você me protege o tempo todo.

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A reunião ocorreu tão bem quanto poderia. Foram debatidos todos os pontos necessários, com o profissionalismo esperado. Voltei para a SIP para terminar meu trabalho, que, por sorte, não era muito. A única novidade é que terei uma consulta com a Dra. Greene esta semana, e o restante é sobre normalidade.

Vejo alguns projetos de escritores novos, mas, infelizmente, ou felizmente, não consigo me concentrar. Penso em Christian o tempo todo, no que fizemos no escritório dele. Balanço a cabeça para levar os pensamentos impuros para longe, voltando minha atenção ao que é produtivo.

Ao final do dia, meu BlackBerry vibra com uma mensagem, é do Christian!
*VOU FICAR NO ESCRITÓRIO ATÉ MAIS TARDE. TAYLOR BUSCARÁ VOCÊ*

Me sinto um tanto quanto triste ao ler. Tudo bem em esperar meu marido em casa, após uma tarde de adrenalina sexual.
*TUDO BEM*
*ATÉ MAIS, BABY*
*ADEUS, CHRISTIAN*
Arrumo meus papéis em cima da mesa e ponho o celular na bolsa. Irei trabalhar para aproveitar o tempo solo que terei quando chegar em casa.

Permaneço apenas dez minutos a mais em minha sala, antes que Taylor me envie uma mensagem, anunciando sua chegada. Após dispensar Hanna pelo excedente do dia, tenho o privilégio de poder voltar para casa. Como costumeiramente, Martty nos acompanha pelo caminho.

Chegando no Escala, sinto um enorme vazio. O local parece desértico, ainda mais carecido de Gail, que tirou a tarde de folga para resolver problemas pessoais. Eu, particularmente, lhe entendo, pois não me faltam dificuldades fora do trabalho.
Apenas Martty, Lough e Ryan estão no apartamento, contudo, a presença deles não me traz conforto, são almas indiferentes. Taylor voltou para a GEH, para acompanhar seu chefe. Dentre todos da segurança, Taylor é o mais agradável, na ausência de Christian.

Retiro meus saltos no Hall de entrada, e caminho com os Louboutins até a cozinha, para pegar algo para beber. Não percebi que estava tão cansada! Opto por uma garrafa de água gelada. Abro a garrafa, e me delicio no líquido refrescante. Dentro da geladeira, também há uma tigela com macarronada que Gail deixou para o nosso jantar. Talvez eu coma depois do banho.

Desloco-me até o quarto, e, ao abrir a porta, vejo um cômodo estranhamente escuro. Acendo a luz, que banha o quarto com claridade, e sou surpreendida por um visão arrepiante.

A Sra. Robinson...Elena, está sentada sobre a poltrona no extremo do quarto, exatamente onde Christian costuma me ver dormindo. Puta que pariu! Sinto todo sangue ser drenado do meu rosto. O que diabos ela está fazendo aqui? Como conseguiu entrar?
-"Ana, eu tomei a liberdade de esperar por você" murmura, tendo minha paralisia como reação. Ela leva à boca um copo com whisky, que tem sua garrafa originária ao lado dos pés de Elena.

Bourbon...um dos Whiskies da adega do Christian.
-"Elena" sussurro. Parece fictício que ela esteja aqui. Nunca, em mil anos, eu poderia esperar por esta mulher. 
-"eu só quero conversar” anuncia. Ela sabe que está assustando o inferno fora de mim, e isso lhe diverte.

-”você invadiu…” começo, porém, ela me interrompe. Conversas são mútuas e premeditadas, se ela queria algo do tipo, não poderia entrar sem permissão.

-”nós duas sabemos que Christian não deixaria você sozinha...comigo"

Esta é a explicação do ano! Seu cinismo me irrita. Como ela poderia pensar em algo tão estúpido, como me surpreender aqui, em minha própria casa?

Deixo meu salto tocar o chão, tendo consciência de que ela observa cada um dos meus movimentos. Dou alguns passos à frente, para me aproximar dela, e sento-me na cama. Estamos próximas o suficiente.
-"como conseguiu entrar aqui?" Questiono a primeira frase coerente que penso.
-"eu soube que estaria sozinha hoje" Elena dá de ombros. Como ela poderia saber? Ninguém além do Christian, eu e os seguranças sabiam. A menos que ela ainda tenha acesso ao meu celular. Merda!
-"eu sou mais esperta do que pensa" ela diz, como se pudesse ler meus pensamentos. 
-"se não for realmente importante o que você tem à dizer, faça-me o favor de ir embora" peço em tom firme. Estou apavorada! Não por medo, ou por premonição, mas, porque esta mulher me enoja, e tê-la aqui é fodido!
-"acalme-se, não sou a inimiga” ela deixa o seu copo, agora vazio, junto a garrafa no chão.

50 Tons de PuniçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora