Capítulo 44 - Jamais esquecerei

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Depois que chegou da curta viagem que fez para a casa da avó, Elizabeth ainda desfrutou de mais três dias antes de voltar à ativa, o que ela não esperava era que esses dias fossem se tornar tão caóticos.

A notícia do primeiro confronto direto da Liga contra Mancha lhe acertou como uma flecha e para piorar ainda teve de lidar com o fato do seu irmão caçula ter agido com imprudência e irresponsabilidade, participando de uma missão que não o envolvia. 

Daniel teria que enfrentar duas fúrias quando acordasse do coma, a dela e a de Kaien.

E ela deu, dois dias depois que seu querido irmão caçula despertou, um discurso, que parecia inacabável, sobre a importância de seguir as leis, sobre como que elas determinam a natureza da causa, sem leis não há pacificidade, não há moral, não há ética! Fatores tão primordiais para a vida de um soldado! Caso contrário, seria apenas um bando de desgraçados enfrentando outros desgraçados e não soldados derrotando inimigos, entre outras lorotas que usou, todas aquelas que estavam tão profundamente enraizadas em seu coração.

− Fiquei sabendo que a missão não era sua. Como você pode fazer algo tão negligente? – Perguntou para Daniel, tentando mostrar-se mais irritada do que aliviada por ver que ele estava, no mínimo, vivo.

Porque como sua irmã, ela conseguia sentir que ele não estava bem. Algo parecia ter acontecido durante a missão e Kaien confirmou que ele tinha enfrentado os inimigos ao ponto de sair bem machucado. Kio, Draco e Peke também confirmaram isso. Aquilo doeu em Elizabeth, novamente ela não pode salvar seu precioso irmão caçula.

− Elizabeth! – Falou Esmeralda enquanto lhe mandava um olhar furioso. Achava aquele sermão desnecessário visto que era óbvio que Daniel ainda estava muito ferido. Elizabeth sentiu que ela estava brava, mas ignorou, pois, acreditava que estava apenas fazendo seu dever, sendo a responsável pelo ensino de Daniel enquanto Charles estava ausente.

Ela sempre agiu assim, pegando essa falta que Charles proporciona e preenchendo-a, sempre tentando ao máximo se parecer com o pai.

Daniel estava de cabeça abaixada, mas falou antes que as duas discutissem.

− Me desculpe, irmã. Por descumprir as normas, por falhar com você e com nossa família.

Elizabeth suspirou, manteve-se séria, com o pulso firme, enquanto continuava falando:

− Pelo menos nem você ou Shinobu morreram, mas não espere que um mero pedido de desculpas, por mais sincero que seja, conserte tudo! Não mesmo, tanto você quanto ela conseguiram perder pontos, deixar péssimas impressões para a avaliação do final do programa de treinamento, esteja ciente disso, Daniel. Ciente de que suas atitudes impensadas somente trouxeram desvantagem para você! Entendeu?

Ele assentiu, comportado e disciplinado, quem o vesse pensaria que ele estava apenas agindo como o habitual. Elizabeth pensaria isso se não o conhecesse e fosse incapaz de captar a dor em seu olhar.

Aquilo lhe doeu, mais do que ver o rosto furioso da mãe voltado para si. Mas Elizabeth não poderia amolecer, mesmo sentindo que Daniel ainda estava mal, mesmo percebendo que uma tristeza profunda o atingia.

E ela permaneceu firme e preocupadíssima com ele por um bom tempo.

Mas seus pensamentos tomaram outro rumo no último dia de seu período de descanso, era um dia triste, pois seria o enterro de seus companheiros mortos em Maetown. Mas, apesar disso, ela estava de bom humor, pois Kaoru finalmente tinha liberado-a para se submeter a leitura de mentes e dessa forma, junto de Edward Dogreel, ela descobriria o que realmente aconteceu em Maetown. 

Avenida dos Feitiços: O Conto do Horror. (LIVRO 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora