Reviro os olhos e gemo ao sentir o líquido adentrar minha boca, lambendo os lábios quando o creme escorre lentamente. Esse foi, sem dúvidas, o melhor doce que já comi. Suave, açucarado e muito bem recheado de leite, aguçando todos os meus sentidos a ponto de provocar cócegas na minha língua.
Depois de dar cinco copos da água para Henry e Liam, pela quantidade de docinhos que comeram, encontro-me terminando com a sobras da festa e tirando do caminho as mini embalagens que estão nas mesas e que voaram para o chão. A sujeira não era tanta, por isso decidimos limpar nós mesmos o salão, tendo de louça somente nossos cinco pratos e talheres ainda não retirados.
- Experimente isso, imediatamente! - caminho até Killian, colocando na sua frente a metade da comida divina que acabei de provar. Ele sorri, porém logo seu azul ganha um ar sedutor e provocativo, agarrando meu pulso e mordendo o alimento na minha mão. Abro a boca e olho para o lado, encontrando a Senhora Jones entretida com a tarefa de dobrar as toalhas de mesa, de costas para essa cena totalmente inadequada. Meu foco muda para os meninos, que brincam no canto do salão com a famigerada e insubstituível imaginação. Volto a mirar os olhos de mar, que mastiga o doce com lentidão, causando arrepios pelo meu corpo.
Deus, ele nem me tocou.
- Delicioso. - Killian diz com uma voz sussurrante, em seguida passando o dedão pelo canto da minha boca e chupando-o. - Tinha creme. - ele aproxima-se e levanta a sobrancelha esquerda, fazendo com que meu coração bata dez mil vezes mais rápido. Mordo o lábio inferior e respiro fundo.
- E-Eu tenho que jogar isso fora. - ergo o braço, mostrando a bolinha de plástico que havia se formado na minha mão.
- E eu tenho de colocar isso para lavar. - compartilha, levantando a pilha pequena de pratos que carregava do lado direito. Encaro sua boca e a capacidade de dizer algo me escapa, perdendo-me na visão de sua carne vermelha. - Vem. - ele me chama, andando até cozinha e fechando a porta assim que entramos. Descarto os papéis no lixo ao lado da pia, localizada na parede esquerda na linha do meio do cômodo, e percebo Jones vindo até mim, despindo-me com os olhos. - Não aguento mais, Emma. - franzo o cenho e rio, nervosa.
- Não aguenta mais o que? - começo a sentir minhas mãos tremerem, não sei se mais desesperada para que me toque ou para tocá-lo. Killian apoia a iguaria no mármore atrás de mim, encurralando-me com seu corpo. Sua coxa separa minhas pernas, possibilitando-me notar o que o incomoda tanto.
- Não te tocar. - seu nariz afasta o cabelo de cima da minha orelha delicadamente, começando uma trilha de beijos da minha cartilagem até meu maxilar. Suspiro e agarro seu braço.
- Você está me tocando. - sinto-o sorrir contra meu pescoço e seu quadril mexe-se para frente, causando uma fricção maravilhosa na minha intimidade e me obrigando a ter consciência de seu volume. Solto um grunhido e aperto mais seu bíceps.
- Não do jeito que eu queria. - sussurra e morde meu lóbulo, o que me faz prender o lábio inferior e puxar seu cabelo. - Quero lhe amar. - beija minha testa. - Lhe tomar. - nariz. - Conhecer você toda. - boca. - E quero que dure para sempre. - suas mãos seguram meu quadril e o moreno coloca-me sentada na pia, massageando meu traseiro com suavidade e desejo. - Quando poderei mostrar o quanto a amo? - rio e enfio o rosto em sua garganta, inalando-o por inteiro.
- Em breve, prometo. - uso-o de exemplo e inicio uma série de mordidas em seu lugar mais sensível.
Na verdade, segundo lugar mais sensível.
- Isso se conseguirmos...- antes que a frase de Killian terminasse, uma voz sonolenta aproxima-se da porta.
- Mamãe, eu to com sono. - suspiramos de decepção e miro seus grandes azuis, depositando um selinho em seus lábios. Pulo da bancada e abro aporta, pegando Henry no colo e andando até o salão novamente.
- Ah, mamãe, só mais um doce, vai! - o pequenos Jones praticamente ajoelha-se diante da mãe, prometendo não comer guloseimas por um mês inteirinho.
Todos sabemos que não durará muito essa promessa, não é?
- Liam, já chega. Você já está com dor de barriga, daqui a pouco está vomitando. - Milah responde, deixando em cima da mesa central o último pano dobrado e começando a empurrar o filho para as escadas. - Venha, vamos dormir. Dê tchau para o Henry. - os olhinhos cor de céu acenam para meu filho, que retribui com o mesmo desânimo e cansaço.
- Hora de ir para casa. - digo e beijo sua testa, ganhando um aceno silencioso e um aconchegar em meus braços.
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- Mamãe? - o pingo de gente me chama enquanto caminho pelo corredor até seu quarto. Sua voz está por um fio e imagino que seu raciocínio também.
- Sim? - giro a maçaneta com a mão direita, endireitando-o em meu colo.
- Posso chamar o titio Jones de papai? - paro no meio do quarto e engasgo, pigarreando e piscando logo depois. Puxo o corpo de Henry para trás, o fazendo olhar-me. Suas pálpebras lutam contra o sono, mas posso ver receio em seus castanhos.
- Você quer chamá-lo de papai? - levanto uma sobrancelha. Ele dá de ombros.
- Não sei, não importa. - e, de repente, ele pula de meus braços, indo ao banheiro por si só. Sinto meus pés colados no chão e não consigo segui-lo, mas seu questionamento ronda minha mente pelo menos cem vezes. Abro e fecho a boca seguidamente, pensando se deveria incentivá-lo a perguntar para Killian ou se deveria repreendê-lo, já que ele não é seu pai de verdade. Cogitei a possibilidade disso acontecer algumas vezes, porém, agora que e tornou real e presente, não faço ideia do que responder. Que tipo de mãe eu seria se cortasse o sentimento de meu filho?
E que tipo de mãe eu seria se não o repreendesse?
- Meu amor, não é bem assim... Jones e eu... - tento explicar assim que vejo seu pequeno corpo perambular de sono para dentro do quarto, contudo sou interrompida.
- São amigos, mamãe, eu sei. O tio Killian é casado com a tia Milah. Mas para ser papai não precisa estar casado. - ele diz, enfiando-se embaixo das cobertas. - Eu só queria, só isso. Boa noite, mamãe. - Henry termina, esfregando a cabecinha no travesseiro e deixando-me em puro choque. Respiro fundo e sento na sua frente, beijando sua testa com carinho.
- Boa noite, querido.
E aí mos, tudo???
O capítulo saiu! Atrasadinho, mas saiu.
E ai, o que acharam? Emma e Killian estão cheios de fogo, hein??? O que será que vai vir por aí? E o Henry querendo chamar o Jones de papis, não é fofo? Será que ele nunca vai conhecer o pai biológico?
Bom, é isso obrigada por estarem lendo!
Beijinhos e até domingo!
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Destino Infeliz
RomanceKillian Jones, filho de um grande Senhor, não tem problemas com casamentos arranjados, estava disposto a casar-se de bom grado com Milah, herdeira de um grande título, até que o destino resolve lhe pregar uma peça, mudando completamente seu foco. Ou...