Capítulo 11

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Isso não poderia estar mais entediante.


Depois de deixar Killian tomando seu café da manhã sozinho por livre e espontânea pressão, encontrei Bealfire no jardim, como Albert disse que ele estaria, com um sorriso gigante. Dei graças à Deus que coloquei um vestido decente antes de descer para a primeira refeição do dia, já que o semblante do filho de Rumple deixava bem claro que suas intenções eram levar-me para passear. Seria bom tomar um ar mesmo, apesar do dia estar um pouco ameno e frio.

- Senhorita Swan, é um imenso prazer revê-la. - o dono dos grandes olhos castanhos pegou minha mão e a beijou assim que parei em sua frente. Senti minhas bochechas esquentarem e olhei para baixo.

- O prazer é meu, Senhor. - ele sorriu ainda mais para mim.

- Apenas Bealfire, Swan. - piscou assim que terminou a frase. Até o momento, ninguém além de Jones havia me chamado daquela forma e fui incapaz de perceber que meu sobrenome soava muito mais baixo e tentador na voz de Killian, o moreno na minha frente tinha uma voz mais aguda, como se tivesse acabado de sair da puberdade.


Sinceramente, bem possível que fosse verdade.


- Venha, Emma, preparei um dia incrível para você. - arregalei os olhos para ele enquanto sentia sua mão puxando-me pelo braço delicadamente. - Você gosta de assado?

- Almoçar já? São dez da manhã! - eu disse, rindo um pouco, vendo que Bealfire me levava para a carruagem.

- Acha que vou te sequestrar por apenas duas horas? Quero conhecê-la melhor, querida.


Querida, é?


Ele me dá apoio para entrar no veículo e logo entra depois de mim. Após alguns segundos, senti o transporte da Cinderella começar a andar e, com esse pensamento, passei a rir de leve.

- O que estou perdendo? - o filho do senhor Gold questionou, encarando-me animado.

- Não, nada de importante, é que... - pigarreio e balanço a cabeça. - Nada demais.

- Ah, Emma, diga-me! - ele aproximou-se mais. A vergonha invadiu meu rosto.

- Sinto-me boba falando disso. - sorrio fraco e olho para os meus pés. Alguns segundos depois, olhei para Bealfire e pude ver que continuava muito interessado no que eu estava pensando. - Quando a carrugem passou a andar, lembrei de Cinderella. Eu lia muito essa história.

- Está falando do conto da garota órfã com as duas irmãs, a madrasta, os ratinhos e o sapatinho de cristal? - de repente, não me sentia tão envergonhada.

- Sim! Você gosta do livro? - eu disse, um tanto animada. Ele bufou com um sorriso de escárnio dos lábios.

- Desconheço leitura mais idiota. - toda a musculatura do meu rosto relaxou, o arrependimento e a decepção tomaram conta de mim. - Na verdade, acho muito ridículo toda essa coisa de romance. Nada é muito coerente, sempre meloso demais, os personagens são estúpidos, já que não enxergam o óbvio e fazem as pessoas acreditarem em algo que não existe. - ele terminou recostado no couro macio do cubículo, enquanto eu tentava não sentir uma pontada no peito.

- Você não acredita em amor verdadeiro? - Bealfire, simplesmente, balançou a cabeça negativamente.

- Acredito em atração, desejo, carinho e em paixão. Mas amor verdadeiro? Isso nunca acontece, geralmente porque quem você, aparentemente, ama não te corresponde. É por isso que acho os romances completamente estúpidos, esses livros colocam nas cabeças das jovens apaixonadas que aquilo virá a acontecer com elas. Como você, por exemplo. - franzi ainda mais o cenho, a pedido de explicações.- Não se ofenda, Emma, mas conheço bem seu tipo, sei que deve ficar suspirando pelos lados, esperando pelo seu príncipe encantando montado num cavalo alado, quando sabe que sua única e melhor chance é comigo.


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