Capítulo 27

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Soltando um bocejo e espreguiçando meu corpo, desço as escadas de casa que dão para a cozinha e sala, estranhando a falta do cheiro de chá ou leite pairando no ar. Foi difícil levantar da cama esta manhã, estava tão quentinha e aconchegante que sinto arrepios só de lembrar. Nos próximos anos, meu primeiro decreto como aniversariante será ficar algumas horas a mais dormindo. Sinceramente, não sou muito exigente com essa coisa de presentes, independente do que for, eu sou grata. Podem ser roupas, acessórios, relógios, roupas de cama, objetos de decoração ou até mesmo...

- FELIZ ANIVERSÁRIO!! - pulo de susto ao ouvir o grito de meu pai vindo do lado esquerdo do andar debaixo. Fecho os olhos e coloco as mãos no peito, sentindo meu coração disparado quase sair da minha boca. A gargalhada do homem preenche todo o espaço, tornando-se impossível ficar brava com ele.

- Pai, pelo amor de Deus! - olho em sua direção e vejo toda a preparação: no centro da mesa de jantar, que fica na cozinha, encontra-se um bolo com seis dedos de altura e uma cobertura, aparentemente, deliciosa. Em volta do prato principal do dia, girassóis compõem a mesa, criando uma belíssima imagem. E, claro, David Nolan sorrindo para mim com os olhos esperançosos, aguardando a aprovação de seu trabalho. Olho todo o cenário desse momento, querendo guardá-lo para o resto da vida. Respiro fundo e lágrimas aparecem no canto de meus olhos quando corro para abraçá-lo forte, sendo retribuída imediatamente. - Papai, que lindo! Não precisava. - após alguns segundos saímos do abraço e ele encara-me com carinho.

- Claro que precisava! Tudo para a minha princesinha. - seu indicador e dedão apertam minha bochecha, arrancando uma risada tímida minha. - Então, esse homem que vos fala fez esse bolo especialmente para você. - faço uma cara surpresa.

- David Nolan assou e enfeitou um bolo? Vai chover dinheiro, por acaso? - meu pai revira os olhos e dá a volta na mesa, puxando uma cadeira para mim.

- Senhorita. - levanto as sobrancelhas e faço um bico, surpreendida, mas logo entro no papel, sentando-me na almofada em cima do assento de madeira. - Para o café da manhã, teremos massa fofinha, acompanhada de quatro camadas de leites diferentes. - abro um grande sorriso.

- Bolo de quatro leites, meu favorito. Você é o melhor, pai. - ele dá de ombros e senta-se em minha frente.

- Dou o meu melhor. - sua mão apanha a faca e começa a cortar o bolo em triângulos.

- Espera, nós vamos mesmo comer esse doce agora? - o cenho do mais velho se franze.

- E por que não? - arregalo os olhos e aponto para a janela.

- São nove da manhã! - papai sorri e cutuca minha mão com a sua.

- É seu aniversário, Emma, relaxe. Pode fazer o que quiser hoje. Caso não queira comer agora, não precisa. - balanço a cabeça negativamente.

- É um pouco incomum, porém não vou dispensar essa delícia. Pode ir tratando de cortar um pedaço maior pra mim, Senhor Nolan. - digo, levantando o meu prato e a sobrancelha esquerda.





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- Agora, para fechar com chave de ouro... - o loiro levanta do sofá e pega uma caixa atrás da poltrona em nossa frente. - Seu último presente. - encaro-o com repreensão. Não queria que ele gastasse tanto comigo, já não bastava tudo o que compramos na semana passada e as refeições maravilhosas de hoje. Papai fez questão de preparar-me meus pratos favoritos, cozinhando uma bela macarronada com bastante queijo e meus biscoitos preferidos de chocolate. Passamos o dia rindo, conversando, até fomos à um campo de rosas lindíssimo e ficamos deitados por um tempo, apreciando o céu azul e o calor que fazia. Não poderia ter sido um dia melhor. O pôr do Sol já marca o horizonte, dando-me a certeza de que, logo mais, veria Killian.

Destino InfelizOnde histórias criam vida. Descubra agora