Capítulo 18-O primeiro passo para o bem é não fazer o mal.

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MAYARA

Eu acordo desorientada, o meu corpo descansando em um colchão duro, meus pulsos amarrados acima da minha cabeça.

Onde estou?

Meus olhos se abrem e eu olho para o teto, momentaneamente confusa enquanto uma conversa flutuava acima de mim. Comecei a me sentir como se estivesse em um coma, mas consciente onde você está ciente do que acontece ao seu redor, mas você não pode fazer nada.

— Vocês conseguiram falar com meu pai? — Perguntou Hugo.

Apenas o som de sua voz agora fez a minha pele arrepiar. Qualquer empatia que eu tinha uma vez sentido por ele se foi. Em vez disso, eu detestava o monstro que ele era. Um verdadeiro lobo em pele de cordeiro.

— Ele precisa resolver um problema antes de vim. — Disse um homem diferente.

Eu lentamente olho para o canto mais distante da sala, para Hugo e outros dois homens lá de pé, casualmente encostados na parede. Eu não tenho ideia do que eles querem comigo, mas eu sei que estou em um monte de merda.

Por que eu fiz algo tão estúpido?

— O problema é seu fodido vício, não é? — Hugo resmungou— Nem na própria besteira ele consegue lidar. Agora vamos ter que ficar aqui, ela vai acordar e vamos ter que lidar com sua droga escandalosa até ele chegar.

Uma risada cruel veio do meu lado esquerdo.

— Eu sei bem como mantê-la calada.— Diz e meu corpo enrijece, meu coração dispara de medo.

Puxei minhas mãos com força, tentando, mais por motivos de instinto, me livrar das malditas amarras, então a voz odiosa estalou novamente, muito próxima, paralisando-me instantaneamente.

— Se eu fosse você não tentaria fazer isso, Princesa.

Meu estômago despenca no chão. Sentado ao meu lado da cama estava o careca barbudo. Um olhar frio e indiferente marca seu rosto. 

— Quem é você? E o que você quer comigo?— Pergunto, minha boca está seca e sinto como se eu não bebesse água em um longo tempo.

Ele não responde, fica lá me estudando.

— O que está havendo? Onde estou?

Ele sorri, mostrando apenas alguns dentes amarelos e tortos.

— A única coisa que você deve saber é que está viva.  Isso basta, Princesa.

Ele acaricia minha bochecha com as costas da mão, correndo a língua sobre seus dentes.

— Não toque em mim! — Comecei a me desesperar, remexendo-me.
— Acalme-se, gatinha. Ninguém vai lhe fazer mal algum.

Ouvi passos vindo em minha direção e a minha espinha se enrijeceu imediatamente quando Hugo entrou em meu campo de visão. Diferente do dia em que o conheci, ele estava sério. A expressão gentil dando lugar a um olhar letal.

— Você sabe o que esse colete significa não sabe? — Ele apontou para seu colete.

Balanço minha cabeça a contragosto.

— Muito bem — Ele inclinou a cabeça. — E você sabe por que está aqui?
— Não, inferno! O que eu fiz para você?

Encolhi-me quando ele chegou mais perto. Confusão me tomou no instante em que ele começou a desatar o nó de minha mão direita, me deixando apenas com uma mão presa.

— Para mim, absolutamente nada.  — Sua voz não se alterava em momento algum. — Mas as vezes nós cavamos nossa própria cova pelo inocente fato de tomar decisões erradas, estar no local errado... ou até mesmo se envolver com pessoas erradas.

Parece que foi ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora