capítulo 36

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Seulgi estava se recuperando bem daquele acidente e eu não tinha visto Sebastian desde daquele dia. Nunca achei que ele fugiria de mim, talvez ele estivesse mesmo com medo e aquele pensamento me fez feliz de certa forma, queria dizer que ele estava levando mais a sério minhas ameaças do que eu pensava.

Já havia passado uma semana desde o acidente, com a pancada brusca no chão ela havia quebrado algumas costelas, torcido o pé esquerdo e quebrado também sua mão esquerda. Havia perdido uma quantidade considerável de sangue mas aquilo já havia sido resolvido graças a minha capacidade de persuadir tão "gentilmente" a enfermeira, ela foi ameaçada, mas talvez pelo meu estado de nervos mais atacado do que o normal ela pareceu não se importar, tínhamos o mesmo tipo sanguíneo o que facilitou muito as coisas.

Eu havia procurado Sebastian por alguns lugares, mas desisti por que queria dar atenção completa para Seulgi, passava a maior parte do dia naquele lugar com ela. Ela acordou na tarde seguinte do acontecido, sorrindo da forma mais linda que poderia considerando suas condições, grande parte das minhas tensões acabaram ao perceber que ela me reconheceu de imediato.

Pensava que Sebastian poderia aparecer ali e esse foi um dos motivos que eu não conseguia sair do lado dela em momento nenhum, pensei também em Yeri, pensei que ele poderia ir atrás dela mas logo aquele pensamento me deixou, não achava que ele faria isso, era claro que pra me atingir ele teria que atacar Seulgi e eu não achava que ele seria inteligente o suficiente para ir atrás da Irmã da minha namorada, e que o ato também me preocuparia. Fiquei completamente paranóica e cada pessoa que entrava poderia ser ele disfarçado ou até mesmo a mando dele. Mas tudo parecia calmo e normal, até o dia de Seulgi ter alta. Quando entramos no táxi eu tive certeza absoluta de ter visto ele de longe.

(...)

Deixei que Yeri cuidasse de Seulgi por um momento enquanto eu iria em casa, pegaria algumas roupas e voltaria naquela noite mesmo para o lado dela. Entrei na casa e levei um susto enorme quando vi quem estava sentado no sofá, no escuro, apenas me esperando.

- VOCÊ! gritei indo em direção a ele com toda fúria.

Ele se levantou em gargalhadas e segurou minhas mãos, que estavam no ar a ponto de socar a cara dele.

- seu sangue precisava sair do meu organismo meu amor. Não poderia arriscar morrer por causa de uma ratinha de laboratório.
Sorrio sarcástico me fazendo sentir uma raiva quase fora de controle.

- QUAL É O SEU PROBLEMA? POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? não consegui conter os gritos, enquanto me livrava de seu braço.

- você tava me traindo com aquela garota.. Eu estive aqui primeiro.. Eu fiz tudo por você. Ele fazia um tom dramático enquanto soltava sorrisinhos de canto de boca fazendo uma pausa dramática a cada frase falada. - pena que ela não morreu, deixa pra próxima.. Inclusive ela sabe que você é vampira?

— claro que não né idiota.

— você nunca parou pra pensar que ela vai perceber que você não envelhece? Ou você tá só se divertindo mesmo e depois vai comer ela?

— por que isso te importa?  Perguntei sem esconder a minha aflição.

— me importo com as coisas que vão te deixar mal de alguma forma, meu amor.

Lembrei que eu tinha um canivete dobrável no meu bolso, carregava para o caso de encontrar com pessoas indesejáveis. Sem pensar duas vezes o peguei, sem nem mesmo que ele se desse conta, lançando cortes não tão fundos como eu gostaria em grande parte de seu rosto, deixando que ele ficasse sem reação por algum momento, que foi o suficiente para joga-lo no chão segurando seu pescoço, ele ficou imóvel por um certo tempo.

- eu te falei pra ficar longe da Seulgi. Não interessa quanto tempo leve eu vou te matar. Eu tenho tempo lembra? Graças a você eu tenho bastante tempo pra planejar sua morte, mesmo que eu morra junto no processo. Falei em um tom quase de sussurro, antes de virar sua cabeça com força fazendo com que seu pescoço fosse quebrado, deixando ele alguns minutos desacordado. Tempo suficiente para que eu pudesse fazer tudo que eu queria.
Subi as escadas, arrumei algumas roupas dentro de uma mochila grande, tomei um banho rápido, desci as escadas e fui em direção a cozinha. Procurando no fundo da última gaveta no armário algumas seringas que eu sabia que estavam Ali, não me lembrava ao certo por que mas sabia que eu tinha aquilo em casa. Finalmente achei, eu sabia que ele estava quase perto de acordar, mas como último ato enchi aquele pequeno objeto de 10ml com meu sangue e apliquei em seu braço ainda imóvel. Saindo daquele local logo em seguida, levando comigo mais algumas seringas do mesmo tamanho, por algum motivo que eu não fazia idéia.

(...)

O dia foi bem agitado e eu agradecia por ter passado, bem rápido até. Então as 23h estávamos nós duas deitadas, eu estava mais acima na cama enquanto ela deitava se aconchegando em meu pescoço, respirando suavemente ali. Eu me sentia muito grata por aquele momento, por ela estar bem, por estar viva e por estar quase que 90% recuperada. Eu até diria que ela estava dormindo quando de depende a vi levantar a cabeça né encarando.

— o que foi? Perguntei da forma mais doce que pude, olhando em seus olhos que pareciam confusos.

— eu nunca soube... Sabe, o que você iria dizer aquele dia... Antes do acidente. O que era? Era possível ver a curiosidade aumentando em seus olhos.

Me lembrei daquela noite pela milésima vez aquela semana, o rosto de Sebastian tinha atingido um olhar de felicidade doentio, que me deixou realmente assustada. Mas afastei aqueles pensamentos na mesma hora. Piscando algumas vezes mas sem parecer uma louca para aquela pessoa a minha frente. Me lembrei da tulipa que tinha comprado pra ela e o que aquilo significava, sorri no mesmo momento.

— eu ia te dar um presente, mas meio que perdi ele. Falei por fim.

Voltei a acariciar seus cabelos, fazendo sinal para que ela voltasse a posição que estava, o que foi bem acatado por ela que na mesma hora voltou para seu lugar e poucos minutos depois percebi sua respiração mais profunda, o que me fez perceber que ela tinha dormido. Dormi logo em seguida, ali naquela mesma posição abraçada com ela, agradecendo mais uma vez por tudo estar bem.

사랑 - Amor | SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora