Don't blame me

1.4K 127 34
                                    

I met you in the dark
You made me feel as though I was enough
I pulled you closer to my chest
And you asked me to stay over
I said, I already told ya
I think that you should get some rest

(Eu te conheci no escuro
Você me fez sentir como se eu fosse o suficiente
Eu te puxei para mais perto de meu peito
Então você me pediu para ficar mais
E eu disse, eu já te disse
Eu acho que você deve descansar um pouco)

POV CHRISTIAN 

Ele me disse que tudo ficaria bem, disse que o tempo me ensinaria a caminhar pelas ruas que não conheço. Flynn disse isso. E agora, vendo o mundo em câmera lenta, estendo os braços de maneira quase involuntária quando Anastasia desaba sobre mim. Ela fecha seus olhos suavemente, tão plena como uma pluma em ventania. E eu apenas a seguro.

Seu corpo caloroso contra o meu desperta o desespero em mim quando calculo a gravidade do que está acontecendo.

Não penso em agir de imediato, nem conseguiria, pois o tempo parece desacelerado. Noto quando Gail sai pela porta, porém, ao ver Anastasia nos meus braços, volta imediatamente.

E então tenho consciência de que preciso fazer algo além de deixar a escuridão interna me consumir. Nem mil anos de terapia teriam me preparado para isso.

Me inclino apenas para segurar as pernas de Anastasia. E quando vejo todo o sangue em sua calça, sinto novamente a dor de estar perdendo parte de mim.

A levo para dentro de casa, e realmente não sei mais onde caralhos José está. É a segunda vez em um curto espaço de tempo que eu a tenho assim, quase morta, em meus braços. Essa sensação está me matando. Na sala, deixo seu corpo mole sobre o sofá, e não estou certo de que compreendi o que aconteceu.

-"Dra. Greene está a caminho. Ela disse que precisamos manter a cabeça dela levemente suspensa" Gail surge, de repente, demonstrando total desespero.

-"o que?" Não consigo pensar em mais nada para dizer.

-"eu liguei para Dra. Greene, ela não está muito longe e estará aqui em poucos minutos" ela explica.

Olho uma última vez para o que pode significar o fim. Não sei o que me dói mais; a noção de que posso perder nosso bebê ou a sensação de que, desta forma, também vou perder Anastasia.

-"está bem" concordo, sem ter outra reação plausível. Eu deveria ter algo em mente?

Apenas faço o que me foi dito. Apoio a cabeça de Anastasia sobre uma almofada da melhor forma que posso. Ainda arrisco olhar mais uma vez para ela, seu belo rosto. Não se parece mais como uma garota, não carrega muitos traços de inocência. Ela amadureceu, e talvez tenha percebido que estar ao meu lado não é suficiente para a mulher que se tornou.

Porra! É difícil pensar assim. 

Não sei quanto tempo se passa, nem ao menos consigo olhar para a porra do relógio. Dra. Greene chega e entra quando Gail abre a porta. Ela encara a cena com profissionalismo enquanto eu não poderia estar mais desesperado.

Me levanto do chão, ao lado de Anastasia, e dou espaço para a médica a analisar.

-"ela está bem?" Pergunto. 

-"veremos agora, Sr. Grey" 

Dra. Greene demora para examinar Anastasia, não sei se é a porra da minha ansiedade ou se ela realmente demora. Em sua maleta, há dezenas de ferramentas que ela usa com precisão para medir a pulsação e...eu não sei, porra, não sou médico.

Seu rosto é impassível, sem emoções. Isso é bom, pois coisas ruins também não poderão ser ditas. 

-"então..." eu sondo. Greene retira as luvas de seus dedos e coloca sobre sua maleta aberta, depois direciona um olhar típico, algo que pressupõe uma má notícia.

50 Tons de PuniçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora