38° capítulo

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Diana Montgomery

Não acredito que William foi capaz de desconfiar de mim, ele nem ao menos me deixou explicar e já foi me acusando, não vou aceitar ser acusada desse jeito, suas palavras me machucaram como um punhal e sua atitude para comigo me deixou muito assustada, a maneira como ele me segurou forte pelo braço me deixou temerosa, o local onde ele apertou está doendo e tenho certeza que ficará marcado, o jeito como ele gritava na minha cara sem nenhum tipo de piedade me faz ponderar que tipo de pessoa William realmente é.

Nunca havia o visto dessa maneira e espero não ver nunca mais, me assustou e não quero passar por isso novamente. Caminho pelos corredores do Palácio enquanto lágrimas salgadas rolam pelo meu rosto, não quero ver William nem ninguém, quero apenas ficar sozinha.

Saio pelas portas do fundo e chego no Jardim, os soldados não percebem a minha presença, aproveito o momento e entro na estufa a qual tem uma porta secreta que leva pra fora do Palácio. Saio por ela e logo estou enfim livre para ir onde quiser, caminhando entre a escuridão da rua encontro a casa da minha mãe, sem mesmo esperar caminho apressadamente até ela para que ninguém me reconheça, não estou afim de admiradores nem curiosos, até porque William descobriria rapidamente onde eu poderia estar, mas não duvido que em poucas horas ela estará aqui afim de me levar embora.

Bato na porta e três batidas depois ela abre se revelando pra mim, seus cabelos negros estão amarrados num rabo de cavalo e suas roupas que antes eram desgastadas agora são de grife, assim que ela me vê seus olhos se enchem de lágrimas e logo começam a transbordar pelo seu rosto, entro na sua casa e ela me puxa pra um abraço apertado.

Como senti saudades desse abraço, o calor materno e o cuidado de uma mãe para com um filho é simplesmente indescritível, o amor que sinto pela minha mãe é incondicional, quem me dera morar nesse abraço pela eternidade.

— Quantas saudades meu amor, mamãe estava morrendo de saudades de você.— Diz me abraçando forte.

— Também estava com muitas saudades mamãe, não quero te largar nunca mais.— Falo com a voz embargada pelo choro.

Ela me solta e olha no fundo dos meus olhos, a mesma fica séria e preocupada, a ligação que temos é tão forte que apenas no olhar minha mãe sabe o que estou sentindo.

Com ela não consigo esconder minhas emoções.

— Conte pra mamãe o que está lhe afligindo minha flor?! Por que veio a essa hora da noite sozinha e desacompanhada? Sabe que é perigoso andar sem proteção nas ruas.— Diz preocupada.

Nos sentamos no seu sofá enorme e passo a contar tudo o que aconteceu durante o tempo em que fiquei no Palácio e a minha briga com o William.

— Ele pensou que a vitamina era anticoncepcional?— Pergunta séria e assinto.

— Sim, ele não me deixou sequer falar, fiquei magoada com a desconfiança dele, mas mais magoada mesmo fiquei quando ele disse que colocaria outra em meu lugar, naquele momento me senti um nada mamãe, me senti descartável, percebi que poderia ser substituída facilmente e com muita facilidade, pude perceber e entender que ele não me ama como pensei que amasse, acho que tudo o que ele me disse foi da boca pra fora apenas para me agradar, porque quem ama não diz essas coisas mesmo que esteja triste ou com raiva mamãe.— Falo e deito minha cabeça em seu colo.

Ela acaricia meus cabelos e aproveito pra fechar os olhos enquanto recebo seu cafuné, havia tempos em que eu não sentia esse amor materno, desde que me casei com William quase não tenho tempo de vê-la, mas pretendo mudar isso, não irei aceitar ficar longe por muito mais tempo outra vez nem dela nem da minha tia, ambas são tudo pra mim e as quero presente sempre em tudo o que eu fizer.

— De fato é lamentável o que ele lhe disse meu anjinho, porém os homens são diferentes de nós mulheres quando estão com raiva, eles não sabem separar as coisas e nem mesmo sabem pensar no que vão dizer, em momentos de raiva assim como seu marido estava é simplesmente impossível raciocinar direito. Não estou justificando o erro dele e muito menos aceitando o que ele fez, mas aconselho você a esperar a poeira baixar para depois conversarem, sempre costumo dizer que o diálogo resolve tudo, quando era casada com seu pai e tínhamos esses momentos sempre sentavamos e conversávamos sobre o que havia acontecido, dessa maneira resolviamos nossos problemas e no fim terminavamos bem. Converse com seu esposo e assim tenho certeza de que tudo será esclarecido.— Diz e assinto.

— Irei fazer isso mamãe.— Falo bocejando.

Ela sorri e me dá um beijo no topo da minha cabeça.

— Com sono minha flor?

— Sim mamãe, hoje meu dia foi agitado e mal tive tempo de descansar.— Falo esfregando os olhos.

— Vamos subir, irei deixar você descansar no quarto que deixei separado só pra você.— Nos levantamos e seguimos em direção ao quarto.

Assim que a porta se abre vejo o quarto decorado numa cor lilás, a parede onde a cama está encostada está decorada com um jardim repleto de flores. O quarto é bem decorado de uma maneira um tanto infantil mas que amei muito, ele é do jeito que eu desejava quando era pequena, e isso só me deixa ainda mais emocionada.

Olho pra minha mãe sorrindo alegremente e caminho pelo quarto olhando tudo com atenção e cuidado, ela mantém seus olhos fixos em mim observando cada reação minha em relação a decoração.

— Gostou?— Pergunta com expectativa.

— Eu amei mamãe.— Falo animada e ela sorri.

— Nem eu nem seu pai pudemos lhe dar na época um quarto assim, e mesmo agora você estando casada eu quis fazer esse quarto, de alguma forma isso me deixa realizada com um ar de missão cumprida.— Diz com os olhos lacrimejados.

Caminho até ela lhe dando um abraço.

— Eu amei mamãe, esse quarto é simplesmente adorável, sempre que vir aqui irei dormir neste quarto, e quando eu lhe der netos servirá pra eles também.— Falo e ela assente emocionada.

— Agora descanse meu amor, irei preparar uma comida gostosa pra você, para que quando acordar possa comer.— Diz se virando pra ir embora, mas antes que ela saia do quarto seguro em seus braços fazendo sua atenção voltar pra mim.

— Cadê minha tia? Não vi ela.

Minha mãe sorri de um jeito estranho.

— Ela está na casa do namorado dela.— Diz me deixando surpresa.— A mesma está namorando o Conde Pôncio, ele é um homem muito amoroso e cuida muito bem da sua tia, já estão até mesmo planejando o casamento deles. Mas irei lhe contar os detalhes melhor quando estiver descansada, não se preocupe com mais nada apenas descanse, estarei lá em baixo caso precise de mim.— Diz me dando um beijo na bochecha e logo sai do quarto me deixando sozinha.

Caminho até a cama surpresa pela revelação sobre o relacionamento da minha tia, porém estou imensamente feliz por ela, pois a mesma merece.

Me deito na cama me ajeitando e me cubro com o cobertor enquanto penso em como William está, será que está procurando por mim? Talvez sim, talvez não, mas no momento não vou me preocupar com isso, ainda estou magoada com ele e essa mágoa só vai passar quando enfim conversarmos.

William vai padecer um pouco, vai ter que sofrer um pouquinho não é mesmo meninas?

Votem e comentem bastante meus amores, a gente se na próxima semana, até se cuidem e bebam água. Xoxo ♡♡♡

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