Parte 12: A única opção
Nabal estava ainda ajoelhado no chão sem saber o que fazer. Estava destruído, desolado em sua tristeza que nem ouviu os passos atrás dele. Duas pessoas se aproximavam. Sentiu uma mão em seu ombro, mas quando foi se virar, uma corrente de dor tirou o ar de seus pulmões. Ele tremia e não conseguia nem piscar. Por fim a dor cessou e ele caiu de cara no chão. Enquanto seus olhos se fechavam, ouviu alguém falando:
- Eletrocutei esse idiota. Devo mata-lo?
- Não. – Disse outra voz. – Leve ele para o centro móvel. O Duque vai querer vê-lo.
Quando Nabal acordou, tentou se mover, mas sentiu algo restringindo seus movimentos. Ele estava acorrentado ao chão da barraca. Dois guardas estavam logo atrás dele, ameaçando-o com lanças e uma figura surgiu dos fundos do local. Ele era magro, tinha longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo folgado. Não parecia ter mais de 30 anos.
- Ah! Nosso convidado de honra acordou! – Disse ele com uma voz empolgada, como se estivesse interessado em Nabal como em um cachorro que iria aprender um truque novo.
Nabal ainda estava meio tonto, mas reparou nas feições do homem: Ele não tinha barba ou bigode e, apesar das palavras, seus olhos mostravam seu desdém por Nabal. Ele parecia ser importante e sua capa dourada jogada sobre o ombro esquerdo, ornamentada e adornada mostrava seu ar de superioridade.
- Sabe, meu caro, você deveria saber que é imprudência sair pela floresta à noite em plena fronteira. Mas vou te dar a chance de... Se redimir comigo. Você atrapalhou minha engenhosidade e matou meus soldados, então terá de experimentar meu novo brinquedo. – Prosseguiu o homem.
O homem tirou uma coleira dourada de trás da capa. Ela tinha uma agulha bem fina saindo da parte interior da coleira, além de uma pedra azulada acoplada. Nabal arregalou os olhos e enfureceu-se ao ver o objeto. Ele tremia, gritava e se debatia, tentando se levantar e estrangular aquele homem. Aquela coleira era igual a que viu no pescoço de seu pai!
- Interessante essa sua reação... Conhece meu dispositivo, rapaz?
Nabal estava bufando. Ele inflamou seus braços para derreter a corrente e matar aquele homem!
O nobre riu.
- Isso não vai funcionar. Achou que eu me esqueci desse detalhe? Por favor! – Desdenhou.
Nabal gravava na memória o rosto de cada um presente naquela barraca para o caso de encontros futuros.
- Duque Eniac. – Chamou uma jovem no canto da barraca. Ela tinha os cabelos loiros na altura dos ombros, presos por uma fita dourada. – Isso ainda não foi testado!
– Não se preocupe senhorita Norah. - Eniac andou até Nabal. – O teste será feito agora!
- O que fez com eles? – Rugiu Nabal.
- Seus amiguinhos? Não se preocupe com eles. Eu sou uma pessoa muito hospitaleira. Mandei-os para um lugar BEM melhor! - Eniac sorriu cruelmente. – Mas fique honrado, rapaz. Eu te darei um destino muito melhor que a morte!
Um soldado puxou os cabelos de Nabal para trás, expondo o pescoço do rapaz. Eniac colocou a coleira no pescoço de Nabal. A agulha perfurou sua nuca e ele sentiu uma das piores dores de sua vida. Nabal gritou agoniante, mas até isso doía. Duque Eniac colocou uma espécie de luva que tinha hastes finas de metal que percorriam os dedos da luva. Uma pedra vermelho-sangue estava fixada na palma dela.
O duque eletrocutou a luva e faíscas saíram das hastes. Nabal sentiu aquela sensação de choque outra vez, só que parecia que agora estava dentro dele. Novamente gritou de dor, sentia como se algo estivesse tomando conta de seu corpo. De repente, arregalou os olhos. Deveria ter sido assim com...
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Guerreiros do Norte
FantasyUm jovem templário em uma ilha precisa juntar forças com uma dupla de mercenários para salvar os aldeões de um bandido sanguinário repleto de lacaios. Um jovem alista-se no exército de seu reino para adquirir a força que precisa para vingar a morte...