Vai ter volta!

18. Sonhos

Já estava no meu quarto quando ouvi os passos de Amabily no corredor. Sim, eram os seus passos e eu já os reconhecia..."Eu já reconheço os passos delas! Os passos!! Que pôrra essa mulher está fazendo comigo?". Deitei na cama naquela noite e a partir dali uma sucessão de sonhos que me deixavam de pau duro no meio da noite e acordando melado todas as manhãs se seguiram. Eu precisava de uma boa foda!! Aquilo com Niede, Deus me livre e não me dera!. Não tenho nenhum amigo aqui no Brasil, meu novo emprego é em meio à mulheres lindíssimas, mas novinhas demais e para completar, minha irmãzinha loira não sai da minha cabeça. Quem manda ser tão malditamente gostosa?
E por falar nisso...preciso me policiar para não lembrar o tempo todo dela nua na minha frente! Sua bunda redonda, seu cheiro, seu gosto!. Ela não foi indiferente a mim naquele banheiro, sei que não, mas estava bêbada e apenas por esse motivo não meti nela com força. Sem contar que o tal "Digão" era o motivo dela estar ali e não eu. Caralho!!

- Filho! Ei!! Estou de chamando alguns minutos aqui! - Meu pai estava parado à minha frente e eu sequer tinha visto perdido em pensamentos
- Ah! Oi, pai! Que manda?
- Encontrei uma coisa para você, não é nada gigante, mas acho que vai gostar.
- Seja mais claro, Seu Susano! - Sorri
- Evandra encontrou um empresário amigo dela nessa viagem e comentei por alto que meu filho é arquiteto...bom, ele está na cidade para colocar o projeto da filial da empresa para andar e...
- Pai, me diz que não é mais um trabalho de designer...sou grato a Evandra, estou gostando de fazer esse trabalho e tudo, mas...
- Um prédio de cinco andares, Rafael...Só falta o arquiteto!
- Sério? Pôrra, pai! Me passa esse contato já!

Gostava de remodelar, mas ansiava pelos projetos grandes como os que fazia em Tucson. Lá eu era o melhor, o mais cobiçado, mas aqui vou ter que correr muito atrás. Levantei e abracei meu pai em agradecimento. Quem sabe esse trabalho não será o pontapé inicial para que eu termine logo meu espaço e deixe a casa onde mora a loira que está me fazendo perder a sanidade?

- Ótimo, vou falar Amabily agora. Ela pode te levar até lá. - "Amabily??"
- Pra quê? Me passe o contato que eu mesmo converso com o cara! Não preciso de babá! - Meu pai me olhou e sorriu
- Vai por mim, vai precisar dela! O cara é tão fissurado na Bily que impôs essa condição, ao menos na primeira vez, ele diz que se 'garante" depois.
- Então, obrigado, mas não! Ele só quer a ela, não está na cara? Não vou fazer papel de palhaço!  - Me irritei um pouco
- Para de ser orgulhoso, Rafael! Ele se interessou muito e só quer uma "mãozinha" com a Bily.
- E ela vai aceitar isso?? Para me ajudar, além de tudo? Duvido!
- Vai pegar ou vai largar?
- Isso é sacanagem, pai! Você sabe que eu gostaria do trabalho!
- Gostaria, ham? Então vai largar! Ok! - Ele se virou para ir embora
- Pai! - "Merda! Eu vou fazer isso!" - Tudo bem, mas converse com ela

Mais tarde naquela mesma noite, estava saindo do banho quando bateram à porta e mandei entrar na certeza de que era meu pai ou Bruna.

- Entra! - Respondi saindo do banheiro com a toalha na cintura
- Irmãozinho, soube do...- Arregalou os olhos e passou a  mão em frente o rosto. "De novo, onde já vi isso?"- ...para isso que pediu para eu vir aqui?? - Ela gargalhou debochada -  Não vai funcionar!!
- Primeiro: Não pedi para vir aqui... - sorri sarcástico  e me aproximei dela que deu um passo para trás - ...e segundo: Está com medo ou ficou molhada?
- Nem uma coisa, nem outra! Você é louco? A Lyz me disse que queria falar comigo sobre trabalho e eu ainda acreditei - Ela bufou - Sou uma idiota!
- Eu não falei nada com Lyz, meu pai que..  - Amabily me olhou como se eu tivesse duas cabeças
- Eu não acredito!!!! Eu entendi tudo!!! - Bufou mais a vez e bateu o pé no chão com força
- E o louco sou eu...- Ri baixo -  Loucura pega, irmãzinha?  - Ela se virou para sair e peguei em sua cintura.
- Não sei, mas descobri que temos uma infame cupido dentro da casa! - Ela estremeceu ao meu toque, mas disfarçou bem - Agora, se me der licença, vou cometer um "fraternicídio"
- Como é?? - Não resisti e gargalhei com verdade. Além de louca e gostosa era também engraçada."Merda! O que você está pensando, Rafael?".
- Isso que você ouviu!!! Lyzzzzzz - Saiu gritando e me vi no corredor, de toalha, puxando seu corpo novamente para dentro do quarto.
- Não sem antes me contar o que está acontecendo!

E foi nessa hora que aqueles olhos azuis brilhantes me encararam. Ela sorriu debochada e saiu correndo pelo corredor enquanto eu sentia um vento diferente nas minhas partes baixas. A filha da mãe puxou minha toalha sorrateiramente enquanto eu me perdia em seu olhar!!!

- PUTA QUE PARIU, RAFAEL!! - Olhei para trás e dei de cara com Bruna de olhos arregalados. - Mas que merda você está fazendo??
- Foi aquela loira maluca! Eu não fiz nada! - Peguei a toalha e enrolei novamente agradecendo a todos os santos por ter sido só minha irmã a me ver. - Ela simplesmente puxou a toalha e saiu correndo!
- Pelo amor de Deus, Rafael! Tem outras maneiras de dar o troco pelas sacanagens que ela fez! Tem outras pessoas morando aqui, sabe disso?
- Ah! Caralho! Eu já falei que não tive culpa!!

Entrei no quarto com minha irmã atrás de mim falando pencas sobre como ser criativo e não usar Amabily desta forma. "Que forma??". Que ela já tinha sofrido muito e que não deixaria eu fazer com ela o mesmo que fazia com as outras mulheres.

- Quer saber, Bruna! Deu! Eu não fiz nada, pôrra!!! Também não estou tentando dar o troco nela! Estou saturado dela se quer saber!!
- Estou de olho em você, Rafael! Não mexa com a Bily! - Bruna falou alto.
- "Não mexa com a Bily" - imitei minha irmã com deboche - Ela já aprontou comigo muito mais do que deveria! De que lado você está? Sou seu irmão! E se quer saber? Não estou interessado na vida dela!

Mais uma vez minha irmã saiu aborrecida e batendo a porta. Tudo por causa de Amabily. Que merda essa mulher tem que enfeitiça todo mundo?

- Até a mim... - Conclui me sentando na cama.

E mais uma vez, sonhei com a loira de lingerie vermelha vindo até a mim e acordei melado.