Capítulo 56- Quem é capaz de disfarçar os ciúmes?

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MAYARA

Pela primeira vez desde que eu tive o desprazer de conhecer Bryan, eu vejo algo além de raiva e desprezo em seus olhos. Milhares de emoções parecem passar pelos grandes glóbulos verdes e eu só consigo sentir uma crescente irritação.

—  Eu realmente gosto de você, Mayara. Eu sei que eu já te fiz coisas horríveis, mas eu realmente amaria ter a chance de mostrar que eu posso ser bom para você.— Ele sussurra, seus olhos caindo para meus lábios.

Ugh!

— Eu não tenho tempo para essa merda bêbada.

Eu começo a passar por ele, mas ele me para com a mão agarrada ao redor do meu ombro.

— Espere.
— Tire suas mãos imundas de mim. — Eu tento me afastar, mas ele não solta. Ele me puxa ainda mais perto.
— Eu não vou morder você, Mayara. Estou
apenas conversando.— Seu tom de voz está aumentando e seus dedos apertam meu ombro, e eu juro que é em advertência.
—Bryan, me solta.— Eu repito mordazmente, tentando me esquivar.
— Você vai me rejeitar mais uma vez, doce Mayara?
— Bryan, — Eu advirto.
— O que? Eu só quero um beijo. Ou você ainda se acha boa demais para mim?

A raiva começa a atingir meu cérebro com pequenas explosões e preciso de muito controle para tentar descobrir a melhor maneira de sair dessa sem machucar sua bunda bêbada e dar o show que a maioria dos convidados estão esperando.

— Eu sugiro que você tire a porra das mãos dela, agora. — Uma voz potente troveja.

Bryan olha por cima do ombro e ambos vemos Romeu caminhando em nossa direção como uma besta selvagem e indomável. Os pelos no meu braço estão em pé sentindo como se uma nova tempestade estivesse chegando.

A boca de de Bryan cai aberta quando ele vê o brilho da arma na mão de Romeu.
— Você é...vai...— Ele gagueja, o álcool parecendo perder espaço para adrenalina.
— Seu merdinha desgraçado! —Romeu grita, sua raiva mal se controlando.

Eu posso sentir a carga no ar. O crepitar e o
zumbido à medida que ele se aproxima. Meu coração salta no meu peito, e eu me apresso em fazer meu caminho para tentar pará-lo antes que uma tragédia aconteça e o filho do prefeito acabe comendo um monte de balas.

— Romeu, por favor de novo não. — Eu estico um braço tremendo no ar, tentando ter sua atenção. Quando me aproximei dele, eu podia ver pela veia em seu pescoço que seu coração batia tão rápido que poderia sair de seu peito. — Motoqueiro, olhe para mim. Não faça isso.

Eu me movi para ficar frente a frente com ele. E no momento em que olhos dele se encontram com os meus, eles piscam com o controle voltado para ele.

— Você está bem?

Eu concordo.

— Sim, eu estou. Bryan é apenas um babaca que fala demais. — Eu digo e os olhos de Romeu brilham com fúria e a veia em seu pescoço lateja descontroladamente.

Ele levanta a arma em direção a Bryan que tropeça para trás.

— Se eu te pegar assediando-a, tocando-a,
ou mesmo olhando em sua direção de novo, eu vou colocar uma bala
bem entre os seus olhos. Estamos entendidos?

Bryan gagueja, então balança a cabeça freneticamente.

— Ótimo. Agora saia daqui antes que eu mude de ideia e acabe com você.

Bryan não perde a oportunidade e se vira e sai correndo tropeçando. Romeu olha para ele sumindo em direção aos convidados, então olha para mim novamente.

Parece que foi ontem Onde histórias criam vida. Descubra agora