22| 𝐕𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫𝐢𝐚

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Pesadelos

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Pesadelos . Geralmente algumas pessoas sonhavam com aranhas gingantes , sangue e morte . Eu não . Eu sonhava com ele .

Ainda podia sentir a minha respiração agitada , e o suor escorrendo do meu corpo só que ele estava gelado . Meus dedos tremiam e eu nem sei como tinha conseguido andar do meu quarto até o andar de baixo aonde ficava a cozinha . E minhas pernas só estavam de pé graças a algum milagre porque eu não sentia elas .

Mas mesmo depois do anorme surto que foi acordar eu ainda sentia as mãos dele em volta do meu pescoço. Doeu tanto . E ainda dói em cada parte de mim .

Os sonhos eram quase reais , e era sempre a mesma coisa . O quarto não tinha portas muito menos janelas , apenas a cama aonde ele estava prendendo minha garganta com as suas mãos . Parecia durar horas mais era tudo tão rápido que se resumia em segundos e eu acordava . Do jeito que estava agora .

Aconteciam pelo menos um vez no mês , e era a primeira  vez que acontecia comigo na casa da praia . Mas a sensação era a mesma não mudava nem comigo sabendo que tinham pessoas a minha volta pra me ajudar .

A única coisa que foi capaz de me tirar das memórias ruins do sonho que eu já podia sentir me consumir quando minha visão ficou embaçada , foi ouvir o copo de vidro quebrar na minha mão.

Quanta força eu estava usando ? Aí ...

Faço uma careta ao ver o sangue escorrendo sobre a palma da minha mão.

- merda .... Desastrada - murmuro pra mim mesma me virando e indo na direção da primeira coisa que vi que podia conter o sangue , que foi o pano de prato amarelo .

Amarro ele contra a minha mão pra ver se me ajudava e levo meus olhos até o chão aonde tinha vários e vários cacos de vidro .

Assim que me movo na direção dos cacos de vidro , ouço passos . Passos que não eram meus ... Sem eu dar permissão meus olhos vão até a porta da cozinha , e segundos depois uma sombra aparece no meio de todo aquele escuro .

Mas antes que eu pudesse perguntar ,a pessoa foi burra o suficiente pra acender uma lanterna de celular na minha direção e quase me cegar .

Não demorou pra reconhecer os fios negros e os olhos azuis , e meu corpo se encher de alívio. Eu não precisa mentir sobre o motivo de eu estar ali .

As iris masculinas foram dos cacos de vidro que estavam no chão pra mim , e eu pude ver que ele estava juntando os pontos do que tinha acontecido .

Eu podia ver que estava preocupado , uma coisa que ele vinha apresentando muito durante esses dias e um pouco assustado também . Acho que o barulho do vidro talvez tenha acordado ele .

Podia prever uma bronca vindo, do tipo " você é uma coruja " ou " porque tá na cozinha no escuro e ainda quebrando copos ? "

Mas o sorriso divertido e ao mesmo cansado , me disse outra coisa .

E se eu não tivesse assinado ?Onde histórias criam vida. Descubra agora