Amor Na Máfia

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Estava na boate, revisando alguns documentos das compras da semana, quando dois seguranças aparecem com uma das nossas "dançarinas".

--- Qual o problema? - pergunto, sem desviar a atenção dos papéis.

--- A garota, estava tentando fugir por um buraco que fez em um dos quartos. - um dos segurança falou.

Eu soltei os papéis, levanto e vou em direção a eles. A garota, estava trabalhando na boate, a menos de dois meses, mas já nos causava alguns problemas. Não fiz expressão alguma, e ao parar na sua frente, ela entrou em desespero.

--- Não, por favor, senhora. - começou a chorar - Por favor, não me mate, eu não vou fazer de novo.

--- Somi, você está aqui a menos de dois meses, e já se meteu em muitas confusões. - segurei o seu rosto e limpei suas lágrimas. - Foi sua escolha, e tem que aguentar as consequências.

--- Eu não pensei que seria assim. - ela volta a chorar - Eu não queria matar ninguém. Pensava que essa era a maneira mais fácil.

--- Nada na vida é fácil, querida. - Pedi que a soltasse - Sabe, eu tive as duas alternativas que você, e escolhi ser uma assassina, porque sabia que essa vida de boate, não era coisa boa. Eu morreria tentando conseguir pagar minhas dívidas, mas não deixaria que nenhum homem, que não fosse quem eu quisesse, me tocasse. O corpo de uma mulher é um templo, e eu não deixaria nenhum homem sujo o desrespeitar.

Com movimentos rápidos, peguei tirei uma faca bem afiada da manga da minha blusa, e a apontei na jugular da garota, que ficou com os olhos arregalados.

--- Eu poderia tirar você desse sofrimento, além de acabar de vez com os problemas que está nos causando. - Encarei seus olhos, e vi o quanto ela estava com medo. Ela era apenas uma garota assustada. - Mas não farei isso. - Me afasto e guardo a faca. - Te darei a última chance, Somi. Ficará comigo hoje, não precisa voltar para a pista com os outros. Vocês, podem voltar. Deixem esse quarto interditado e chamem alguém para tampar.

--- Sim senhora. - Os dois falam e depois saem.

Vou em direção ao pequeno armário, e entrego uma das minhas roupas a Somi.

--- Anda, veste isso. - volto para a minha mesa.

--- Onde eu posso me trocar?

--- Aqui mesmo. Não confio em deixar você sozinha. - Pego os papéis e uma caneta. - Além disso, tem homens armados ao redor da boate. Se você fugir, eles tem ordens para atirar em qualquer um de vocês, e serem mandados para a fábrica de sabão.

Nada disse, e começou a se vestir. Ela não estava usando nada demais. Só uma fantasia minúscula de estudante, que foi substituída por um vestido azul marinho.

--- Sente-se. - apontei para a cadeira a minha frente. - Sabe que temos as suas fixas, né?

--- Sim, senhora.

--- Você tem muito potencial para armas. Seria mais útil na outra opção. - A encaro novamente. - Sério que preferiu a prostituição ao invés de manter seu corpo puro?

--- Eu não quero matar, mas também não queria vir parar aqui. - ela falou baixo. - Disseram que se eu não escolhesse nenhum dos dois, eles iriam me matar.

--- É uma escolha difícil, eu sei. Não foi fácil para eu escolher, mas eu escolhi morrer tentando. E eu meio que morri, maz voltei dos mortos.

--- Nós soubemos, senhora.

--- Somi, eu tenho uma proposta para você. Posso tentar te ajudar a mudar de setor. Basta você querer.

--- O que seria?

--- Você é bonita, Somi. A máfia, tem ligações com pessoas importantes, e posso tentar conseguir algo para você pagar sua dívida.

--- Como assim, senhora?

--- Já pensou em modelo?

--- Quando era criança, eu ainda morava no Canadá.

--- Eu posso tentar conseguir algo com um amigo, isso é, se o sr. Minho, deixar.

--- Eu agradeceria muito, senhora.

--- Não me agradeça ainda. Tem poucas chances de dar certo, mas se ele não deixar, tenho que apelar para algo que não vai gostar muito.

--- Qual?

--- Você ser isca.

--- Como assim?

--- Você é quem vai dopar os caras e entregar eles de bandeja aos assassinos. É um pouco perigoso, mas é isso.

[...]