Capítulo 2 - Parte 8

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    Parte 8: O que é ser um soldado


    No dia seguinte o grupo caminhou como de costume, parando em lugares para reabastecerem os cantis e evitando a trilha principal sempre que podiam.

    Aran andava na frente, como sempre, e prestava atenção em cada folha de árvore da floresta. Ele parou e levantou a mão sinalizando para que todos parassem.

    - Ouvi alguma coisa.

    Aos poucos o barulho ficava mais evidente e o Grupo 37 sacou suas armas. Um grupo de seis pessoas saiu de trás de uma árvore de tronco extremamente largo com armas às mãos.

    - Identifiquem-se! – Proferiu Aran.

    O líder do grupo levantou um pergaminho de fita vermelha.

    - Grupo 18 em missão de proteção do pergaminho.

    O Grupo 37 guardou as armas, Allan mostrou seu pergaminho e identificou sua equipe de forma igual.

    - Tomem cuidado. – Alertou Allan – Mais à frente a trilha fica mais larga e várias outras se juntam a ela. Logo não poderemos mais evita-la e ficaremos vulneráveis a ataques.

    - Entendido. – Disse o líder da outra equipe. – E vocês, procurem não andar muito distante dela também. Se observarem o mapa, verão que a floresta fica mais densa e que abriga alguns animais perigosos. Também achamos indícios de um acampamento a oeste daqui. Não sabemos de quem é. O inimigo pode estar querendo nos cercar.

    - Entendido. – Disse Allan.

    Os dois grupos seguiram seus caminhos. Depois de mais uma hora caminhando, Allan decidiu parar para alertar seu grupo.

    - A partir de agora teremos que deixar este caminho. Parece que para chegarmos até a fortaleza, teremos que andar pela trilha principal, pois, ao redor dela, existem lagos e outros obstáculos.

    - Fiquem mais atentos. – Completou Aran – É agora que a parte final e mais difícil começa. Se o que o Grupo 18 nos informou estava certo, esse afunilamento era exatamente o que nossos inimigos estavam esperando.

    O Grupo 37 saiu da mata e entrou na trilha aberta e larga e seguiram em frente. A caminhada foi tranquila e não encontraram nenhum grupo rival. A noite caiu e o grupo saiu da trilha para acamparem com mais segurança.

    Depois de comerem uma parte dos poucos suprimentos que restavam, iniciaram a guarda noturna, começando por Teddy.

    Algumas horas depois, Nabal levantou-se e foi em direção ao posto de guarda. Lá encontrou Emily sentada e encostada em uma árvore.

    Ele se aproximou e chamou-a.

    Emily virou-se:

    - Está na hora, não?

    - Sim, pode ir descansar.

    Ela se levantou e eles trocaram de lugar. Emily deteve-se.

    -... Nabal... – Hesitou.

    O jovem, que estava prestes a sentar-se, olhou de volta para a garota.

    - Sim?

    -... Faz tempo, mas... Eu gostaria de me desculpar.

    Nabal ficou confuso.

    - Desculpar-se? Pelo quê?

    - Foi no primeiro dia que viemos para esta floresta, quando o Grupo 9 nos abordou. Eu estava tão atordoada pelo que estava acontecendo que fui incapaz de me defender. Acabei fazendo com que lutasse com duas pessoas... Você foi atingido, não foi?

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