Capítulo 39

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SEULGI

Fazia no mínimo meia hora desde que acordei e ainda estava deitada na cama, na mesma posição por todos aqueles minutos, pensando no dia anterior onde Irene disse que amava, de novo e de novo. Sorri mais uma vez, talvez a milésima só aquela manhã. Decidi me levantar, eu não precisava trabalhar já que era domingo, mas planejava sair aquela manhã, indo contra tudo que eu geralmente fazia, que se resumia em acordar tarde e passar o resto do dia vegetando apenas.
Aquele dia seria diferente, eu pensei em caminhar. Então me levantei devagar, calcei os chinelos e fui até o banheiro, lá fiz toda higiene matinal que deveria ser feita e ao final me olhei no espelho apenas para checar minha aparência. Não era uma pessoa tão egocêntrica assim e também não fazia aquele tipo de coisa com frequência, mas eu me sentia linda, então dei uma piscadinha para meu reflexo no espelho sorrindo logo após.
Yeri ainda dormia então deixei um recado no quadro branco e pequeno que tinha na cozinha, ao lado da geladeira.

"fui caminhar, favor não colocar fogo na casa"

Eram aproximadamente 7h da manhã e havia uma leve névoa pela cidade, fazia frio então estava com meu conjunto de moletom favorito, na cor cinza e tênis próprio para uma corrida, que eu não fiz. Corri por um minuto talvez, desisti e comecei a apenas andar devagar, admirando as pessoas que passavam pela rua, apressadas e distraídas. Meus olhos passaram pela praça que havia naquele bairro e lá havia um homem sentado, olhando exclusivamente para mim. Sorri parada ali, encontrando nossos olhares. Fui em direção dele.

— Oi. Disse sentando ao seu lado.

— Oi Seulgi. Respondeu me olhando de cima a baixo. — parece que está bem melhor agora.

— sim. Agora o acidente é só uma lembrança ruim.

— que pena.

— o que? Perguntei confusa.

— que pena pra pessoa que te atropelou que não conseguiu o que queria. Ele riu como se dissesse aquilo querendo mostrar apoio.

Sorri, mas ainda sem entender o porquê dele sempre dizer aquelas coisas, ele era realmente muito estranho. Me lembrei que Irene tinha me dito pra ficar longe dele então achei que aquele fosse o possível motivo. Me levantei, pronta para sair de sua presença.

— já vai? Resmungou em tom baixo.

— sim. Ela já vai. Irene surgiu atrás de mim me dando um susto.

Me virei sorrindo pra ela.
— bom dia.. amor. Exitei, mas disse o que queria.

— bom dia amor. Ela sorriu pra mim, pegando minha mão e nos afastando de Sebastian.

IRENE

— você sabe que não pode ficar sempre tentando proteger ela de mim não é.

Já em casa, Sebastian e eu estávamos iniciando o que parecia ser uma conversa decente. Simplesmente pelo fato de eu estar bem cansada aquele dia.

— uhum.. eu sei. Respondi arrastando a voz.
— que tal uma trégua? Completei

— assim do nada?

— você quase matou ela.

— todas aquelas ameaças deixadas de lado pelo medo de perder Seulgi.  Disse em tom sarcástico.

— você vai ou não me dar a trégua?

— não.

Olhei pra ele, vendo que não mudaria de ideia.

— por que não acredita em mim?

— ontem você disse que me mataria e hoje quer trégua? Tem que ser mais esperta que isso.

— só estou cansada de tentar ficar imaginando seus passos e o que você vai fazer da próxima vez que chegar perto.

— eu não acredito em você.

— af. Por que não? Eu não sou boa atriz? Me levantei indo em direção ao meu quarto.

— não, você é péssima.

— não traz ninguém aqui hoje tá? Eu quero dormir.

Fiz um último pedido que ele pareceu querer acatar, por sorte minha talvez. Mas só pareceu mesmo

A manhã chegou, mas não minha vontade. Eu realmente queria ficar em casa, pensando com mais clareza já que no trabalho eu tinha uma linda distração de olhinhos de gato que me deixava sem nenhuma reação e sem ideia alguma sobre como me livrar do homem que queria se livrar dela.
Ele não aceitou a trégua de ontem, que eu queria mesmo que acontecesse por que, por algum motivo idiota eu estava bem sentimental e cansada.
Levantei da cama com um ânimo quase nulo, entrei no banheiro e lá fiquei por cerca de 30 min, fazendo toda higiene com bastante lentidão. Saí já vestida e fui até a cozinha, onde estava meu melhor amigo de longa data, vulgo Sebastian. Meu ânimo desceu mais alguns degraus na escala, não achava que era possível.

— bom dia amor. Ele disse sorrindo, talvez notando meu estado. Já que aquele dia faziam exatos três meses que eu não dormia.

— por favor não me diz que deixou um corpo dentro de casa outra vez.

— não. Dessa vez eu me livrei dele. Revirei os olhos.

— obrigada.  Falei enquanto tomava um gole do meu café da manhã forçado, já que todas aquelas noites mal dormidas me davam muita sede.

— cuidado que esse pode ser meu sangue. Brincou ele

— então me mata. Disse terminando, pegando minha bolsa e indo em direção a porta.

— você sabe que eu não faria isso com você. Eu te quero pra outra coisa.

Me virei olhando com a cara mais realista de repúdio que pude fazer.

— calma, é brincadeira. Terminou.

Sorri sarcástica, voltando a caminhar e batendo a porta atrás de mim.

사랑 - Amor | SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora