Capítulo 2

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Hoje faz uma semana que todos os dias são coloridos pra mim. Cheios de vida, amor, carinho, calor, frio e todas as estações. Uma semana que não apenas sobrevivo, mas vivo. Vivo cada olhar, cada detalhe, cada toque, cada risada, cada beijo. Nunca estive tão feliz em toda a vida, Milah realmente veio para completar-me e trazer luz à mim. Eu devo soar um tanto redundante para ela, mas é que não posso evitar, sou irrevogavelmente apaixonado por essa mulher e não suportaria que ela pensasse o contrário. Além disso, esses últimos 7 dias foram bem divertidos, gostei muito de Emma, ela e Milah parecem se dar bem e isso me deixa feliz.

A senhorita Swan é um enigma para mim as vezes. Geralmente, quando estamos somente eu e ela, o que é um pouco difícil, sinto que o papo e o humor flui mais facilmente dela, acredito que se sinta pressionada com a presença de Milah. Se algum Conde ou Condessa me ouvissem agora dariam risada ou cairiam pra trás, eu sei que a nobreza não costuma ter uma relação muito próxima com criados e damas de companhia, mas... Não sei, a Emma parece-me tão gentil e aqueles olhos... Aquelas esferas verdes cheias de alegria são extremamente convidativas e eu sinto uma vontade enorme de conversar com ela e fazê-la rir.

- Você tem de ir mesmo? - estamos no quarto e minha esposa faz um biquinho olhando nos meus olhos.

- Sim, meu amor. Faz uma semana que não vou cuidar dos negócios na cidade, estou amando nossa bolha, mas preciso ir. - ela assente e me da um selinho. E mais um. E outro. E assim o beijo vai se tornando mais profundo, um arrepio corre pela minha espinha quando sua língua explora minha boca. Passo meus braços envolta dela e suas mãos puxam meu cabelo, tirando um gemido dela quando aperto mais fortemente sua cintura. A falta de ar me invade e sinto meu lábio inferior entre seu dentes. - Eu já volto.

- Ah, eu vou sentir sua falta. - Milah suspira e me abraça.


O dia estava ameno, uma leve garoa implementava o céu nublado e a carruagem fazia um caminho irregular. Mesmo com o vidro embaçado era possível admirar a paisagem: árvores altas de troncos grossos, moitas um pouco afastadas e o orvalho tomando conta de tudo. A massa de ar que predominava era a fria e eu devo admitir que amo dias frios, me sentia mais aconchegado e menos incomodado pelo suor. Fecho os olhos e encosto a cabeça no banco, respiro fundo e lembro o porquê de eu estar indo ao centro da cidade.

Milah não sabe, mas seu ex-noivo, Rumplestiltskin, vive me importunando. Quer porque quer que façamos um acordo e, para não ser mal educado, eu sempre vou à sua casa para ouvi-lo, porém estou começando a reconsiderar o comportamento desagradável. Basicamente, Rumple faliu 4 meses depois de pedir Milah em casamento e o pai dela, que de bobo não tem nada, exigiu que o laço se rompesse. Então, desde que me tornei noivo, ele assegura de que seriamos ótimos parceiros e que acordos comercias iriam favorecer os dois lados, mas eu nunca dei muito ouvidos aos seus esplêndidos argumentos de como era rico antes de Milah aparecer em sua vida. Rumple me parece muito estranho e minha esposa disse o quão manipulador e abusivo ele pode ser.

Sinto a carruagem parar e começo a pedir a Deus toda a paciência possível.

Porque eu iria precisar.

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- Aceita alguma coisa, Senhor Jones? - Rumple pergunta-me enquanto senta do outro lado da mesa de seu escritório. - Uma água, um licor, um rum? - franzo o cenho com a última opção.

- Acho que não sou do tipo pirata, obrigada. Estou bem. - ele anui e começa a falar.

- Você sabe, Senhor Jones... - seu copo recebe uma boa dose de whisky. - Eu não costumo ser muito insistente em relação à acordos. - olho para cima e tento não bufar ao ouvir aquilo novamente pela terceira vez no mês. - Mas eu acredito muito no seu potencial, no nosso potencial. Seus bens e o meu cuidado só trariam mais bens! Eu e você ficaríamos ricos, mais ricos do que gerações e gerações de reis em outras vidas. Poderíamos ser sócios, ninguém nos derrotaria e nunca viríamos a falir. Nós...- eu o interrompo, cansado de tudo aquilo.

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