Avenida dos Feitiços: O Conto do Horror. (LIVRO 01)

Capítulo 22- Os perigos que se escondem na escuridão

Foi Mancha quem ouviu o berro que eclodiu pelo corredor onde patrulhava. Rapidamente ela guiou Hyunna, Sagar, Glychia e Daniel até o local onde alegou ter encontrado Anna morta e do lado dela estava o feiticeiro Isac Kui.

Anna estava caída de um lado, toda cheia de cortes e inconsciente, seus olhos estavam revirados e o sangue sujava todo o chão chegando até as pernas de Isac, este estava consciente, tremia muito e não conseguia se levantar, além de ter alguns cortes pelo corpo também. Isac imediatamente reconheceu Daniel, que não fazia ideia de quem ele era, mas o espião o reconheceu devido as fotos que saíram na mídia na época que o treinamento dos recrutas começou, no entanto, ele não conseguia falar nada, parecia ter pedido o dom da fala.

− Mostre a língua dele. – Ordenou a anciã para Isac. Vendo relutância, Glychia forçou a abertura de sua boca para que a língua dele fosse exibida e todos puderam ver a marca típica da Liga Secreta.

− Liga Secreta. – Sagar falou, apreensiva. Os olhos de todos ficaram focados em Hyunna.

− O que é Liga Secreta? – Daniel perguntou.

A anciã respondeu calmamente:

− Uma liga destinada a transformar soldados em espiões extraordinários, ela faz parte do lado sombrio da Avenida dos Feitiços... Uma Liga Sombria. Este é a segunda praga que encontro passeando pelo meu domínio, ele deve ser quem veio assassinando os nossos irmãos. Pois muito bem, Sagar arranque tudo o que conseguir dele e depois o dê uma morte que julgar que ele mereça.

− Espere um pouco senhora! – Glychia interveio. – Esse espião está envenenado, se não tirarmos o veneno dele não durará nem um dia, aí não teremos como tirar as informações que precisamos.

− Ele pode ter tomado para se suicidar. Eles fazem isso quando são pegos. – Sagar concluiu.

− Pode ter sido Anna, Senhora Glychia. – Mancha respondeu. – Ela pode ter enfrentado este feiticeiro.

Daniel concordou com Mancha, achava que Anna poderia sim ter lutado com Isac Kui e antes de morrer, ela deve tê-lo envenenado. Anna era destemida, ela não aceitaria morrer sem levar o inimigo consigo. Mas ainda era difícil acreditar que ela morreria naquele estado, e se realmente fosse, era inacreditável tal força em um espião. Isso o fez temer os outros possíveis espiões infiltrados no castelo.

− Realmente faz sentido, Anna usava magias com veneno... − disse ele. 

− Eu não quero curá-lo, quero ele morto. – Hyunna decretou, ela foi até Anna e fechou seus olhos já sem vida, depois passou a mão pelo seu rosto delicadamente, a cena era impactante e dolorosa. – Quero todos mortos.

A tensão dentro do Congresso piorou à medida que ia sendo notificada a morte de Anna, uma sacerdotisa querida por todos. Coube a Daniel e Mancha enterrarem o seu corpo.

Daniel o fez, sentindo a dor do luto. Gostava de Anna, ela era uma boa amiga e colega de quarto. Sua mente estava focada na cena de sua morte e em todo o mistério que rondava. Anna...

Quando terminaram, ouviram o alarme ressoando, sinal de que um pronunciamento seria feito no pátio principal, que rapidamente ficou cheio. Daniel e Mancha estavam no meio da multidão se destacando pelas suas vestes brancas e recebendo olhares como consequência. Estando ali no meio, ele chegou à conclusão de que a quantidade de bruxos parecia ter duplicado em três dias, porém isso não o impediu de achar Atheneu Walker, ele estava contando casos para os outros bruxos.

E quando o encontrou, Atheneu danava a contar histórias. Uma coisa que Glychia tinha comentado sobre Atheneu era que ele tinha mania de exagerar em suas histórias. Ela presenciou isso uma vez quando, dias depois de tratá-lo pois o mesmo havia quebrado a perna, ouvira de outros bruxos que ele lutara contra uma espécie de ogro que habitava a escuridão, sendo que ele apenas caiu enquanto andava no escuro. Graças a isso, na época, ele ficou conhecido como "O matador de ogros", mas hoje ela o chamava de "Criador de historinhas".