Então ele se lembrou. O mesmo acontecera quando se perdeu na floresta há 4 anos. Ele tinha certeza que seguia a trilha, quando de repente tudo mudou e ele se viu no meio de uma mata fechada e sem indícios de trilhas ou caminhos abertos pelos locais. O que será que significava?
- Deem só uma olhada. O que é aquilo? – Daniel apontou adiante.
O grupo olhou na direção indicada e avistou algumas pedras empilhadas logo mais adiante, onde o caminho subitamente, assim como tinha se fechado, se alargava em uma imensa clareira. Andando na direção das pedras, notaram que, um dia, formaram uma estrutura como um muro ou parede. Mais a frente, viram várias outras dessas ruinas que se estendiam até onde a vista alcançava.
- Mas o que será que é isso? – Nilton andava pelo local, olhando por todos os lados.
- Devem ser de algum vilarejo antigo. – Sugeriu Oswald.
- Eu duvido. – Discordou Paulo. – Parecem bem antigas e são de pedra. Nunca vi um vilarejo com construções inteiramente de pedras. Principalmente desse tamanho. – Apontou.
- Isso com certeza não estava aqui quando passamos. – Reforçou Silas, que averiguava algumas pedras retangulares desmoronadas ao lado de Nigel.
- Vocês têm certeza de que o caminho era esse? – Diego quis confirmar.
- Sim, sem dúvidas! Era por aqui mesmo! Lembro bem do caminho, não desviamos em nenhum momento. – Os aldeões afirmavam um a um.
- Isso é muito estranho... – Lucas cochichava consigo enquanto andava pelo local. – Quando as encontrei, estava partindo da Vila dos Coqueiros, a sudeste da Vila do Porto, mas agora... Será que fui tão longe assim sem perceber? – Ele passou a mão por uma parede antiga repleta de vinhas enquanto caminhava. – Quando achamos a trilha no dia seguinte, ela nos levou diretamente para o Templo, como deveria ser... – Lembrou-se.
Lucas retomou sua atenção para a cena quando uma sombra caiu sobre seu rosto. Ele ajustou sua posição para encarar uma estrutura imensa e irreconhecível. Notou que Daniel estava parado mais à frente, diante da entrada, onde um portão podre e enferrujado jazia tombado. O templário foi até o lado do amigo.
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Guerreiros do Norte
FantasyUm jovem templário em uma ilha precisa juntar forças com uma dupla de mercenários para salvar os aldeões de um bandido sanguinário repleto de lacaios. Um jovem alista-se no exército de seu reino para adquirir a força que precisa para vingar a morte...