Quando a reunião acabou, Kio tinha outro compromisso, ela foi convocada pelo investigador Gai Korozowa para comparecer no subúrbio sul, local onde assassinatos de oficiais estavam acontecendo, e seu fiel parceiro Draco Roy a acompanhou. Assim que saíram do Palácio, Kio adotou uma postura relaxada, ela não era sempre rígida, tampouco gostava de ser.
− Estamos encrencados lá em cima, você sabe ne? – Disse, enquanto estalava os ombros − Não há nenhum sinal de Madame dentro do comercio das sombras e o Lorde Perun quer respostas.
− Eu sei e estou tentando − Draco defendeu-se. Kio odiava cobrar coisas aos outros cavaleiros, mas como sendo a cavaleira líder da equipe ela não tinha escolha. Perun cobrava e seus cavaleiros que se virassem para obedecer.
− E aquela mulher que você tem sob custódia? Ela não quis abrir a boca ainda?
− Não. Ela se nega a falar sob a desculpa de que vai morrer de qualquer jeito. – Draco não escondeu sua frustração. – O pior tipo de prisioneiro possível é aquele que aceita.
Kio soltou um enorme suspiro e posou sua mão sob o ombro do amigo.
− Draco, ela é uma pessoa. No fundo ela acha que perdeu tudo, mas pessoas só perdem tudo quando morrem.
Ele olhou para Kio. Compreendeu totalmente o peso de suas palavras. Todos temos algo para esconder, o problema é achar esse algo...
Quando Kio e Draco chegaram, Gai não estava presente, mas Shinobu sim e ela foi orientada pelo próprio a respeito do que fazer quando Kio chegasse, até mesmo o que deveria dizer para ela. A ordem de Gai era para que lhes mostrassem os cadáveres. Eles estavam em estado avançado de decomposição, um odor horrível que provocou náuseas em Draco, já Kio permaneceu sutil como se o cheiro não a abalasse, realmente não a abalava.
− O Senhor Gai pediu para você identificar esse, ele disse ser um dos seus. – Shinobu disse, exatamente como seu superior ordenara.
− Gai, aquele maldito, age como se não pudesse lidar com um desses... Fica me jogando trabalho! – Disse ela.
− Ele disse que lidou da última vez e que tem coisa mais importante do que lidar com isso. Falou também que seu olfato é bom para isso... – Explicou Shinobu.
Kio reclamou:
− Que merda é essa?! Ele tem o mesmo olfato que eu, fomos feitos pela mesma fruta!
− Pelo menos tem alguma pista? Filmagens? – Perguntou Draco – Ed disse que aumentaria as câmeras no subúrbio.
− Ah sim, bom, tem uma... – Disse Shinobu − O investigador Edward analisou uma possível imagem do suspeito e quando mostrei ao investigador Gai, ele me disse para mostrar para a investigadora Kio, pois ela saberia o que fazer. Aqui, veja.
Na hora que viu, Kio arregalou os olhos e fez uma expressão enorme de desgosto. A repugnância personificara inteiramente nela. Draco estranhou, perguntou o que havia de tão ruim na foto e quando ela lhe mostrou ele fez a mesma expressão.
− Dogeto, esse maldito! – Disse Kio, furiosa.
O suspeito era ninguém menos que o irmão gêmeo de Kio, Michael Dogeto Korozowa, uma peste, uma praga, tal como afirma seus dois irmãos (Gai e Kio). Seria trabalhoso, concluiu Draco mentalmente. Dogeto é talentoso quando o assunto é evitar ser pego.
Dogeto era uma possível fonte valiosa de informações sobre Madame Korozowa, e ciente disso, e de que Kio não tinha como caçá-lo pois viajaria com Kaien Liccar para Maetown, Draco tomou partido.
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Avenida dos Feitiços: O Conto do Horror. (LIVRO 01)
Mystery / ThrillerA Liga Nacional é uma entidade governamental responsável por zelar a segurança pública da Avenida dos Feitiços, uma nação poderosa do mundo mágico. Ao longo de sua história, passaram-se diversos oficiais famosos, como Charles Mark, que apesar de est...