DIVULGAÇÃO

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Leiam minha outra história.
Nome: ÚLTIMA DANÇA
Trecho:

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- Espere – Bruce diz.

Eu esperava estar longe, mas assim que ele segura meu pulso e me impede de continuar andando, sei que mal caminhei cinco passos. Ou talvez sejam suas pernas infinitamente mais longas que compenssaram a distância.

Seus dedos são firmes, mas não de uma forma grosseira. Eu acredito que tudo nele seja um convite para ficar, não apenas seu aperto. Eu ergo o olhar para seu rosto, com aqueles olhos de gato capazes de enxergar minha alma. Ele sabe como eu me sinto, principalmente quando minhas pupilas dilatam e minha pele se arrepia.

Bruce.

Bruce Campbell.

Seu cheiro é ainda melhor do que eu me recordava. E mesmo que eu me lembrasse com perfeição, não seria comparável com a sensação de sentir pessoalmente. Ele inspira limpeza e perfume caro. Provavelmente, toda essa minha admiração seja resultado de uma vida inteira sendo recatada demais.

- Seu salto – Bruce diz. Eu posso estar delirando (o que não seria difícil), mas vejo seus olhos ficarem mais escuros e sua voz ficar mais rouca. Não é o tipo de rouquidão que ele usou para falar na ligação.

Eu olho para baixo e percebo que a tira de um dos meus saltos está solta em meu tornozelo. Estou quase me abaixando para prendê-la novamente, antes de tropeçar nela e cair diante do senador, quando Bruce aperta os dedos ao redor do meu pulso, me impedindo de fazer qualquer coisa, se não dar-lhe atenção.

Olho para ele, instintivamente, e preciso verificar se meu queixo não está no chão quando ele se ajoelha diante de mim.

- Permita-me.

Bruce apoia apenas um joelho no chão, como um perfeito cavalheiro inglês, e toca meu tornozelo. Eu pensei que seu toque não poderia me deixar mais alerta, mas pode. E como pode.

Ele leva o tornozelo para mais perto de si, e eu estico a perna para ajudá-lo. Apoio uma mão em seu ombro, sentindo o músculo rígido sob a palma. Com toda a calma do mundo, ele chega ao salto e prende a tira novamente.

- Assim está bom? – Bruce pergunta, e algo em seu tom pouco inocente me faz pensar que ele não está falando sobre o salto.

Seus olhos sobem até meu rosto, mas não antes de passarem por minhas pernas. E quando ele finalmente me olha nos olhos, estando de joelhos, eu acho que sinto algo diferente apertar meu estômago.

- Mais apertado, por favor.

Bruce volta a descer os olhos para meu tornozelo, e então aperta um pouco mais a tira. Neste momento, percebo que a mecha de cabelo voltou a cair em sua testa. Eu realmente deveria ignorar, mas não penso uma segunda vez antes de me inclinar para frente e deslizar a mão por seu cabelo castanho escuro.

- Obrigada.

50 Tons de PuniçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora