Daniel terminou de fazer a pasta sobre o caso de Sheilla Metias pela manhã. Passara a noite inteira acordado concluindo-a a fim de entregar no prazo estipulado por Draco Roy. Ele conseguiu, chegou no quartel general no final do tempo estipulado. Draco estava em sua sala lendo alguns documentos, ele pareceu sentir que Daniel chegara e apenas estendeu a mão direita para que o escolhido lhe entregasse a pasta de Sheilla.
Daniel a entregou e quando estava para dizer algo foi surpreendido com o seguinte anúncio feito pelo seu tutor:
− A partir de hoje você estará trabalhando na tropa da patrulha.
− Quê? Como assim, Draco?
Draco guardou os documentos, folheou a pasta de Sheilla e depois disse:
− É o que ouviu. A tropa de patrulha está precisando de mais soldados e me forçaram a abdicar de você. Por um tempo deixará de ser meu auxiliar.
Aquilo era péssimo de todas as formas possíveis, pois não teria acesso as novas descobertas sobre os planos de Mancha Cinzenta e nada, absolutamente nada, poderia ser pior para Daniel do que isso.
Precisava descobrir se Mancha tinha sido a responsável pela denúncia que destruiu o Congresso dos Bruxos do Sol e da Lua, precisava encontrar uma forma de culpa-la e assim libertar Sheilla, mas como faria sem investiga-la? E como investigaria ela sem ser pela Liga Nacional? Não tinha como.
E como soldado, ele é obrigado a obedecer e não questionar.
− Então a quem devo me dirigir? – Perguntou, de mãos atadas, não havia como convencer Draco. Pensaria em outro jeito, mas por enquanto sabia que era melhor seguir as ordens.
− Major Barto Memeal. Vai encontra-lo no quartel dois no final da tarde. Então pode ir para D.E.L.O.S... Ou dormir se quiser. O que achar melhor. – Draco respondeu, seco. Ele voltou sua atenção para os documentos dispostos na mesa, lia e relia os papéis e não se despediu de Daniel.
Daniel pensou em dormir nos dormitórios do sexto andar que existia no Palácio da União, mas infelizmente não podia, pois, as provas finais se aproximavam e ele já não ia na aula já tinha dias. Por causa disso optou por ir para D.E.L.O.S, foi se arrastando, mas foi.
Quando chegou lá, a primeira aula que teve foi sobre História do Mundo Mágico, a formação das Ligas, a luta para reduzir a criminalidade, as guerras que já ocorreram, a grande guerra atual contra os Países Sulinos. O professor ainda explicava sobre as divisões regionais do país...
E foi nesse momento que Daniel pegou no sono.
Shiro bufou, estava sentado ao seu lado, vendo-o dormir e sabia que ninguém mais exceto ele o acordaria. Maya Albuquerque estava sentada junto de suas amigas nas primeiras fileiras e os dois estavam atrás. Ela mal olhava para direção deles, sempre tão atenta as aulas, anotando tudo em seu caderno absurdamente enfeitado e organizado.
Ele bufou de novo, sabia que devia acordar Daniel, mas não sabia como fazê-lo. Havia uma barreira entre os dois por causa dos últimos acontecimentos e mesmo que estivessem, em tese, agindo normalmente, Shiro ainda sentia cada centímetro dessa barreira erguida e forte, separando-os.
O intrigava como que Daniel parecia tão bem em relação a bruxaria, como se fosse algo normal, como se não fosse um crime. A facilidade com a qual ele jogara fora todos os ensinamentos que adquirira desde a infância era-lhe assustadora. E digna de inveja. Shiro sempre admitia isso a si mesmo.
Daniel parecia também não se importar com as estranhezas em torno da amizade deles e isso de certa forma irritava Shiro. Ele nem ao menos cogitou a ideia de que Daniel estivesse lhe dando espaço. Os dois eram tão orgulhosos, jamais que cederiam facilmente. Talvez Shiro soubesse disso, mas negava com todas as forças essa afirmação. Ambos negavam, mas Maya não e se ela começasse a suspeitar ficaria como uma pulga atrás da orelha reclamando e dizendo que os dois eram imaturos e que deviam fazer as pazes, tratando-os como crianças.
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Avenida dos Feitiços: O Conto do Horror. (LIVRO 01)
Mystery / ThrillerA Liga Nacional é uma entidade governamental responsável por zelar a segurança pública da Avenida dos Feitiços, uma nação poderosa do mundo mágico. Ao longo de sua história, passaram-se diversos oficiais famosos, como Charles Mark, que apesar de est...