Capítulo 35 - Denúncia e promessa

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Antes de ir para Maetown, Kaien Liccar se reuniu com seu time para explicar o que tinha em mente.

− Deixa eu ver se entendi... – disse Edward, o Olhos de Águia, após ouvir a explicação do Líder Geral. – Você acha que pode ter coisas a mais dentro de Maetown? E quer levar bestas e o Luigi para lá?

Kaien assentiu e explicou:

− As análises comprovaram uma energia mágica intensa no local, e até termos as informações de Elizabeth não podemos dizer que essa energia é por causa da batalha e só por causa dela, entende? Quero ter certeza que não há nada lá, realmente nada. Por isso levarei Kio comigo, Luigi vai para o caso de termos descoberto alguma coisa.

Luigi ouvia tudo atentamente, no entanto, estava arrependido de ter ido à reunião. Ouvir a proposta de viagem ao lado de Kio Korozowa o proporcionou enjoo, detestava a cavaleira. Kaien olhou para ele novamente a fim de mostrar o quão necessário era que participasse da expedição a Maetown.

− Se tiver outro armário transportador, você conseguirá liga-lo e com isso vai poder ativar a máquina, será mais fácil do que ter que trazer até Sede City.

É, mas ter que viajar com esta abominação, pensou enquanto observava Kio que estava encostada no canto da sala com os olhos fechados, parecia dormir em pé. Ela percebeu que ele a olhava e então o olhou de volta. Não se sentia intimidada, pelo contrário era ele quem se sentia.

Kaien procurou amenizar o clima entre os dois. Nunca entendeu o motivo da intriga.

− Vai ser uma viagem curta Luigi e se tudo der certo será por uma boa causa. Agora se prepare, pois gastaremos quinze dias para chegar lá.

Essa conversa ocorreu na mesma manhã em que Elizabeth acordou, após ter ido visita-la, Kaien pegou o trem ao lado de Kio e Luigi.

Kio e Kaien levaram poucas coisas consigo na mala, ao contrário do inventor que levou até mesmo um assistente robótico para servi-lo, gentilmente nomeado como Bóreas pelo seu mestre que sempre disse preferir máquinas a pessoas. Bóreas tinha quase três metros de altura, mas ele se encolheu para caber no vagão, carregava as malas de seu criador e o seguia por todos os lados. Luigi não era muito fã de trens, não depois de descobrir sobre aviões e dirigíveis da Terra Simples, mas esses eram proibidos de existirem no Mundo Mágico sob a desculpa de que o céu era o lugar dos deuses e que os mortais não poderiam profana-los. Leis idiotas que limitam o conhecimento! pensava ele.

Quando chegaram em Maetown, o Líder Geral também precisava inspecionar o andamento do transporte das vítimas que seriam enviadas para Sede City para serem veladas apropriadamente. Luigi o acompanhou nesta tarefa, enquanto que Kio foi diretamente para a floresta.

Ele se arrependeu de acompanhar Kaien por causa do fedor dos cadáveres postos em um ambiente aberto devido à falta de um lugar apropriado. O cheiro podre que perpetuava ali poderia ficar pior se não estivessem dentro de caixões metálicos que continham o símbolo da Liga. Mas tudo estava bem para Kaien e seus oficiais, pois até dar-lhes uma despedida decente era tarefa dos companheiros vivos protegerem os mortos, ele não se importava com o cheiro, respirava com a certeza que a vingança pelas mortes viria muito em breve.

− Dos cem soldados que vieram, somente dois sobreviveram. Isso é horrível, mas a morte de vocês será vingada. – Disse Liccar, enquanto passava a mão por cima de um dos caixões. Depois ele partiu para a floresta acompanhado de Luigi e Bóreas.

Kio já estava fazendo o seu trabalho, saltava de arvore em arvore, corria pelas trilhas até que chegou no local da batalha fatídica. Ela farejou o ar, o chão, ficou um tempo em silencio ouvindo os sons da floresta. Então decidiu seguir sentido oeste. Ela percorreu sete quilômetros até que parou, pois sentiu o cheiro de Kaien e Luigi. Liccar montou em uma besta, e Luigi foi em cima dos ombros de seu auxiliar, o robô Bóreas.

Avenida dos Feitiços: O Conto do Horror. (LIVRO 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora