Capítulo 28

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- Sete dias, já se passaram sete malditos dias e você ainda não colaborou comigo. Tentou fugir, não abre a porra da boca e..." começou a discursar enquanto entrava no porão, mas a voz do capitão sumiu assim que avistou a princesa encolhida no chão, choramingando em agonia. Gancho não tinha compaixão, Lindy sabia disso e não estava nem um pouco otimista, acreditando que a deixaria ali para morrer, porém surpreendeu-se quando sentiu os dedos do homem em sua testa suada. A garota não comia ou bebia direito, ficava trancada naquele lugar escuro e úmido, inspirando sempre o mesmo ar de mofo. Não tinha mais medo de bichos nojentos, até que eram algum tipo de companhia, melhor do que ficar completamente sozinha. A mente dela estava começando a falhar também, esquecia-se com frequência de algumas coisas de sua velha rotina do castelo, que repassava a quase todo momento em sua mente, tentando ter o mínimo de conforto naquele pesadelo. Uma tosse a invadiu com violência, fazendo-a contorcer-se na madeira fedida. "Merda, você está queimando. Olhe para mim."  os olhos verdes da princesa fizeram o maior esforço possível e levantaram-se aos azuis do terrível pirata, que suspirou de preocupação ao ver que nem mesmo suas pálpebras funcionavam normalmente. Estavam pesadas e inchadas, apesar da aparência seca e anêmica que seu corpo carregava. Tinha emagrecido demais desde que fora raptada de seu lar, perdendo, no mínimo, uns bons dez quilos. Lindy não tinha forças para absolutamente nada, até seus dedos tinham dificuldade para movimentarem-se. "Se eu não tivesse vindo hoje, talvez eu já a encontraria morta." o capitão encarou a caixa torácica da garota e percebeu uma curta respiração, com pouco espaço entre as intercostais. "Maldição." sua cabeça abaixou-se e xingou todas as malditas bactérias existentes. Ele precisava dela viva. Mesmo que parte sua ainda quisesse deixá-la para os ratos comerem, sabia que obter essa resposta significava vingar a morte de sua amada e Gancho havia prometido que faria de tudo pela sua antiga amante. Então, o malvado vilão suspirou e desprendeu o tornozelo da princesa, pegando seu frágil corpo e saindo dali. Algumas horas mais tarde, a prisioneira acordou com algo molhado em sua testa e em um lugar macio, como se estivesse em uma cama. Ela tentou mexer-se, mas seus músculos gritaram de dor, obrigando-a ficar quieta. Logo a luz foi tomando conta de sua visão, o que a possibilitou ver um belo quarto, cheio de livros com uma mesa central que obtinha frutas, bebidas e pães diversos, acompanhada de uma cadeira torneada. Aos poucos, foi sentindo os cobertores felpudos que a aqueciam, o que a fez soltar um gemido e esfregar a cabeça no travesseiro, sendo invadida por uma loção que passou a reconhecer bem. Lindy arregalou os olhos e sentiu-se envergonhada de repente, com o pensamento de que estava na cama de capitão, onde o mesmo já dormiu inúmeras vezes. E, assim que a imagem do grande homem dormindo naquele mesmo colchão pintou-se em sua mente, a porta foi aberta com cuidado, revelando o dono dos grandes olhos azuis. A princesa o encarou e transpareceu gratidão com o olhar, sentimento esse que Gancho recebeu muito bem, sendo tocado em um local ferido que não mexiam há um bom tempo. - paro a narração após sentir os lábios de Emma em minha mandíbula, traçando-a com beijos. Respiro fundo e inclino minha cabeça em direção à sua carícia. Estamos sentados na grama, embaixo de sua janela, torcendo para que esse momento dure para sempre. - Swan, amor... O que está fazendo? - seus dentes puxam o lóbulo da minha orelha e eu fraquejo, soltando um baixo gemido.

- Nada... Pode continuar lendo, lindo. - seguro sua nuca e miro seu rosto com um sorriso malicioso, abandonando o livro no chão.

- Lindo? - ela assente, mordendo o lábio e encarando minha boca. Ah, ela só pode estar de brincadeira. - Emma, muitos pontos para serem discutidos: um, olha para mim desse jeito mais uma vez que eu não torno-me mais responsável pelos meus atos. Dois, é impossível ler com você me dando tanta atenção. E três, quem diabos é você e o que fez com a Emma que conheço? - sua risada invade meus ouvidos enquanto seu nariz esfrega-se no meu.

- Bom, aí vão suas respostas: um, não quero que pense agora. Dois, quero saber o que... - abocanho sua fonte oral magnífica, interrompendo sua frase e colando-me mais ao seu corpo. Minha mão passeia por suas costas e posso senti-la arrepiar-se, arranhando minha barba com suas unhas. Nossas línguas não travam nenhum tipo de batalha, apenas se acariciam, se conhecem e se conversam, fazendo com que meu coração bata mil vezes mais forte. Chupo seu lábio inferior e ouço um suspiro saindo de sua boca, enquanto puxa-me para mais perto. Como num ato de reflexo, seguro melhor suas costas e deito-a na grama macia e fresca do verão. Para minha surpresa, Emma agarra meu tronco e deita-me sobre ela, podendo sentir ainda mais seu calor. Meus lábios passeiam pelo seu pescoço, sentindo seu cheiro enlouquecedor e viciante, tornando mais difícil para mim lutar contra o desejo latejando em minhas calças. As mãos de Swan vagam pelo meu cabelo e nuca, as vezes até passando as mãos pelo meu peito e ombros. De repente, sinto os joelhos da loira se afastando, encaixando minha virilha no meio de suas pernas. Gememos em conjunto e, por mais que eu tente, não consigo tomar distância dela.

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