Quando acordou, Daniel estava deitado em uma cama hospitalar, no entanto, não estava em Sede City, era o hospital da pequena cidade de Vila do Ouro. Ele acordou assustado, olhou para os lados a procura de Mancha, pressionou fortemente a região do peito onde fica o coração, estava com as lembranças dos acontecimentos recentes ainda vívidas em sua mente.
Coube a Shinobu Karoline tranquiliza-lo.
− Calma, Dan! Está tudo bem, você está em um hospital!
− Shinobu? – Daniel não conseguia entender como essa cena incrivelmente aleatória havia acontecido, eram vizinhos, mas Shinobu morava na parte mais elevada no morro enquanto ele no pé do morro, portanto, jamais esperou que fosse ela quem o socorresse.
− Fui na sua casa te buscar para irmos para aula juntos e quando cheguei lá não tinha ninguém e a porta da cozinha estava aberta... Sabia que sua mãe e sua irmã tinham viajado, fiquei preocupada com você. – Explicou ela.
− Eu estava sozinho?
− Sim... Chamei a ambulância assim que o vi desmaiado e te trouxe para o hospital, disseram que você teve um enfarto, que é um milagre estar vivo. Decidi ficar e esperar você acordar.
Depois de ouvir tudo, Daniel pode respirar tranquilamente, apenas para poder sentir a vida entrar novamente em seus pulmões e cada batida normal do seu coração. E por fim, agradeceu a Shinobu.
− Muito obrigado Shinobu, fico te devendo uma. Mas quero te pedir um favor.
− Qual?
− Não conte isso para ninguém. Por favor.
− Por que?
− Meu pai está viajando e minha mãe está tentando ajudar a minha irmã a se recuperar, não quero ser mais um peso.
Ele sorriu a fim de tranquilizá-la, pois se ela contasse para alguém como ele explicaria a parada cardíaca?
Enquanto convencia Shinobu a ficar em silencio, Daniel estava pensando na conversa que teve com Mancha, sobre a doença de Esther e, principalmente, se tinha guardado a ampulheta e os círculos mágicos (coisas que o denunciariam na certa).
− Meu quarto estava muito... Bagunçado?
− Francamente, está preocupado com isso?! − respondeu Shinobu, ela cuidou dele durante toda a manhã. – Não percebi nada de diferente.
Aliviado, Daniel permitiu fechar um pouco os olhos e tirar um pequeno cochilo, durou pouco, pois o médico chegara no início da tarde para ver como ele estava e ficou surpreso.
− Nem parece que teve uma parada.
Daniel sorriu, meio sem jeito.
− Recebi alta, então?
− Sim, não precisa ficar, vou preparar a alta e encaminhar para o setor de enfermagem, mas já pode se arrumar. E evite stress, faça alguma atividade para te distrair, é muito novo para sofrer com essas coisas.
Com os papéis assinados, Daniel saiu correndo para casa e Shinobu o seguiu, só parou quando chegou no quarto e se deparou com a ampulheta e o uniforme de sacerdote jogada embaixo da sua cama desarrumada, ele estalou os dedos e tudo foi magicamente organizado. Pensou bem se deveria apagar a memória de Shinobu, mas optou por não o fazer, pois os círculos mágicos, a ampulheta e o uniforme de sacerdote estavam jogados em baixo da cama, e julgando a situação na qual ela o encontrou, as chances de ter passado despercebido eram muito altas.
Shinobu estava a caminho do seu quarto, Rapidamente ele tirou a blusa, pegou o uniforme de D.E.L.O.S e simulou uma situação onde estava prestes a vesti-lo. Foi uma cena vergonhosa, ela correu para o outro lado da porta e ficou encostada na parede, com as bochechas ruborizadas.
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Avenida dos Feitiços: O Conto do Horror. (LIVRO 01)
Mystery / ThrillerA Liga Nacional é uma entidade governamental responsável por zelar a segurança pública da Avenida dos Feitiços, uma nação poderosa do mundo mágico. Ao longo de sua história, passaram-se diversos oficiais famosos, como Charles Mark, que apesar de est...