A beautiful day to feel alone.

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POV ANASTASIA

Chego à área de desembarque na Georgia por volta de meio dia. Carla deve estar fazendo sanduíches para o almoço, um gesto típico da mesma. O fuso horário contribuiu para minha confusão mental e sentimental. Tentei me livrar de pensamentos mórbidos, mas é impossível quando tudo que quero está em Seattle. 

Ao menos tenho cansaço suficiente para dormir e não chorar a madrugada inteira. 

Por Deus, o que eu fiz? Deixei minha família e estou à milhas de distância, me sentindo pior que lixo!

-"Sra. Grey" assim que desço do jato da Grey House, sou abordada por um homem. Ele é alto, tem cabelos castanhos e penetrantes olhos verdes, chegam a ser hipnotizantes. 

Bem, usar a aeronave da GEH não foi ideia e intenção minha, mas foi a ordem recebida e acatada por Taylor. Não desaprovo, em vista do transtorno que um vôo comercial seria, porém me remete o pensamento de que sou dependente do Christian. 

-"Sim" respondo. 

Carrego apenas a bolsa com os pertences necessários. Não sei por quanto tempo estarei aqui, mas logo saberei com que frequência terei que lavar as roupas para usá-las novamente. 

-"Sou Andrew, irei levá-la até Savannah. Hogsmir, certo?" Sua voz é suave e intensa, acentuada entre um tom forte e meigo. Ele deve estar na faixa dos trinta anos.

-"sim" afirmo a única palavra coerente que consigo expelir nessa conversa. Nós caminhamos até o SUV na pista de pouso, o mesmo que usei quando minha mãe estava no hospital. Posso dizer que a angústia é quase a mesma; a dor da incerteza sobre como os próximos dias serão. 

Andrew abre a porta e fecha a mesma quando estou acomodada no banco de trás do Audi. Ele é funcional como todos os outros funcionários de Christian. 

O caminho é silencioso, o que dá voz aos meus pensamentos mais deprimentes. Não quero chorar de novo, foi tudo que fiz durante o vôo e até antes dele. Suspiro fundo e olho para além da janela. O sol está, como de costume, radiante no céu de Savannah. É um lindo dia para se sentir sozinha. 

Meu Blackberry toca quando penso em iniciar uma conversa banal com Andrew; "Você mora por perto?", "Você tem filhos?", "Que lindo dia, não?". Atendo antes de olhar o identificador de chamadas. 

-"Ana Grey" digo.

-"Ana, meu amor" é minha mãe, e sou obrigada a revirar os olhos para mim mesma por pensar que fosse Christian. 

Por que diabos ele ligaria? Eu o deixei! E isso me dói até a alma, saber que fui eu quem fodi com nosso casamento. Bem, ele não me deu opção contrária, nem me seguiu pela sala enquanto caminhava até o elevador. Christian não estava no hall enquanto eu abraçava Alff e me despedia de Gail. Ele não sabia que cada passo era uma facada no meu peito, não sentiu a dor que senti. 

Que se foda, não faz diferença agora!

-"mãe, eu..." quando começo a explicar que iria para sua casa, ela me interrompe. 

-"não, querida. Christian me disse que viria. Está tudo bem?" A pergunta de um milhão de dólares! 

Enquanto eu caminhava lentamente até o hall de entrada, lutando contra minha vontade de ficar e resolver as pendências, me fiz esta mesma pergunta. 

Vários "e se" rondaram minha mente, todos sem respostas convincentes. Bem, eu fui embora, isto é um fato, não fui forte o suficiente para aguentar a bagagem que acompanha o Christian. Não pude encarar a sra. Jones, talvez com medo do seu julgamento coerente. O que ela veria no meu rosto, possivelmente, já havia visto em várias outras garotas. 

50 Tons de PuniçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora