Vai ter volta!

6. Retorno

Depois de resolver quase toda a minha vida em Tucson, tinha chegado a hora de falar com meu pai. Ele havia se mudado para a casa de sua esposa e meu avô em breve também iria. Bruna não falava comigo desde que faltei ao casamento, E tudo isso me deixou momentanea e literalmente meio sem chão, pois contava de voltar ao Brasil e ficar na casa dele por algum tempo até me restabelecer. Ganho bem aqui, mas no Brasil, não sei como vai ser financeiramente minha situação, mas  o fato é que até sair definitivamente o divórcio, não vou conseguir ficar aqui.
Paro com o celular em mãos pensando no que dizer a seu Susano. "Pôrra ele vai falar tanto quando perceber a merda que fiz,  que nem sei por onde vou começar...É, porquê ele vai perceber!".
E no melhor estilo George Clooney, respirei fundo e disquei para meu pai.

- Filho! Como vão as coisas? - Estava contando em doses homeopáticas em nossas ligações semanais, agora sem minha irmã.
- Seu Susano... - Tomo uma respiração profunda para me preparar - ...estou retornando!
- Então isso quer dizer que...Merda, filho, sinto muito!
- Não sinta. Ainda não terminei...
- Não! Não! e Não, Rafael Susano!!!
- É... - Não foi preciso me explicar, como bom advogado, ele sacou tudo.
- E a casa? - Ele pergunta respirando forte.
- No nome dela somente
- Puta que pariu!!!! Como você faz isso com o pai que tem, Rafael??
- Amor... - Infelizmente não poderia nomear de outra forma
- Espero que aprenda com isso! Agora vamos ser práticos! Vou conversar com Evandra e as meninas e pedir que passe um tempo conosco.
- Nem pensar, pai! Eu alugo alguma coisa.
- Seja racional e nada orgulhoso, Rafael! Você perdeu bem dizer tudo para Juliana! Ficando com a gente você terá tempo e dinheiro para montar seu canto e arrumar um emprego! E não precisarei te sustentar, porque isso seu orgulho não vai permitir, tenho certeza!
- E morando de favor seria o quê?
- Olha, filho, tenho certeza que minha mulher e as meninas vão adorar ter você aqui. Bruna então, vai "surtar" como vocês dizem. Você sabe o quanto sua irmã te ama!
- Por favor, pai... não conte nada para a Bru!
- Ela não é boba, Rafael! E não é favor, você está morando na casa do seu pai.
- Controverso não, Seu Susano? - Meu orgulho gritava em mim.
- Não há controvérsias, Rafael! Não me julgue por seu erro! Moro aqui porque quero e não pretendo me separar, mas se acontecer...bom, esse macaco velho não faria jamais o mesmo que você.
- Ok, pai! Era melhor me calar.
- É isso aí. Nos falamos mais tarde, após a reunião para combinarmos o dia do seu retorno.
- Pai, ainda não acho uma boa ideia.
- A essa altura você não tem o que achar, Rafael!
- Certo...