Ter de lidar com o genocida Draco Roy Hoozuki era a pior coisa que poderia acontecer. Daniel ficou paralisado quando teve seu segundo contato com ele, agora sendo seu aprendiz teria de aprender a se comportar e a conviver com Draco sem mostrar medo ou qualquer outro sentimento que revelasse sua verdadeira identidade.
− Parece que você está trabalhando muito né recruta? – Disse o investigador com sua voz intimidadora mergulhada no sarcasmo – Parece que você viu um fantasma também.
− Me desculpe, senhor! – Daniel respondeu e em seguida fez a continência. Roy suspirou e disse:
− Não precisa fazer continência quando estiver só comigo, eu mesmo odeio e nunca faço. – Draco se sentou ao lado de Daniel e ofereceu-lhe uma rosquinha de sua caixa de rosquinhas doces e quentinhas, ele comia junto de uma xícara de café. Daniel estranhou aquela gentileza toda, mas vendo que o investigador não tirava os olhos dele, o intimidando, resolveu aceitar. A rosquinha estava deliciosa, mas desceu pelo seu esôfago como se fosse uma pedra.
− Obrigado senhor.
− É Draco, pode me chamar assim. Bom, Kaien me intimou a ser seu tutor durante esta nova fase do treinamento de vocês, então não tenho escolha. Eu o avisei que por causa da minha agenda complicada não conseguirei dar total atenção a um aprendiz, mas Kaien me disse que você é o irmão mais novo de Elizabeth e que saberia lidar com isso.
− Sim senhor.
− Senhor? – Roy repetiu e foi quando Daniel se lembrou da forma como devia chama-lo e respondeu novamente:
− Sim, Draco. Eu consigo lidar com isso.
− Ótimo, cadê seu relatório? – perguntou seu tutor. Daniel entregou o relatório à Draco, nele só tinha uma frase escrita "Nada para relatar". E o investigador virou-se para Mark e perguntou num deboche: – De todos os vídeos assistidos você não teve nada a relatar, Daniel?
Daniel coçou os olhos, estava sonolento.
− Me desculpe Draco, estou com dificuldade de me concentrar devido a uns problemas de saúde.
− Percebo, você parece pálido, deve ter adoecido por causa de suas preocupações com sua irmã. – Daniel concordou apesar de saber que não era exatamente este o motivo do cansaço. Draco puxou de seu bolso uma bolsinha com pílulas e disse − Tenho vitaminas energéticas comigo e sempre quando me sinto fraco tomo uma. Aqui, vai se sentir melhor.
− Obrigado.
Depois que tomou a pílula não demorou até que seu corpo revigorasse. O remédio tinha efeito rápido. Roy ordenou que revesse os vídeos a fim de descobrir alguma coisa e dessa vez Daniel não cochilou nenhuma vez se quer.
− Esse remédio fez toda a diferença, obrigado mesmo! – Agradeceu ele novamente, estava realmente sentindo seu corpo melhor.
− De nada... este remédio é feito para detectar bruxos.
Na hora que Draco disse isso, ele arregalou os olhos na direção de Daniel que congelou de imediato, sentiu sua garganta secar, seu coração parecia ter parado de bater.
− É brincadeira, não existe esse tipo de coisa. – Disse o investigador. Daniel quase infartou, mas no final ele riu para acompanhar a risada de seu superior. Roy ria, mas não demorou até que ficasse sério novamente. − Então Daniel, lendo seu relatório percebo que em quatro dias você viu 55 vídeos, isto não é nem metade do conteúdo que temos para analisar e você disse que não encontrou nada para relatar... Pois bem, agora que está mais acordado que tal rever todos os vídeos e não deixar passar nenhum detalhe? Deixarei minhas vitaminas com você e lembre-se até uma minúscula mudança é algo que deve ser relatado.
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Avenida dos Feitiços: O Conto do Horror. (LIVRO 01)
Mystery / ThrillerA Liga Nacional é uma entidade governamental responsável por zelar a segurança pública da Avenida dos Feitiços, uma nação poderosa do mundo mágico. Ao longo de sua história, passaram-se diversos oficiais famosos, como Charles Mark, que apesar de est...