Capítulo 7- O inicio das investigações

281 116 300
                                    

− Me chamo Esther.

 − Esther?− disse enquanto dormia, então Daniel acordou, se assustou quando percebeu que já era noite,  ainda estava internado e não havia ninguém em seu quarto. Observou atentamente os arredores, nenhuma máquina estava ligada nele, havia outras camas, porém todas estavam arrumadas. Olhou na direção da cômoda que ficava do lado esquerdo da sua cama e viu flores recém colocadas no vaso rosa e junto delas um recado de Elizabeth dizendo que voltaria para busca-lo em breve.

Decidido a sair daquele quarto e procurar algo para comer, Daniel Mark se levantou cambaleando, sua ficha médica estava colocada na grade da cama em cima do baú onde ficou guardados seus pertences. A ficha informava o motivo dele estar hospitalizado, o grau de seus ferimentos, seus dados pessoais e também possuía um enorme carimbo vermelho escrito "Alta".

Rapidamente ele se trocou e deixou um recado para a irmã avisando que iria para casa, pediu desculpas por ir mais cedo, mas não aguentava ficar naquele quarto nem mais um segundo. Os corredores por onde passava eram silenciosos e fazia frio por causa do ar condicionado. Quando chegou no refeitório comemorou não só por estar próximo de comer, como também por estar em um lugar quente.

Mark odiava hospitais, somente pararia para comer, pois a fome era gigantesca e parecia arranhar a cavidade de seu estômago. Coincidentemente ele acabou encontrando Shiro Almanca que quando o viu, ficou tão surpreso que quase engasgou.

− Falaram que você dormiria um dia inteirinho! – Disse Shiro, estava feliz em ver o amigo de pé.

− Quem falou isso?

− Sua irmã, ela teve de sair e me pediu para esperar você acordar. E então como se sente?

− Me dá um pouco da sua sopa? – Foi a primeira coisa que pensou em pedir, olhava tão fixamente para o prato que parecia poder engolir tudo com o olhar. Almanca não pensou duas vezes e deu o restante, e partiu até o balcão para pegar mais comida, voltou com pratos de sopa de produtos verdes com besouros do alto de zalé (Um vale no meio do deserto de Siracusa, dizem que estes insetos tem o gosto doce e picante).

Vendo que Daniel estava atacando o prato sem cerimônia, Shiro resolveu adverti-lo:

− Eles só fazem um tipo de prato por dia, toma cuidado porque está bem apimentado.

estava incrivelmente apimentado, mas isso não o incomodou, Daniel tomou a sopa em praticamente dois goles profundos.  Shiro nunca o vira comer com tamanha selvageria.

− Caramba parece que você não come a semanas... Vou pegar mais.

Daniel balançou a cabeça assentindo, com os olhos fixos no prato a sua frente.  Shiro teve que voltar a cantina sete vezes e só depois do sétimo prato, Mark saciou sua fome.  Pasmo,  Almanca falou:

− Santo lorde Perun, mas você é um monstro! Um monstro com estômago sem fundo!

Daniel olhou para os pratos espalhados pela mesa. Ficou surpreso consigo mesmo por aguentar comer tanto, geralmente não repetia comida. De onde tinha vindo tanta fome?

Apesar das enxaquecas, ele se sentiu melhor depois que comeu. Então voltou sua atenção para a enorme janela do refeitório e enquanto a olhava, ficou refletindo sobre a missão da Rua Cliver.

A janela oferecia uma gloriosa vista de toda Cidade Hospitalar, um aglomerado subterrâneo com mais de noventa hospitais liderados pela segunda maior liga da Avenida dos Feitiços, a Liga Médica.

− O que aconteceu depois que desmaiei? – Perguntou. Shiro fechou a cara e disse:

− Bom, houve um sequestro, o investigador Peke foi levado como refém pelo inimigo, depois o resgate chegou liderado pelo Líder Geral Hatter, aí viemos para cá e ganhamos folga!

Avenida dos Feitiços: O Conto do Horror. (LIVRO 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora