Parte 9: Determinação
No dia seguinte, olhou para os rostos de seus amigos pela primeira vez desde o ocorrido. Ela tinha corrido para o quarto e se trancou lá, não respondendo a nenhum apelo. Eniac achou melhor que deixassem que ela abstraísse durante aquele dia, pois precisaria estar plenamente "operacional", como ele mesmo disse, para que não estragasse nada.
No quarto, Norah conseguiu chorar tudo o que queria naquele momento. Era uma mistura de desespero com frustração e raiva. Depois que voltou a si, definiu seus próximos passos. Não havia escolha se não obedecer, óbvio, e seus amigos teriam que fazê-lo também para preservar seu irmão mais novo. Ela podia confiar que eles cumpririam as ordens às quais fossem incumbidos, o que a relaxava, de certa forma. Ela decidiu que usaria o acesso ao laboratório secreto para estudar as pesquisas biológicas do duque enquanto pensava em uma maneira de usar aquela situação contra ele. Não sabia como, mas surgiria uma oportunidade para que ela pudesse pensar e chagar a uma resposta.
Quando o dia seguinte chegou, saiu de seu quarto e deparou com os outros cinco esperando na sala.
- Norah... – Começou Linus. – Nós não sabíamos de nada, juro pelos Deuses. Lamentamos por isso...
- Tudo bem. - Respondeu simplesmente. – Mas eu preciso que façam o que Eniac mandar. Meu irmão depende disso.
- Não vamos vacilar. – Respondeu Hal.
- O Duque requisitou sua presença na Sala, para que entrem no laboratório secreto. – Informou Neil.
Norah assentiu. Partiu sem dizer mais nada.
- Estou preocupada. – Disse Sabrina.
- Todos nós estamos. – Consolou Chris. – Mas a única que pode fazer alguma coisa é Norah. Só espero que ela não se precipite e acabe fazendo algo perigoso...
Norah seguia em frente. Ela ouviu seus amigos falando e podia garantir que não se precipitaria. Quanto a não fazer algo perigoso... Não podia garantir nada.
Ela chegou à Sala, encontrou Eniac diante da porta e se aproximou.
- Espero que tenha descansado e pensado muito sobre sua situação. – Sorriu Eniac.
Ela assentiu friamente, mas seu olhar era de um foco imperturbável e de um brilho amedrontador. Eniac conseguia enxergar a revolta crescendo e era exatamente isso que ele queria. Se por acaso ela estivesse pensando em fazer algo, aquele era o dia que se arrependeria de ter pensado até nessa possibilidade.
- Eu disse que você teria acesso ao laboratório, mas não que eu lhe daria os meios para entrar.
Ele retirou a chave cilíndrica do bolso e introduziu na fechadura da porta. Energizando-a, Eniac abriu a porta.
O Duque se virou para ela, e segurando a chave bem perto do rosto da aprendiza, deu outro sorriso. Norah estava ficando cansada daquele sorriso arrogante.
- Não vai entrar nesse laboratório sem mim, fui claro? Embora não precise dizer isso. Não há como entrar sem essa chave!
Ela segurou a ponta da chave entre o polegar e o indicador e afastou-a da frente de seu rosto.
- Entendido.
- Ótimo. Vamos.
Desceram todo o caminho até chegarem à sala de pesquisas. Eniac virou-se para ela mais uma vez.
- Terá uma pequena aula prática agora, senhorita.
Norah franziu o cenho.
- Como?
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Guerreiros do Norte
FantasyUm jovem templário em uma ilha precisa juntar forças com uma dupla de mercenários para salvar os aldeões de um bandido sanguinário repleto de lacaios. Um jovem alista-se no exército de seu reino para adquirir a força que precisa para vingar a morte...