Destino Infeliz

Capítulo 5

Já era segunda novamente e eu estava esperando que atendessem a porta para a minha segunda semana na casa dos Jones. Fazia um frio absurdo, então tratei de vestir um vestido de inverno e botas, colocando por cima um casaco maior. Em minha mão carregava minha bolsa e mala, que continha o restante das minhas roupas que não havia pego semana passada. Eu não sabia quando voltaria, então precisava que todo o meu guarda-roupa estivesse comigo. Me deram uma folga porque era minha primeira semana, duvido que continuem pegando leve comigo.

Foi difícil dizer adeus novamente pro papai, odeio despedidas e ele é a única pessoa que me resta, o que deixa o medo de deixá-lo e perde-lo bem maior. David, como todo bom pai coruja, chorou, beijou minha testa e disse: "um dia os filhos voam e nem sempre é pra onde imaginamos."

- Senhorita, perdoe-me pela demora à atendê-la, estava arrumando algumas coisas. - fiz um gesto com a mão, deixando claro que não haviam problemas.

- Obrigada por ter me socorrido, Albert. O frio está matando-me. - ele dá passagem e logo sou embalada pelo grande casarão, deviam ter, no mínimo, 6 lareiras acesas na casa toda.

- Acredito que a Senhora Jones esteja no quarto, não a vi por aqui ainda.

- Muito obrigada. Com licença. - andei até as escadas que davam para os quartos e dei graças à Deus. Subir escadas é uma ótima forma de esquentar o corpo, além de acordarmos um pouco mais. Cheguei ao corredor com as portas marrom-avermelhadas e parei na frente da que possuía o brasão dourado da família.

- Senhora Jones? Você está acordada? - bati de leve na porta, não querendo despertá-la, caso estivesse dormindo. Esperei alguns segundos e não recebi resposta. Nem seu ronco estava aparente. E foi isso que me preocupou. - Senhora? Você está bem? - girei a maçaneta e a porta abriu devagar, assim como todos os meus movimentos.

E se eu estivesse atrapalhando um momento..... Intimo?

Coloquei a cabeça para dentro do quarto e vi a cama vazia, então entrei por completo. Não havia ninguém, visivelmente, nesse quarto. Dei de ombros e dei as costas ao cômodo, decidida a procurar minha patroa.

- Emma? -soltei um gritinho de susto e virei-me para a voz baixa que me chamou.

Oh Deus.

Aparentemente, a voz era do Senhor Jones... Claro que era ele. O problema era que ele não estava... Como posso dizer...Adequadamente vestido. Killian encontrava-se de toalha na minha frente, seus cabelos e peito molhados, apenas protegido do quadril para baixo.

E a toalha estava tão perigosamente baixa...

Finalmente acordo e olho para meu lado esquerdo, evitando a todo custo olhá-lo.

- S-senhor Jones eu... Huh... Perdoe-me, eu estava procurando sua esposa e ai acabei...- ouço sua risada leve.

- Fique tranquila, Emma. Eu entendo. - Killian pega uma nova toalha para secar o cabelo. - E então, como passou o fim de semana? - diz casualmente, como se fosse extremamente comum conversar com a dama de companhia da sua esposa quase completamente nu, coberto apenas por um tecido de algodão.

- Ah... Foi bom, em geral.- ele suspira.

- Fico feliz por você, o meu foi bem complicado. - aceno com a cabeça e tensiono mais os ombros.

- Senhor, eu acho melhor eu ir... Sabe, você só de toalha e eu... É estranho. Até mais tarde. - sinto seu olhar penetrante em mim antes que de virar-me para sair do quarto, como devia ter feito assim que o vi. Fecho a porta e solto todo o ar que estava segurando e não sabia. Isso foi muito, muito errado.  Balanço a cabeça e vou atrás de Milah. Procuro por toda a casa, quartos, salão de festas, salão do chá, biblioteca, escritório, cozinha real, cozinha dos empregados, entrada, até nos banheiros eu tentei achá-la, mas nada. Quando já perdi as esperanças e estou no último cômodo que me resta, pela janela, consigo vê-la sentada em um banco, embalada apenas por fino lenço. Corro para fora da casa e a encontro na parte de trás da moradia, um jardim desconhecido. Sento no banco e respiro fundo, estava cansada e, agora, com frio de novo.