Capítulo Final: Destinos

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    Parte 1: Nos Mercenários


    Nabal estava sentado numa das cadeiras da sala de reuniões, desolado, enquanto Lucas e Nilton conversavam no canto. A garota roldórnia tinha feito todos de bobo e fugiu antes que pudessem esclarecer as coisas. Óbvio, Nabal tinha ajudado nessa última parte...

    - Ela se foi. – Disse Daniel, que tinha acabado de entrar na sala. – Pegou nosso navio, que estava partindo para Alvagarte.

    - Ela realmente tinha um plano... – Constatou Lucas, retoricamente.

    - E muita sorte. – Ajuntou Daniel. – Mais alguns minutos e ela teria perdido a carona.

    - Então ela contou com uma coordenação excelente do nosso amigo Nabal também... – Completou Nilton. - Se ele não tivesse invadido o quarto dela hoje ou tivesse feito isso antes, ela não teria como escapar. Pelo menos não antes de a acharmos.

    Os três olharam para Nabal. Ele continuava quieto. Sequer sabia que os três ainda estavam ali.

    Daniel suspirou:

    - Ele não pode ficar assim para sempre.

    - Depois de tudo o que passou, ouvir que a equipe está viva com certeza o chocou. Espero que não tenha ficado maluco de vez... – Nilton encarava o alao sem muita expectativa.

    - Ele só está muito preocupado. – Esclareceu Lucas.

    Os dois olharam para ele.

    - Tudo bem... Apavorado e desesperado descreveriam melhor. - Considerou. – Mas não muda a questão: ele não faz ideia do que vai fazer agora.

    - Precisamos falar com ele, ouvir os detalhes do que sabe. Para isso, ele tem que colocar a cabeça de volta no lugar.

    Foram até o inconsolável Nabal, parando ao redor daquela figura angustiante. Lucas colocou a mão em seu ombro e o chamou:

    - Nabal. Ouça o que temos a dizer.

    O ex-soldado nem se mexeu.

    - Precisamos de você conosco agora. – Chamou Nilton, sacudindo-o de leve.

    Nada.

    - Deixem comigo. – Falou Daniel, afastando os outros.

    Ele levantou suavemente o rosto de Nabal. Com a outra mão, deu um tapa forte bem na cara dele.

    - Levante-se soldado! – Gritou.

    Com o choque súbito, Nabal se levantou, com os olhos confusos.

    - Eficiente... – Sorriu Nilton.

    - Desculpem... Eu não deveria... – Começou Nabal.

    - Guarde as desculpas para depois. – Interrompeu Daniel. – Precisamos conversar sobre toda essa situação agora.

    Ele concordou com a cabeça.

    - Antes de revermos nossa posição sobre aceitar, sem pensar duas vezes, qualquer estranho que aparece em nossos portões, precisamos concordar com algumas coisas. – Começou Nilton. – Primeiro, ela não agiu de acordo com o plano, segundo, ela quis ser descoberta e terceiro... Ela está precisando de ajuda.

    - A primeira é óbvia. – Daniel cruzou os braços.

    - E a segunda também. – Lucas assentiu. – Mas por que você acha que ela está precisando de ajuda?

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