Sangue Prateado: Força Híbrida

Cap.34

*Ander

Eu estava aliviado de ter despejado todo aquela raiva que eu senti por anos de Liz.
Ela sempre foi uma irmã maravilhosa comigo,cuidou de mim desde que eu era pequeno porque nossa mãe era meio surtada e não ligava muito pra gente.
Ou até ligava,mais do jeito dela,nada carinhosa ou amorosa.

Liz fazia quase o papel de minha mãe,mais era só a minha irmã mais velha.
E as vezes ela era muito legal,me dava cobertura em algumas escapadas minhas,me ajudava a sair escondido,porque nossa mãe deixava a gente trancado em casa.
Mais aí depois ela foi ficando mais parecida com uma mãe do que com uma irmã.
Ela começou a me controlar,dar sermões sobre o que era certo ou errado.
Certo ou errado pra ela no caso.
Não me ouvia mais.
Eu queria que ela me deixasse viver,errar e acertar como todos fazem.

Mais ela só entendia o lado dela,pra ela, só o que ela dizia ou fazia estava certo.
Eu amo a minha irmã,sem ela não sou nada, agradeço a ela por cuidar de mim e ficar sempre do meu lado.
Mais eu estava sufocando com o egoísmo dela, daí então,eu explodi.
E mandei ela pra fora do meu quarto,eu gritei, soquei as coisas, e fiz ela escutar como ela é uma hipócrita e egoísta que só pensa nela.

Ela ficou o resto do dia no quarto dela e eu no meu.
Chegou a hora de ir para o salão,do quarto já dava pra ouvir as risadas e conversas altas dos convidados de meu pai.
Pensei sinceramente em não dar as caras,mais seria muita grosseria,tendo em vista que a festa é pra comemorar que eu e Liz estamos de volta em casa.
Vesti um terno preto, coloquei o meu Rolex mais caro,arrumei os meus cabelos perfeitos e saí do quarto.

Cheguei no topo da escada e lá estava Liz. Descendo degrau por degrau e nossa como ela estava bonita,parecia uma princesa dos contos de fada.
Ela olhou pra mim e sorriu ,mais eu lembrei que estava bravo com ela , então não sorri de volta,endurecí as feições e ela parou de sorrir.
Senti uma pitada de tristeza em vê-la daquele jeito, mais ela merece.
Ela falou com nosso pai e saiu em direção ao jardim com Yann.

A pequena reunião de meu pai estava um tédio, não tinha ninguém interessante pra conversar.
Todos mimados com cara de esnobes,as meninas com dez quilos de maquiagem no rosto que mais parecia uma máscara,os caras com ar de superioridade.
Não sei porque,minha família tem mais dinheiro que qualquer um deles.

Peguei o meu celular,sentei em um canto qualquer e me desliguei daquela festinha chata.
Estava quase indo pro meu quarto quando escutei uma voz feminina bem perto de mim.
Levantei a vista do celular e observei a garota que estava em minha frente.
Branca de cabelos na altura do ombro,ondulados e platinados,olhos azuis e boca rosada,uma boca bem desenhada por sinal.
Corpo escultural e quando percebeu que eu estava a analisando,deu um sorriso que confesso que fiquei balançado.
Era um sorriso confiante,de garota decidida e que sabia que era linda pra caralho.

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- Então você é um dos homenageados da festa?

- Era pra ser,mais a atenção não está em mim.

- Está chateado por isso? Queria as atenções para você.

- De jeito nenhum. Tô fora de chamar a atenção,prefiro ficar quieto em meu canto. Isso é coisa de meu pai,ele é muito extravagante.

- É,eu também prefiro ficar quieta no meu canto.

- Não vi você com o grupinho ali.

- Ah não,eu não vou com a cara deles não,ricos,mimados e se acham mais do que são.

- Interessante. Eu penso a mesma coisa.

- Legal. Mais e aí,tem alguma coisa interessante aqui pra fazer?
Porque eu não me encaixo em nenhuma dos grupinhos desse salão. Então tô meio solitária aqui. Só não vou embora porque minha mãe teria um ataque.

- Eu já pensei em subir pro meu quarto umas cem vezes,mais desisti pelo mesmo motivo,meu pai iria surtar. Você gosta de fazer o que?

- De explorar lugares. Aqui por exemplo, é uma bela casa pra explorar,conhecer algum cômodo secreto sinistro.

- Se tem algum cômodo desses por aqui eu ainda não descobri.

- Podemos descobrir juntos. A propósito eu me chamo Júlia.

- Ander.

- Prazer em conhecê-lo.

- Igualmente. Vou ali falar com o meu pai e já vamos.

- Ok. Eu espero aqui.

(...)

- Pai?

- Oi Ander.

- Eu vou mostrar a casa pra Júlia.

- Oh, está bem. É uma bela moça,e filha de um dos meus grandes amigos. Aprovo muito essa relação.

- Não tem relação nenhuma pai. Pelo menos por enquanto.

- Pelo menos existe uma possibilidade?

- Talvez.