Capítulo 33

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(Oii! Recadinho da autora: esse capítulo contém uma cena que pode dar um pequeno gatilho. Não é nada muito perturbador, mas tem autoritarismo, violência verbal e física. Avisarei com "***". Não se force a ler nada, nos próximos capítulos isso será desenvolvido em narração, obrigada! : )   )


Não sei como cheguei a esse ponto na minha vida.

Depois de sete meses afastada da minha primeira e única paixão, vejo-me sentando ao seu lado no local do nosso primeiro beijo, quando ele ainda não conseguia andar direito e eu trabalhava aqui como dama de companhia da sua esposa. Além disso, não podemos demorar demais ou fazer muito barulho, já que nossos cônjuges estão nas nossas camas, acreditando que fomos pegar um ar, comer ou tomar algo.



Tenho a impressão de que vivo em um romance trágico de vez em quando.



Killian respira fundo e gira parte do tronco, olhando para mim com seus grandes círculos azuis, cheios de esperança e dor. Essas pupilas dilatadas e esse brilho vindo do fundo de sua íris me dão calafrios, acertando num ponto preciso do meu estômago. Não posso vê-lo com total clareza, visto que a única luz que nos ilumina é a da lua. As borboletas que não sentia há muito tempo voltaram e me parece que se multiplicaram.

- Emma, eu.... - seu olhar dança em meu rosto, enquanto ele pega minha mão e entrelaça nossos dedos. - Eu tenho tanto a dizer... - levanto os ombros em inocência.

- Tente começar pelo início. - digo encabulada, feliz e envergonhada por estar aqui. Depois de alguns segundos, Jones mira-me com profundidade.

- Perdoe-me, por tudo. Fui um grande idiota naquela noite, estava tão frustrado e me sentindo rejeitado, que deixei as emoções falarem mais alto e acabei não pensando nos seus sentimentos. - abro a boca, mas parece que desaprendi a respirar. - Quando dei-me conta disso, já estava em casa, já havia lhe machucado e dito tudo o que eu não queria. - ele olha para o chão e morde o lábio inferior, acredito que pensando no que poderia dizer. - Nunca fui digno de você. E tenho quase certeza de que nunca serei. - diz, rindo de nervoso e tristeza. - Sei que talvez não me perdoe, porém gostaria de tentar. - seus olhos estavam novamente nos meus, inflando meu coração e aumentando suas batidas. - Eu amo você. Amo você e, provavelmente, sempre vou amar. - arregalo as pálpebras, sentindo o chão afundar-se. - Mas, hoje, sei o meu e o seu lugar. Onde termina meus desejos e começa sua individualidade, não vou forçar você à mais nada. - Killian aperta mais seus dedos nos meus, fazendo-me arfar de nostalgia. Acho que vou desmaiar. - Não sei se estou no meu direito de dizer, porém gostaria muito de ser seu amigo. - pisco, encarando seu rosto e questionando internamente se eu ouvi o que ouvi. Estou em dúvida entre dar-lhe um tapa por ter demorado sete meses para me falar isso e entre enche-lo de beijos e pular em seu colo.



Ele me ama.

E eu o amo.



Depois de considerar e reconsiderar todas as minhas opções, simplesmente o abracei, sentindo arrepios quando sua mão encostou nas minhas costas. Sorrio e agarro seus cabelos, sentindo meu coração se aquecer pelo velho hábito. Os fios estão maiores e mais sedosos, permitindo-me brincar com eles com mais firmeza. Seus braços seguram-me com força, enquanto seu nariz está colado no meu pescoço, inalando meu perfume.

- Senti sua falta. - sussurro em seu ouvido, vendo os pelos de sua nuca arrepiarem-se pelo ar quente de minha boca. Ele respira lentamente, começando a acariciar meu cabelo com cuidado.

- Eu também senti saudades. - sorrio mais ainda e desvencilho-me, encarando seu lindo rosto. Involuntariamente, levanto a mão para tocar sua barba, mas logo repreendo o movimento, lembrando que ele queria ser apenas meu amigo. Pigarreio e afasto-me, podendo ver uma certa mágoa em seus olhos.

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