"- Tem tanta coisa acontecendo ... Acha mesmo que estamos prontos pra isso tudo ? - perguntou ela quando os barulhos dos fogos ficaram mais baixos , já que a única coisa que Victoria podia sentir e escutar agora era ele
- Acho que vamos descobrir s...
Os passos lentos dela não chamavam a atenção de ninguém naquela sala de aula, aonde todos gritavam e corriam, como crianças faziam. Victoria olhava algumas vezes em volta vendo alguns deles subirem em cima da mesa e gritarem, sem nenhuma figura de autoridade na sala.
Os dedinhos se tocavam delicadamente, enquanto os músculos de seu corpo estavam rígidos, e as bochechas rosadas da pequena garota. Victoria nunca tinha se sentido tão sozinha até aquele momento.
Começar uma vida nova, em uma cidade nova e com crianças novas devia ser uma coisa fácil pra ela.
Ela se aproximou de uma cadeira ainda em silêncio e se sentou colocando a mochila no chão e as mãos - ainda juntas - em cima da mesa, fitando as mesma, perdida nos próprios pensamentos.
Pensou muito. Segundos que pareceram horas. Queria ir pra casa, não se sentia confortável ali, não era sua antiga escola, não tinha seus antigos amigos, nem sua antiga mesa. Nada ali pertencia a ela.
Ate ela levar um susto com os pequenos olhos azuis que a encaravam, curiosos. O garoto da mesa da frente estava virado pra ela, os cabelos negros caídos sobre o rosto, e um sorriso de lado simpático.
Victoria engoliu em seco.
Por que olhava tanto para ela? Era tão estranho aquilo assim do nada.
- Oi - Ele disse
- Oi - Ela respondeu
🦋
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Dor de cabeça. Pior coisa que se pode sentir quando está no seu último dia de aula do ano, aquilo estava se tornando um pesadelo e ainda eram 7 da manhã.
Sinto minha cabeça queimar, quando o sinal indicando a início das primeiras - e últimas - aulas do dia estavam prestes a começar. Ih, merda eu estava atrasada.
Olho em volta pelo corredor e vejo as pessoas que antes estavam andando devagar apressarem os passos pras salas de aula.
Vamos Victoria.
Adiciono o último livro dentro da mochila e bato a porta do armário, mais forte que o normal.
Eu só espero que a coordenadora não tenha visto isso, já estava bem ferrada nas mãos dela e não esperava ganhar uma última advertência no meu último dia de aula.
