Capítulo 2 - Parte 11

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    Parte 11: O destino é cruel

    Nabal e seu grupo renderam a guarnição da Torre 2 e começaram seu turno. Dentro da torre havia espaço suficiente para todos. A torre tinha três andares e cada um dava uma vista privilegiada da floresta logo a sua frente. Era trabalho deles, vigiar as redondezas e reportar qualquer coisa diferente que vissem no relatório diário. O relatório seria levado ao comandante e ele tomaria as medidas necessárias.

    Nabal escolheu ficar no terceiro andar. Ele olhava para a floresta como se algo fosse sair de lá a qualquer momento. Ele escutou o barulho de alguém subindo a escada circular de pedra, como a torre.

    - Oi. – Disse Emily.

    - Oi.

    - Você parece tenso...

    Nabal suspirou.

    - Era aqui que ele estava. Há 13 anos.

    - Eu sei. – Emily foi até seu lado. – O que espera encontrar aqui?

    - Eu não sei. – Admitiu. – Não sei o que fazer agora. Estava louco para que esse momento chegasse e agora... Não sei... Simplesmente não sei.

    Emily pegou a mão de Nabal.

    - Não fique assim Nabal – Consolou-o. – Você pode sempre contar comigo. Estarei bem aqui quando você precisar de mim.

    Nabal sorriu para ela.

    - Eu lhe prometo que também estarei. É o mínimo que posso fazer pela pessoa que mudou minha vida.

    - Isso me lembra de como você era quando nos conhecemos, lembra-se? Lá no alojamento.

    O sorriso dele desapareceu.

    - Ainda não sei por que você simplesmente não me ignorou depois de eu ter sido tão frio, afinal... Era o que eu queria na época.

    - Sabe... Quando falei com você naquele dia, notei que você era diferente do que demonstrava ser. Eu percebi na sua voz que você estava sofrendo por causa de algo e eu fiquei um tanto intrigada com isso porque, como eu disse... Eu queria conhecer o verdadeiro Nabal.

    - E agora? – Perguntou ele. – Acha que o conhece?

    Emily deu um risinho.

    - Sim. E eu amo ele.

    Nabal teve vontade de apertar Emily. Aquela garota era incrível!

    - Também te amo. – Disse ele.

    Emily puxou Nabal mais para perto de deu um beijo nele.

    - Agora está melhor?

    - Muito melhor! –Respondeu Nabal. A angústia desapareceu por completo.

    - Ótimo! – Disse Emily empolgada.

    - Sabe. – Começou Nabal, mudando de assunto. – Estou começando a achar que esse trabalho não vai ser tão empolgante assim.

    - Felizmente Alao treina tantos soldados que não precisaremos suportar um regime militar igual os dos outros reinos.

    Era verdade. O método de treinamento utilizado por todos os outros reinos consistia em Escolas de Guerra. Crianças, geralmente meninos, filhos ou parentes de nobres, geralmente, eram recrutados ou se voluntariavam a partir dos nove anos de idade para iniciar suas aulas sobre todas as táticas militares e de combate armado. Isso possibilitava que os garotos fossem moldados ao longo dos anos até se tornarem ótimos soldados, estrategistas e/ou líderes. Embora seja muito eficiente e permita conseguir um material humano do mais alto padrão, o número de crianças recrutadas por feudo é extremamente limitado devido a toda infraestrutura necessária para treinar os garotos ao longo de uma década, quando não mais. Então Alao criou uma alternativa a esse método. Começou quando o pai do rei Morgan, Alastor, percebeu que existiam reinos como Isas, Yzor, Parkavus e Loubar conseguiram imprimir um regime de treinos muito mais eficiente que a média dos outros, deixando o poderio militar de Alao para trás. Enquanto Roldórnia, Marash e Ul-Há compensavam com o treinamento de magos de guerra e Sálori tinha uma marinha poderosa, além de guerreiros e magos destemidos, Alao não tinha com o que compensar. Então Alastor decidiu estender a faixa etária de admissão de soldados para à partir de 18 anos para pessoas vindas de qualquer nicho social, incluindo mulheres também. Com isso somado ao amor e dedicação ao reino dos alaos, centenas de pessoas que incluíam nobres, cidadãos comuns, filhos de comerciantes, agricultores e até mendigos procurando uma vida melhor, se voluntariavam semestralmente. O treino não seria tão completo, mas compensou-se com a intensidade e dificuldade de um treino posto nas mãos dos maiores generais de todo o reino.

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