Capítulo 12

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Irene parecia inquieta aquele dia, ela balançava as pernas e batia com uma caneta sobre a mesa fazendo um barulhinho irritante que estava me deixando bem desconcentrada. Ela olhava o celular de segundo em segundo e vez ou outra soltava um suspiro de insatisfação.

— Tá tudo bem? — Perguntei quando aquele barulho de caneta estava ficando insuportável.

— Não é nada que você precise se preocupar. — Respondeu sem olhar pra mim. Não sabia se aquilo era um fora ou apenas seu lado gentil.

— É que você tá me irritando. — Disse dando um Leve sorriso, levantando e indo até sua direção, pegando a caneta de suas mãos.

— É que ele não me liga! — Disse revirando os olhos, desvendando parte do segredo, então era um homem que ela estava esperando.

— Namorado? — Disse puxando a cadeira e sentando ao seu lado. Não saberia por quanto tempo mais ela responderia minhas perguntas então aproveitei.

A verdade é que eu estava bem interessada. Ela era linda, inteligente, eloquente. Os diretores adoravam ela e eu senti uma admiração leve que foi crescendo enquanto ela sorria pra mim, um dos sorrisos (se não o sorriso) mais bonitos que eu já vi.

— Não. — Respondeu quebrando meu pensamento e dando um certo alívio pra mim. — Ele é uma pedra no me sapato.

Ri e ela me olhou com repúdio. — O que é engraçado? — Respondeu de pronto me fazendo cessar a risada.

— Desculpa. Não sei. — Disse com um tom de desespero, que a fez sorrir.

— Você é muito fofa Seulgi. —
Fiquei paralisada. Ela me chamou de fofa, eu ouvi certo?

— Fofa? — Deixei meu pensamento escapar pelos lábios.

— Sim fofa. — Ela sorriu. — Mas não ache que eu estou dando em cima de você. —Disse logo em seguida.

— A gente poderia sair um dia, como naquele dia que comemos juntas, o que acha?— Sugeri.

— Eu te chamo de fofa e você logo me convida pra sair? Vc é sempre fácil assim? — Perguntou me deixando bem nervosa na verdade.

— Não... Não era isso, assim... Pode...

— Seria legal. — Interrompeu.

Nossa conversa foi interrompida por seu telefone tocando que ela atendeu de pronto, trocando algumas palavras e finalizando rapidamente a ligação, eu estava voltando para minha mesa quando escutei uma última frase.

— A gente pode sair hoje Seul?

— Claro! — Respondi sem exitar.

IRENE

Uma vez pelo menos a cada 3 anos eu recebia ligações de Sebastian, e aquele ano era o 4° e nada de ligação. Estava inquieta, sabia que em algum momento ele iria ligar e aquela semana eu estava no auge da ansiedade. Não é que eu não fosse grata por tudo que ele havia feito por mim, mas a presença dele me causava mais extresse do que o cotidiano normal.

Naquela manhã eu tinha certeza que ele ligaria. Meu corpo não podia se conter e ficava se movimentando sem parar, até que a mais nova em minha frente, desconcentrada, veio me repreender. Depois de um longo período ele finalmente ligou.

Oi amor, tava com saudades? —  Disse ele antes mesmo de eu pronunciar qualquer coisa.

— Claro que não o que vc quer?

Passar uns dias na sua casa amor, você sabe. Tradição.

— Não dá. Eu vou sair. — Disse desligando antes que ele falasse qualquer outra coisa.

Seulgi havia sugerido que saíssemos, então aproveitei aquele momento.

— A gente poderia sair hoje? — Perguntei, vendo-a voltar ao seu lugar.

— Claro! — Ela respondeu aparentemente animada e eu apenas sorri.

사랑 - Amor | SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora