Bip Bip Bip
Esse som ecoava pelo cômodo que parecia vazio. Fui abrindo os olhos lentamente, a claridade os irritava um pouco, já que estavam sensíveis. Com os olhos abertos observava o lugar onde eu estava, parecia um quarto de hospital, demorei um tempo para reconhecer. Encarava o teto por alguns segundos, tentando me lembrar como e porque fui parar lá, mas o esforço era em vão.
Uma mulher de cabelos longos e franja se aproximou de mim, talvez uma enfermeira. "Não". Me corrigi mentalmente, ela não estava vestida como enfermeira.
— Finalmente você acordou. Pude acompanhar sua expressão mudar para um sorriso largo. Seus olhos se fecharam no ato e eu não pude deixar de achar aquilo fofo.
— bom. Você dormiu por bastante tempo. Ela deu uma risada descontraída agora. — consegue se lembrar seu nome?
A mulher misteriosa permanecia ao meu lado, e aparentava uma calma que naquele momento eu invejei.
Mas aquela pergunta me fez refletir por alguns segundos, como era meu nome mesmo?
Ah sim. Bae joohyun. Esse era meu nome.— Joohyun. Respondi com uma voz meio falhada. — Bae Joohyun.
— isso, sim. Prazer Joohyun. Eu sou Seulgi. Kang Seulgi.
Pensei um pouco, aquele nome me parecia bem familiar. Será que eu conhecia ela? Se sim de onde seria? Eu não me lembrava daquela mulher que parecia me conhecer.
— eu vou chamar a enfermeira, tudo bem? Tenho que avisar que você acordou. Sorriu mais uma vez agora dando um leve toque em minha mão. Assenti levemente com a cabeça e logo depois ela deixou o quarto.
Quando senti seu toque em minhas mãos, lembrei que haviam outras partes em meu corpo, mexi a outra mão e tudo parecia certo, então mexi minha perna esquerda, seguida da direita. Tudo certo por ali também. Então o que deveria ter acontecido?
Não demorou muito para uma mulher de jaleco branco adentrar a sala, ir em minha direção e ao terminar todos os procedimentos necessários se virou para a mulher, não tão estranha mais, que insistia em ficar na sala.
— parece que está tudo bem com ela. Mas ainda vamos fazer alguns exames. A mulher saiu da sala logo em seguida. Se despedindo de nós duas.
— eu sabia que você iria acordar, mas pra ela... Acho que ela não acreditou muito nessa possibilidade. Sorriu — sabe, deveríamos ter feito uma aposta. Continuou ainda sorrindo.
— eu.. pensei se poderia falar isso ou não, ela poderia ficar ofendida. Mas até onde eu me lembrava não tinha muitas pessoas por mim.
— eu não me lembro de você. Desculpa. Sorri timidamente abaixando a cabeça. Estava sentada agora.Seulgi sentou ao meu lado, na cama e segurou minha mão. — então, Joohyun. Começou. — é uma história complicada, sabe? E antes de tudo eu quero te pedir desculpas.
Meu olhar confuso permaneceu enquanto a ouvia falar, eu me sentia mal, desnorteada e ainda sem saber como fui parar em um quarto de hospital.
— você está aqui há quase seis meses. Começou a desvendar a situação.
Meus olhos com certeza dobraram de tamanho ao ouvir aquilo. Seis meses? Isso é real?
Ela sorriu. Provavelmente percebendo meu olhar assustado. — sim, seis meses. Os médicos disseram que você tinha 10% de chance de voltar e isso pra mim era o suficiente para ter esperança. Então, todos os dias desde o acidente, eu venho visitar você.
— que acidente? Meus pensamentos foram expostos sem que eu percebesse. Eu não me lembrava do tal acidente.
— eu... Ela olhava as mãos hesitando um pouco para terminar a frase. — eu bebi bastante. Ainda estava olhando suas mãos enquanto tentava continuar. — e quando eu percebi já tinha acontecido. Me desculpa Joohyun.
Seu olhar alcançou os meus no momento do pedido de desculpas, mas eu não tinha o que dizer naquele momento, apenas observei.
— quando eu percebi que tinha batido em alguém eu chamei uma ambulância, não tinha condições de continuar dirigindo então fiquei ali parada, na verdade sentada... Do seu lado. Ela sorriu timidamente antes de continuar — Esperando a ambulância chegar, eu fui com você, e estive aqui por todo esse tempo. Eu queria e esperava que você acordasse e eu queria estar presente quando acontecesse pra pedir seu perdão pessoalmente.
Ela fez uma pausa.
— você poderia ter morrido. Quando chegamos aqui os médicos disseram que você tinha tipo um traumatismo craniocerebral. Por isso agora que você acordou eles vão refazer todos os exames e ver se não ficou com nenhuma sequela.
— eu dormi por seis meses? Foi a única coisa que consegui dizer, eu ouvi tudo que foi dito da boca de Seulgi, mas não conseguia acreditar que estive tão ausente. Seis meses perdidos.
— eu tentei contatar seus pais ou parentes, mas eu não consegui.
— seria estranho se você conseguisse. Eu não tenho família.
— Ah. Seulgi abaixou a cabeça, parecendo triste. Mas logo sua expressão mudou e seus olhos me olhavam novamente. — eu posso ser sua família se você quiser. Ela sorriu pra mim do jeito fofo outra vez. E eu me senti no impulso de retribuir aquele sorriso.
— você se machucou? Perguntei curiosa.
— sim, mais nada comparado ao que aconteceu com você. O carro bateu numa árvore e eu me machuquei um pouco, quebrei um braço e machuquei um pouco o rosto. Mas já estou bem e espero que você também fique.
— eu também espero. Finalmente olhei em volta do quarto, reparando em uma mesinha pequena que continha algumas possíveis coisas de Seulgi. Fitei alguns livros em cima da mesma, estreitando os olhos parar tentar ler o título de todos eles. — vampiros? Sussurrei
— o que? Seus olhos foram em direção à mesa que eu ainda fitava. — ah sim. Os livros. Ela sorriu. — eu passo a tarde toda aqui com você então leio algumas histórias de vampiros pra nos distrair.
— não gosto de história de vampiros.
— desculpa, eu não sabia. Posso trazer outros livros se você quiser.
— você não tem família? Perguntei
— sim. Eles sabem sobre o acidente, mas sabe, não é como se eles esperassem menos de mim. Sorriu sem muito entusiasmo.
Aquilo me confundiu um pouco mas decidi não me aprofundar.
— e você não trabalha? Tentei mudar de assunto
— sim. Mas outras pessoas podem me substituir.
— sem correr o risco de perder o emprego? Fazia uma série de perguntas sem perceber.
— eu meio que sou privilegiada. sorriu
— como assim? Ainda estava confusa.
— meu pai é o dono da empresa KNG.
Como um estalo me lembrei de onde conhecia Kang Seulgi, a filha mais velha do presidente de uma empresa de jogos, KNG. Kang Seulgi estava em meu quarto agora, a própria Kang Seulgi.
— eu sabia que conhecia você de algum lugar.
Sorri, e a vi sorrir também.
— como sabe meu nome? Perguntei.
— você estava com uma identidade no dia do acidente, muito obrigado por isso, facilitou bastante.
Sorri. — sim, eu costumo andar com ela.
—se lembra de alguma coisa? do acidente?
Aquela pergunta me fez entrar em um estado pensativo, buscava mais uma vez na minha memória algum flash se quer de lembrança sobre o dia, enquanto olhava a parede branca do hospital, mas eu não conseguia, como era possível? Será que eu, eventualmente, me lembraria?
Balancei a cabeça negativamente. — não consigo me lembrar de nada. Finalizei, ainda fitando a parede.
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Oi gente, então né espero que ninguém queira me mata depois esse ep.
N desiste de mim PF.
Até o próximo, bjs.
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사랑 - Amor | Seulrene
Fanfiction• Concluída • onde Irene é uma vampira que ao longo de seus 2 séculos nunca conheceu alguém como Seulgi. o que será que acontecerá quando Seul descobrir seu segredo?