Sem algemas.

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POV CHRISTIAN

O centro de Seattle costuma ser o foco milionário das pessoas. Os restaurantes, as lojas, os carros. Tudo inspira dinheiro bem gasto e pessoas dispostas a pagar pelo que querem. 

Mal percebo quando Taylor desacelera e estaciona em frente ao Plaza Mayor. Apenas os segundos com o carro parado em frente ao restaurante significa lucro para o dono. Olho para minha mulher ao meu lado, linda e silenciosa. Ela sorri antes de sair do carro quando Taylor abre sua porta. O vestido vermelho abraça seu corpo de uma forma indescritível, tanto que não posso evitar olhar para sua silhueta quando está de costas.

Rumo para fora do carro e para dentro do restaurante. Penso em algumas formas de dispersar o silêncio de Anastasia sem tirar a tranquilidade do jantar. 

Sinto meu corpo esquentar quando agarro sua mão. Seu toque sutil é capaz de me tirar de órbita, principalmente porque não sei o que está deixando sua boca tão quieta. Talvez a imponência do local, ou a preocupação sobre o que irá encontrar lá dentro. 

Caminhamos para dentro do prédio. Na entrada das portas duplas há um homem que libera nossa entrada ao me ver. Após as portas é possível ter acesso ao bar, porém o restaurante fica dez andares acima. Levo Ana até o conjunto de elevadores e esperamos alguns segundos até que o mesmo surja. 

Seu silêncio me preocupa apenas quando não posso pressionar as palavras para fora dela.

Quando as portas de aço se fecham, ela solta minha mão. Inicialmente me preocupo, mas só até ver o olhar malicioso em seu rosto. O tipo de olhar que me mostra exatamente o que quero ver. 

-"Você vai sobreviver ao jantar?" Pergunto, quase impaciente. 

Anastasia não me responde, porém desliza ambas as mãos pelo vestido justo. O tecido sobe, revelando boa parte das suas belas coxas. O salto preto servindo como acompanhante deixam suas pernas uma tentação.

Ela encaixa os polegares nas laterais da calcinha de uma forma tão sutil que nem me preocupo em alertá-la sobre as câmeras. Desde que ninguém além de mim veja o que há por baixo do vestido, estou me divertindo muito.

-"Você vai?" Ela devolve a pergunta enquanto puxa a renda para baixo. A calcinha vermelha desliza por suas pernas até encontrar o salto agulha em seus pés. 

Não, eu definitivamente não vou sobreviver a isso!

Anastasia se inclina e pega a calcinha antes de voltar para o meu lado com o sorriso de boa moça que costuma ostentar. Ela enrola o tecido na mão e o põe no bolso interno do meu paletó. Eu tenho sorte de ter pervertido essa mulher, porque agora ela me surpreende de formas inimagináveis.

Caminhamos para fora do cubículo quando as portas se abrem. O breve show foi suficiente para me deixar com calor, muito calor. Com toda a eficiência que se espera desse tipo de lugar, o maitre nos espera à poucos metros. 

Eu e Anastasia o seguimos de mãos dadas até nossa mesa após uma breve amenidade. O local é requintado de forma sulista; vidro escuro e cores fechadas. Uma cascata de água corre no meio do recinto, o que me faz pensar na delicadeza do trabalho dos arquitetos. 

A mesa que escolhi fica no canto extremo do restaurante, com uma vista privilegiada para o centro de Seattle. O maitre nos leva até lá e puxa a cadeira para Ana, uma cortesia que me pertuba pela ausência da sua calcinha. 

-"o seu pedido estará pronto em alguns minutos, Sr. Grey. Deseja algo para agora?" Ele pergunta.

-"Não, obrigado" respondo olhando para minha mulher. Ela está linda, destemida, não há nem vestígios de vergonha em seu rosto iluminado. 

50 Tons de PuniçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora