42° capítulo|Bônus

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Annie Montgomery

Voltei pra casa com um propósito e não irei descansar até desvendar este mistério, assim que as luzes do Palácio se apagam me levanto da cama e uso minha capa preta.

Assim poderei me locomover melhor no escuro sem que ninguém perceba, nem mesmo os soldados.

Saio do meu quarto pela passagem secreta que sai no corredor oposto dos aposentos reais, caminho sendo guiada apenas pela iluminação da lua que clareia o Palácio através das janelas.

— Quem está aí?— Levo um susto ao ver um soldado se locomovendo no corredor.

Me escondo rapidamente atrás de uma estátua enorme e fico em silêncio esperando o soldado ir embora.

— O que aconteceu?— Um outro soldado pergunta ao seu amigo.

— Pensei ter ouvido passos, mas não tem ninguém por aqui.— Diz me deixando aliviada.

— Certamente deve ser o vento batendo nas janelas, hoje o clima está mais frio do que de costume.— O soldado fala novamente.

— Com certeza deve ter sido isso mesmo, agora vamos voltar ao nosso posto.— Diz e os dois vão embora.

Fico escondida por mais alguns minutos apenas por precaução, após ter a certeza de que está tudo certo saio do meu esconderijo e sigo caminho, logo chego em frente ao escritório antigo do meu pai, William não usa essa sala por nada neste mundo, ele só entra aqui quando precisa de algo, caso o contrário ele nem pisa os pés aqui, segundo ele este local é sagrado e ele quer preservar a memória do nosso pai deixando este lugar impecável.

Meu pai simplesmente amava ficar aqui, não sei por qual motivo já que ele passava a maior parte do seu tempo trancado aqui dentro, seja como for não me importo, espero pelo menos poder encontrar algo útil nessa sala que ele tanto ficava durante o dia todo.

Abro a porta devagar e entro rapidamente antes que o outro guarda apareça, a ronda é de cinco em cinco minutos, aproveitei este tempo pra entrar sem ser vista, na saída usarei o mesmo método.

William não pode nem sonhar que estou nessa sala, é capaz dele me mandar morar com minha tia materna na Noruega por desobedecer uma das suas regras mais restritas e impostas pelo mesmo.

Mas o que ninguém sabe ninguém estraga, ele só vai saber caso eu dê mole ou conte a alguém, e isso não farei até que descubra algo útil dessa história mal contada.

Quero descobrir tudo por trás daquele massacre daquelas famílias a qual foi supostamente mandada pelo meu pai, preciso ter a certeza se foi ele mesmo o mandante ou não, mas sei em meu coração que meu pai é inocente e que aquele general mentiu, só me resta saber o que ele ganharia com tudo isso, se ele for o culpado o que tenho quase certeza de que seja, ele pagará caro por ter mentido e por ter matado toda aquela gente, pela memória do meu pai e pela paz dessas famílias eu mesma irei em busca da verdade e nada nem ninguém vai me impedir.

Fecho a porta a trancando em seguida, sigo até a mesa do meu pai e posso até mesmo sentir o seu cheiro impregnado neste lugar, fecho os olhos tocando em suas coisas, é como se ele ainda estivesse vivo entre nós, como gostaria que isso fosse verdade e que tudo o que vivemos não passasse de um mero pesadelo.

Deixo a saudades de lado e foco na minha missão, abro as gavetas e procuro documentos que aticem minha curiosidade e intuição. Vejo um papel com o sobrenome Jones e o pego em mãos, nunca ouvi falar sobre essa família e isso me questiona saber o porquê meu pai tem um documento com esse sobrenome tão estranho.

Abro a pasta e começo a ler interessada em cada detalhe, assim que vejo os nomes da família Jones arregalo os olhos.

— Será? Não pode ser, seria muita coincidência certo?— Pergunto a mim mesma ainda assustada com toda essa informação.

Largo essa pasta em cima da mesa e volto até a gaveta, vejo outras pastas com outros sobrenomes, pego todas elas e leio uma por uma, todas são idênticas a da família Jones. As informações são fundamentais pro que tenho em mente, e se eu estiver certa a geração dessas famílias se arrependerão amargamente de terem se tornado quem são nos dias de hoje.

Porém entendo que não tiveram escolha já que mentiram pra eles.

Vejo um pequeno documento num envelope preto no fundo da gaveta bem escondida entre outras pastas, a pego e abro pra ver do que se trata, quando começo a ler fico petrificada, arrasada e despedaça.

— E-Eu sabia, sabia!— Sorrio entre as lágrimas.

Parte de mim está feliz, mas a outra parte está destruída por saber que isso resultará em uma vingança mais intensa e dolorosa, sem contar nos meus irmãos que terão que saber sobre tudo isso, esse segredo irá abalar várias famílias, mas será necessário para que a paz venha reinar na nossa gloriosa cidade.

Pego todas as pastas com as revelações assustadoras e escondo entre a capa que estou vestindo, organizo tudo como estava antes da minha chegada e olho através da porta, não vejo nenhum guarda e aproveito pra sair, tranco a porta e saio entre a escuridão.

Apresso meus passos e caminho a passos largos quando de repente vejo um guarda se aproximando.

— Eiii você!!!— Diz apontando pra mim.— Parada aí!— Ordena.

Falta apenas mais alguns metros até a passagem secreta, não obedeço e corro até a passagem o guarda consegue me puxar pelo capuz da capa, mas na mesma hora consigo entrar na passagem e a fecho em seguida.

Os soldados não possuem acesso a passagem secreta, só a família real pode utilizá-la, tenho certeza que meu irmão será comunicado sobre isso, mas amanhã é outro dia e ele entenderá meus motivos.

Me apoio na parede afim de respirar melhor após esse susto, tenho certeza que ele não me viu pois estava escuro.

Caminho tranquilamente até meu quarto, assim que chego guardo as pastas num lugar onde somente eu encontraria. Depois de guardar tudo volto a me deitar e logo pego no sono em meio aos pensamentos.

Quais segredos são esses e por que todo esse mistério?

Dêem seus palpites, votem e comentem. Nos vemos no próximo capítulo meus amores, se cuidem. Xoxo ♡♡♡♡

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