Sheilla sentiu seu coração receoso depois de ter sua curta conversa com Daniel na porta da biblioteca. Ter tido que encarar esse inconveniente tão cedo a desequilibrou totalmente. Cada palavra que dissera a ele lhe doía. Por causa disso, precisou respirar profundamente repetidas vezes antes de começar seu turno de trabalho. Torceu para não ter deixado esse lado amostra. Mas algumas vezes durante o dia as lembranças do rosto triste de Daniel vinham a sua mente e por causa disso ela precisava sempre repetir seu mantra: Não há nada que eu possa fazer, foi escolha dele, só dele... Exclusivamente dele!
Depois disso, foi surpreendida com Draco Roy que a aguardava em seu escritório. Ele estava, como sempre, portando uma maldita calmaria que parecia ser inabalável. Ela odiava vê-lo tão tranquilo.
O encontro deles aconteceu antes de Draco se reunir com Kaien no escritório do Líder da Patrulha no Quartel General 02.
Desde o dia que Sheilla enviou para ele um corvo mensageiro, Draco não tinha lhe respondido. Agora ali, ela finalmente poderia arrancar todas as informações que queria. Então se apressou e trancou a porta, seu rosto adotou uma expressão de irritação enquanto perguntava:
− Por que demorou para me responder?
− Negócios bem longe daqui, então Sheilla? Algo bom para mim? Do meu interesse?
− Continuo sem detalhes de Draconnia Albatroza, mas tem algo que eu quero te perguntar. – Respondeu ela, enquanto engolia todo o asco que sentia por causa da postura dele.
− Bem, fale. – Ordenou o investigador.
− Eles descobriram espiões infiltrados no congresso. Hyunna está aumentando as barreiras e seus subordinados diretos estão mais ativos.
− Entendo... − Draco respondeu. Estava totalmente indiferente à revelação. Sheilla se aproximou da mesa, debruçou-se sobre ela chegando bem perto de Draco e questionou:
− Você não confia mais em mim?
Draco se aproximou de Sheilla e sussurrou:
− Não tenho nada a ver com isso.
Sheilla se distanciou, ficou séria enquanto o examinava, não parecia que ele mentia.
− Então veja o que está acontecendo, pois isso está deixando os bruxos com medo e assim vai ser difícil conseguir fazer suas tarefas e achar quem você quer!
Os dois se encararam. Sheilla não recuou, tinha de permanecer firme diante de Draco, não podia deixar que o medo que sentia por ele transparecesse. O investigador acatou seu pedido.
− Tenho uma reunião com Kaien hoje logo depois daqui. Então vou procurar saber sobre essa história dos espiões e te aviso qualquer coisa.
− Certo.
− Ah e Sheilla, eu não quero que algo como os seus feitos recentes aqui na biblioteca se repitam. Não quero descobrir que está mentindo para mim de novo. Ouviu?
Ela nada disse. Draco cruzou a porta e se foi. Sheilla continuou seu trabalho como se nada tivesse acontecido, mas a conversa ainda estava em sua cabeça. O restante do dia, ela ficou refletindo sobre as palavras de Draco.
Se perguntava se poderia confiar nele ou não, e isso acabou lhe deixando paranoica, pois se lembrou de como ele mentira durante a investigação da morte de Gair Arco. A forma como ele a interrogara, como parecera acreditar em sua fala, para no final coloca-la contra a parede. Um pensamento piscou em sua mente:
E se isso se repetisse? E se ele estivesse mentindo para ela?
Seus instintos berravam, talvez fosse o medo, talvez bem dentro de seu coração Sheilla soubesse da verdade, talvez tudo o que pensara ter controle fosse uma ilusão... E se fosse verdade essa tese, o congresso estaria em apuros!
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Avenida dos Feitiços: O Conto do Horror. (LIVRO 01)
Mystery / ThrillerA Liga Nacional é uma entidade governamental responsável por zelar a segurança pública da Avenida dos Feitiços, uma nação poderosa do mundo mágico. Ao longo de sua história, passaram-se diversos oficiais famosos, como Charles Mark, que apesar de est...