A vida de sacerdote caiu para nosso jovem bruxo como uma dádiva, as regalias, o quarto quente, a boa comida e o acesso a um enorme acervo de livros de magia, tudo isso era como o paraíso para ele. Mas no meio de tantas regalias, Daniel ainda tinha muito trabalho a fazer, sua rotina mudara drasticamente desde que Hyunna o elegeu parte do grupo. Além de ajudar Glychia na enfermaria, Daniel fazia diversas tarefas todos os dias, limpava os corredores, consertava objetos quebrados, alimentava os guardiões entre outras coisas. Por isso que ele tinha de acordar cedo, geralmente as quatro horas da madrugada, e ele sempre acordava nesse horário graças aos gritos de sua colega de quarto Anna Clarkson, que serviam como despertador.
− Acorda logo Daniel! – Dizia após chuta-lo, era o que ela auto denominava "Seu jeito amigável de ser". E sempre quando ela batia a porta ao sair, Daniel levantava para se arrumar.
Antes de trabalhar, ele passava na biblioteca para guardar o livro que pegou na noite anterior, era um habito recorrente. Depois usava uma passagem secreta que ficava perto da biblioteca, era como um escorregador que ligava aos andares inferiores o que era ótimo e poupava-lhe tempo, pois assim não teria que descer mais de cem degraus.
Os dormitórios dos sacerdotes, a biblioteca e o quarto da anciã ficavam na parte mais alta do castelo e o acesso era restrito, era raro ver outros bruxos com exceção dos sacerdotes e da anciã perambulando por ali. O único que ousava se aventurar naquelas bandas era Atheneu. Ele sempre subia para encontrar Daniel.
Hyunna repreendeu os dois por causa de seus passeios por Pequim, era proibido sair tão tarde, pois podia trazer ainda mais problemas para o congresso. E de inimigos, já estava bom o que eles possuíam dentro da propriedade. Alguns demônios que surgiram graças a infestação demoníaca permaneciam infiltrados nas partes mais escuras e distantes do castelo, estavam escondidos, silenciosos, apenas esperando uma possível presa passar para abocanha-la. Eles criaram um ninho lá. Por causa disso, ela aumentou o número de guardiões, estipulou um horário para o fechamento dos portões e ordenou que todos os sacerdotes de fizessem vigília constante.
A anciã decretou que os sacerdotes estivessem em alerta, pois o responsável pela infestação demoníaca ainda estava dentro do Congresso, caso o contrário não teria demônios vivendo lá, sabia que enquanto não o encontrasse esses monstros não iriam embora. Era necessário mantê-los longe das áreas superiores que estavam cheias de irmãos desafortunados e sem capacidade de usarem magia para defender-se, dependendo exclusivamente dela e de seus discípulos.
Daniel também se acostumara a chamar todos os bruxos de irmãos, apenas alguns que ele usava outras formas. Era comum que os bruxos se considerassem irmãos ali dentro.
Somente sacerdotes experientes poderiam entrar no ninho, Daniel não tinha essa autorização, mas Glychia tinha e era ele quem a substituía na enfermaria sempre que ela ia ao confronto contra esses demônios. A habilidade de Glychia não se resumia somente as nobres artes médicas, ela tinha um enorme poder de combate, sendo uma das mais sacerdotisas mais velhas e a segunda a se juntar ao Congresso. Sagar Elvim foi a primeira.
Tirando as vezes em que treinavam ou tinha alguma tarefa para manda-lo fazer, Daniel raramente via Sagar. Ela estava na maior parte do dia lidando com os demônios na área inferior, criando barreiras potentes para mantê-los presos. As vezes a encontrava também na biblioteca, eram momentos onde trocava de turno com a anciã. As duas dividiam o turno de controle dos guardiões, pois eram as únicas que conseguiam controla-los.
Ela andava um pouco irritada por causa de toda essa história dos demônios perambulando o castelo. Os dois conversaram sobre isso em uma das noites em que ela o encontrou lendo na biblioteca da anciã.
− Você parece estar entretido nesses livros hein? – Disse assim que chegou perto de Daniel, ele estava tão imerso na leitura que nem a viu chegar.
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Avenida dos Feitiços: O Conto do Horror. (LIVRO 01)
Mystery / ThrillerA Liga Nacional é uma entidade governamental responsável por zelar a segurança pública da Avenida dos Feitiços, uma nação poderosa do mundo mágico. Ao longo de sua história, passaram-se diversos oficiais famosos, como Charles Mark, que apesar de est...